Capítulo oito!

Joarah González

A noite chegou rapidamente, trazendo consigo um silêncio que parecia envolver toda a mansão. Depois do jantar, Emmanuel me chamou para me mostrar o quarto. Caminhamos pelos corredores decorados com quadros e móveis luxuosos, e eu não pude deixar de sentir um frio na espinha. Tudo aquilo era novo e, de certa forma, assustador. Quando finalmente chegamos à porta do quarto, ele a abriu, me deixando entrar primeiro.

— Este é o nosso quarto — disse ele, com um tom de voz calmo.

Olhei ao redor. O quarto era grande, com uma cama enorme no centro, coberta por um edredom de seda. As paredes eram adornadas com obras de arte, e havia uma varanda que dava para o jardim. O ambiente era elegante, mas intimidante ao mesmo tempo.

— Emmanuel... — comecei, sem saber exatamente como expressar o que estava sentindo.

Ele levantou a mão para me interromper, com um olhar compreensivo.

— Não precisa se preocupar, Joarah. Não vou tocar em você. Não haverá contato físico entre nós.

Senti um misto de alívio e desconforto com suas palavras. Parte de mim estava grata pela consideração, mas outra parte não conseguia evitar a sensação de isolamento e solidão que aquela declaração trazia.

— Obrigada, Emmanuel — disse, tentando manter a voz firme.

Ele assentiu, como se entendesse perfeitamente meus sentimentos.

— Quero que se sinta à vontade aqui. Sei que isso tudo é novo para você, e que não é fácil. Mas prometo que vamos encontrar uma maneira de fazer isso funcionar.

Apenas assenti, sem saber o que mais dizer. Emmanuel deu um último olhar ao quarto, como se estivesse certificando-se de que tudo estava em ordem, e então se virou para sair.

— Boa noite, Joarah.

— Boa noite, Emmanuel.

Ele fechou a porta atrás de si, deixando-me sozinha no quarto, após dizer que só dormiria comigo na mesma cama, após o casamento. Caminhei lentamente até a cama, sentindo a suavidade do edredom sob meus dedos. Sentei-me na beira da cama, olhando para a varanda e as luzes fracas do jardim lá fora. As palavras de Emmanuel ecoavam na minha mente:

—Não vou tocar em você.

Estava aliviada, mas também um pouco triste. A solidão do quarto parecia maior do que nunca. Sabia que tinha feito uma escolha difícil, mas necessária. Olhei ao redor, tentando me acostumar com meu novo ambiente.

Respirei fundo e me levantei, caminhando até a varanda. O ar fresco da noite era revigorante, e por um momento, deixei-me perder na tranquilidade do jardim. As estrelas brilhavam no céu, e senti uma pontada de esperança. Talvez, com o tempo, as coisas se tornassem mais fáceis. Talvez encontrássemos uma maneira de tornar isso uma verdadeira família, por Antony e por nós mesmos.

Voltei para dentro, fechei as cortinas e me deitei na cama. Enquanto olhava para o teto, uma sensação de determinação começou a tomar conta de mim. Estava pronta para enfrentar os desafios que viessem. Afinal, havia prometido a Antony que nunca mais o deixaria, e estava determinada a cumprir essa promessa.

Continua...

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