Capítulo 02

Vicent Blackwood

Eu sempre acho que as coisas acontecem rápido, mas nunca imaginei que a nossa primeira turnê seria em tão pouco tempo. Estamos, no estúdio, com os acordes da guitarra de Alice misturados com o ritmo frenético da bateria de Dylan e o peso do baixo de Max, como se nada tivesse mudado. Mas tudo está prestes a mudar, e isso me dá um nó no estômago.

A turnê será nossa grande chance de finalmente sair do underground e ganhar o mundo. Estamos prontos, ou pelo menos é o que quero acreditar. Estamos a um mês de começar os shows, e o tempo parece passar cada vez mais rápido. Sei que preciso manter todo mundo focado. A pressão é grande, mas, de alguma forma, sempre me sinto responsável por todos.

Max está… Max. Ele bate no baixo com aquele entusiasmo de sempre, mas o cara parece estar em outro planeta. Sério, quem mais começa a tocar como se estivesse em um show, no meio de uma conversa importante sobre logística de turnê, se não o Max? Sei que ele está animado, mas não podemos ser irresponsáveis agora. A última coisa que quero é que ele bagunce tudo por causa da sua falta de foco.

— Max, calma aí, cara! — falo, tentando chamar a atenção dele enquanto ele toca com mais intensidade. — Vamos manter o ritmo, ok? Não vamos fazer o ensaio virar um show agora.

Ele para de repente e me dá um sorriso largo, como se tivesse feito algo incrível.

— Ah, qual é, Vicent, estava só testando o som, né? — Ele ri e eu reviro os olhos. Esse sempre foi o problema com ele: é difícil fazer ele entender que é hora de trabalhar e não de brincar.

Alice, do outro lado do estúdio, está imersa no que está fazendo. Ela sempre foi assim, calma, concentrada, mas sei que, se ela estiver de olho em tudo, o foco dela na turnê será inabalável. O que preciso fazer agora é garantir que nenhum de nós se perca na loucura que será a estrada. E Dylan… bom, Dylan é Dylan. Aquele cara sempre me dá mais trabalho do que todos juntos. Mulherengo, espalhafatoso, e, para piorar, sempre com algo para falar. Isso me deixa louco.

— Dylan, presta atenção — falo de forma mais suave, mas firme, para ele. — Vamos focar no que realmente importa. A turnê está chegando e precisamos estar prontos.

Ele olha para mim com aquele sorriso, mas percebo que, apesar de tudo, ele está prestando atenção. Sabe que estou falando sério, e sei que ele tem um bom senso de quando é hora de se concentrar. Dylan pode ser impulsivo, mas quando está na bateria, ele se transforma. Ele é parte fundamental do ritmo da banda, e eu confio que ele vai dar tudo de si quando for necessário.

Nesse momento, nosso agente, Oliver, entra na sala. Ele está com uma expressão séria, e sei que vem com uma missão.

— Precisamos conversar. — Ele diz, com uma voz baixa, o que já me faz ficar alerta.

Nos reunimos ao redor dele, e percebo que Oliver está tenso. Ele sabe o quão grande essa turnê será para nós, e também sabe o quanto alguns de nós precisamos melhorar o comportamento. Fico atento a tudo o que ele diz, porque sei que a chance de nosso sucesso está nas mãos de todos nós. Só que, se não tomarmos cuidado, qualquer deslize pode nos fazer cair.

— A turnê está a um mês de começar, e eu não vou perder meu tempo com piadinhas. — Oliver olha diretamente para Dylan, que parece ainda não ter entendido a gravidade da situação. — Dylan, preciso que você fique longe de problemas. Você já sabe do que estou falando.

Vejo Dylan dar de ombros, mas também percebo que ele sabe que o sermão é sério. Oliver não brinca.

— O que eu quero é que você tenha foco. Vai ser difícil evitar todas as tentações da estrada, mas eu não quero ver você se metendo em encrenca por causa de mulheres. Não vamos arruinar tudo, ok?

Dylan parece querer protestar, mas antes que ele possa falar algo, Max, do outro lado da sala, grita:

— E eu, Oliver? Posso me meter em confusão ou não?

Oliver dá um olhar afiado para Max.

— O que você vai fazer, Max, é focar em tocar o baixo e seguir o cronograma, ou vai ser a última turnê da sua vida.

A tensão no ar é palpável. Sei que eles vão seguir as regras, pelo menos por agora. Espero que eles entendam o que está em jogo. A gente vai ter que amadurecer mais do que nunca.

Olho para Alice, que está quieta, observando a situação de longe. Ela sabe como me sinto. Ela sabe que estou tentando cuidar deles, mas isso não torna as coisas mais fáceis. Como líder da banda, é minha responsabilidade manter todos no caminho certo. E não estou disposto a deixar que ninguém nos faça tropeçar.

A turnê está se aproximando e sei que os desafios que vamos enfrentar serão grandes, mas a coisa que mais me preocupa é não conseguirmos nos manter unidos. O resto a gente pode resolver. Só preciso que eles me acompanhem nesse caminho.

— Então, todos estão de acordo? — pergunto, finalmente.

Todos fazem que sim com a cabeça, e, por um breve momento, parece que realmente estamos prontos para a estrada. Mas sei que isso vai exigir mais do que apenas ensaios e reuniões com o agente. A verdadeira jornada está apenas começando.

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