Alice Cross
Eu acordo devagar, com a sensação de que algo está estranho. Quando abro os olhos, percebo que não estou no meu quarto, e, por um momento, fico perdida. Onde estou? Minha mente tenta processar a situação, mas é quando sinto algo contra o meu corpo que me faz congelar.
Vicent. Ele está ali, deitado ao meu lado, com os braços em volta de mim, em uma conchinha. Ele está sem camisa. E a pele dele, aquecida, tocando a minha, faz um arrepio percorrer meu corpo. Meu coração dispara, e uma onda de calor sobe pelo meu pescoço, corando minhas bochechas. O toque da sua pele na minha é eletricamente intenso, e por um segundo, eu fico paralisada, incapaz de mover um músculo.
A sensação é desconcertante e ao mesmo tempo maravilhosa, como se o mundo ao meu redor desaparecesse. Vicent dorme tranquilo, sem se mover, completamente alheio a tudo ao seu redor.
Respirando fundo, começo a me mover devagar, para não acordá-lo. A última coisa que quero é que ele perceba que eu estou aqui, acordada, e ainda mais, sentindo isso tudo. Mas o calor que ele exala, misturado ao toque de sua pele na minha, torna tudo mais difícil de ignorar.
Com muito cuidado, tento me desvencilhar, saindo devagar de seus braços, mas o som da cama rangendo quase me faz congelar. Eu olho para ele, mas ele ainda está em um sono profundo. Por sorte, não o acordei.
Dou um passo atrás e me afasto da cama, ainda com o coração batendo forte. Quando consigo me levantar, sigo em direção à porta e saio pelo corredor, mas, no caminho, trombo em alguém. Eu me assusto tanto que quase dou um pulo para trás.
— Oi, assombração, você está bem? — Dylan diz, com aquele sorriso sarcástico que só ele tem.
Eu congelo, tentando disfarçar o pânico que tomou conta de mim.
— Eu… Eu… — Tento encontrar uma desculpa, mas ele não me dá tempo de raciocinar.
— Estava indo te chamar, já ia te procurar. Precisamos nos arrumar, o voo está quase na hora. — Ele me observa com um olhar curioso, e então, parece perceber algo. — O que você está fazendo por aqui, do lado oposto do seu quarto?
Eu fico sem palavras por um momento. Tento criar uma explicação que faça sentido, mas as palavras simplesmente não vêm.
— Eu fui ao banheiro. — Gaguejo, tentando parecer natural, mas ele não parece acreditar muito.
Ele me olha com uma sobrancelha levantada e, com um sorriso travesso, faz uma piada.
— Todos têm banheiro dentro do quarto, Alice. — Ele solta uma risada, e eu tento disfarçar minha tensão.
Eu tento mudar de assunto, mas não consigo controlar a ansiedade.
— Para de fazer tantas perguntas, Dylan! — Minha voz sai mais alta do que o planejado, e ele se cala por um instante, engolindo o riso.
— Tá bom, tá bom. Mas diz para o Vicent vir logo, ele precisa se arrumar também. — Ele me diz com um tom mais sério, e eu dou um pulo ao ouvir o nome dele.
Minha mente entra em pânico, mas tento esconder.
— É… Você acorda ele. Eu… eu estou com pressa. — Falo rápido, tentando sair dali o mais rápido possível.
Sem dar chance para mais perguntas, acelero os passos, caminhando na direção do meu quarto. Minha mente está a mil, tentando organizar tudo o que aconteceu, e o que acabou de acontecer, em um espaço tão curto de tempo.
Saio rapidamente do corredor, deixando Dylan para trás, antes que ele possa me questionar mais.
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Atualizado até capítulo 29
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