Capítulo 18

Vicent Blackwood

O camarim está cheio de movimento. Estamos em Filadélfia, e depois de um show espetacular, a equipe e eu estamos lá, fazendo o que sempre fazemos: atendendo os fãs, tirando fotos, assinando autógrafos, e tentando manter a energia apesar do cansaço. Alice está ao meu lado, sorrindo e interagindo com os fãs de forma gentil, enquanto Max e Dylan conversam com algumas pessoas que acabaram de chegar ao camarim.

Eu tento dar um sorriso genuíno a todos, mas minha mente ainda está meio fora de sintonia com a realidade. A pressão dos últimos dias, as notícias, e minha mãe…tudo isso ainda está pairando no meu pensamento. Só quero que a noite termine sem mais problemas.

Quando estou quase acabando de assinar uma última foto, vejo uma mulher se aproximando, e minha espinha se arrepia. Eu a reconheço de imediato. É ela. A fã do outro dia. A mesma que apareceu no hotel durante o café da manhã.

Ela se aproxima de mim, sorriso forçado no rosto, e diz:

— Eu sabia que você ia brilhar, Vicent! Eu sabia que você e eu estávamos destinados a estar juntos. Não é? — Ela solta uma risadinha estranha, e eu sinto o desconforto aumentar.

Alice, que estava interagindo com outros fãs ao nosso redor, percebe a situação antes que eu tenha tempo de reagir. Ela se aproxima, seu olhar imediatamente se endurecendo ao ver a mulher. Eu tento me afastar um pouco, mas ela já está ao meu lado, com aquele sorriso insistente e os olhos fixos em mim.

A mulher continua, agora com uma energia ainda mais invasiva:

— Você e eu somos perfeitos juntos. Eu te entendo, Vicent. Você só precisa me dar uma chance. Eu sei o que você precisa. — Ela tenta tocar minha mão, mas eu recuo instintivamente.

Eu tento manter a calma e responder de forma educada:

— Olha, eu agradeço pelo apoio, mas não estou interessado. Eu realmente preciso de um pouco de espaço agora.

Alice, no entanto, não está disposta a deixar isso passar. Ela se coloca entre nós, uma barreira física e emocional. Sua voz é calma, mas firme, e o olhar que ela lança para a mulher transmite uma clara mensagem de que a invasão acabou.

— Escuta, você já teve sua chance de conversar. Agora, é melhor se afastar. O Vicent já disse que não está interessado, e continuar insistindo não vai mudar isso. — Alice não levanta a voz, mas a firmeza nas suas palavras é inegável.

A mulher parece ficar ainda mais frustrada e começa a levantar a voz:

— Você não entende, né? Ele e eu temos uma conexão! Ele me quer, só não sabe disso ainda! — Ela se aproxima ainda mais de mim, ignorando as palavras de Alice.

Eu fico paralisado por um momento, incapaz de entender o que está acontecendo. Alice não perde tempo. Ela se vira para a mulher, seu tom de voz ainda calmo, mas agora sem paciência:

— Já deu. Ele não quer isso, e eu não vou ficar aqui ouvindo você falar mais besteira. — Ela olha para mim, seus olhos se suavizando por um segundo, antes de voltar a focar na mulher.

— E para de assediar o Vicent. Já está incomodando.

Com isso, Alice dá um passo atrás, ainda bloqueando a mulher de chegar mais perto de mim. A fã, aparentemente sem saber como reagir, começa a se afastar, lançando olhares furiosos para nós. Alice, com a mesma postura firme, começa a sair, bufando de raiva, claramente chateada com a situação. Ela me lança um olhar rápido, como se dissesse “estou indo embora, se quiser conversar depois”.

Max, que estava observando toda a situação com um sorriso travesso, não consegue segurar a piada.

— Olha aí, Alice defendendo o namoradinho, hein? — Ele ri, e Dylan, ao lado dele, dá um sorriso e faz um gesto exagerado de aprovação, como se estivesse aplaudindo Alice. — Vai, Vicent! Agora a Alice vai fazer você virar homem de vez!

A situação se torna desconfortável, mas Max, com seu humor, acaba quebrando um pouco o gelo. A tensão diminui, mas eu ainda fico com a sensação de que a fã não vai desistir tão facilmente. A última coisa que eu queria era que Alice tivesse que defender meu espaço, mas ao mesmo tempo, um sentimento de gratidão surge em mim. E o fato de ela não ter hesitado em me defender me deixa com um sorriso involuntário.

Quando a mulher finalmente se retira, o camarim volta a ser mais tranquilo, mas uma sensação desconfortável ainda fica no ar. Eu sei que aquela fã não vai desistir tão facilmente. Ela vai voltar, e quando isso acontecer, será pior.

Me aproximo do segurança que estava mais próximo e falo baixo, com a intenção de garantir que ela não consiga se aproximar novamente sem ser notada.

— Fiquem mais atentos. Ela ainda vai causar problemas.

O segurança acena afirmativamente, e eu respiro fundo, sentindo um alívio momentâneo. A ideia de que alguém possa invadir nosso espaço dessa forma, de maneira tão obsessiva, ainda me incomoda.

Decido ir atrás de Alice. Eu sei que ela não estava gostando da situação, e a atitude dela foi mais do que eu esperava. Ela não precisava fazer aquilo por mim. Quando a encontro, ela está perto da porta, claramente irritada, mas também com uma expressão que, de algum modo, parece preocupada.

— Alice… — chamo, me aproximando dela. — Obrigado por… bem, por tentar me proteger lá.

Ela suspira e balança a cabeça, tentando disfarçar um pouco a frustração.

— Agora vão realmente achar que temos algo. Isso vai piorar a situação, você sabe. — Ela cruza os braços, ainda com o rosto vermelho de raiva, como se estivesse tentando controlar a irritação.

Eu sorrio, tentando aliviar a tensão, e a olho nos olhos.

— E é tão ruim assim pensarem que estamos juntos? — pergunto, com uma leve provocação.

Alice fica vermelha instantaneamente, e não consigo evitar o sorriso. Ela parece não saber o que responder, o que só faz o momento ser ainda mais embaraçoso para ela. Eu a observo, quase esperando que ela diga algo, mas ela só finge não saber o que falar. E, por mais que eu tente manter a leveza, um aperto estranho toma meu peito.

Eu rio levemente, mas a sensação no meu peito não desaparece. Meu coração dispara, não por causa da brincadeira, mas por não saber o que ela realmente pensa sobre essa situação. Sinto-me confuso, como se algo estivesse mudando dentro de mim, algo que eu não entendo, e isso me deixa ainda mais perdido. O que está acontecendo comigo?

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