Depois do jantar, Alice se levantou e voltou para o seu quarto. Max observou enquanto ela subia as escadas, e, assim que ela desapareceu de vista, ele soltou um suspiro profundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que o invadia. Aquele dia havia sido intenso de maneiras que ele não esperava, e ele sabia que precisava de um tempo sozinho para pensar.
Sem hesitar, ele pegou um casaco leve e saiu em direção à praia. O som do mar sempre o acalmava, e ele esperava que o frescor da noite ajudasse a clarear sua mente. Enquanto caminhava pela areia úmida, Max não conseguia evitar a confusão que se instalara em seu coração. Ele sabia que não deveria estar sentindo o que sentia por Alice. Ela era a filha do presidente, sua protegida, e ele tinha um trabalho a fazer. Mas a proximidade que estavam vivendo, os momentos compartilhados e a conexão que parecia crescer a cada dia o faziam questionar tudo.
O brilho da lua iluminava a praia, refletindo nas ondas suaves, e Max se sentou na areia, encarando o horizonte. Ele estava tão perdido em seus pensamentos que não percebeu que, do outro lado, Alice o observava pela janela do quarto.
Ela o viu sair, o olhar preocupado e tenso que ele carregava, e algo dentro dela se agitou. Alice sabia que Max estava lutando com algo, e depois dos acontecimentos daquele dia, ela tinha uma ideia clara do que poderia ser. Ela também estava confusa, mas não queria fugir disso. Não era do seu feitio evitar as coisas, especialmente quando se tratava do que ela sentia.
Decidida, Alice pegou um casaco e saiu em direção à praia, seguindo o caminho que Max havia tomado. Quando ela o encontrou, sentado de costas para ela, olhando o mar, ela parou por um momento, observando-o em silêncio. Ele parecia tão vulnerável, tão diferente do Max sempre forte e confiante que ela conhecia.
Ela se aproximou com passos leves, mas, quando estava a poucos metros dele, Max ouviu e virou-se rapidamente, surpreendido ao vê-la ali.
— Alice? — Sua voz saiu baixa, mas havia uma surpresa evidente em seu tom. — O que está fazendo aqui?
Ela deu mais alguns passos, até ficar bem próxima dele.
— Eu podia te perguntar o mesmo — respondeu ela, cruzando os braços contra o frio. — Você saiu do nada e parecia... perturbado.
Max desviou o olhar, tentando evitar o contato visual. Ele sabia que não poderia esconder o que estava sentindo por muito mais tempo, mas não estava pronto para admitir aquilo.
— Eu só precisava de um tempo para pensar — respondeu ele, tentando manter a compostura.
Alice o observou por um momento antes de se sentar ao seu lado na areia. A proximidade entre eles deixou Max ainda mais desconfortável, mas, ao mesmo tempo, ele sentiu um calor que não conseguia ignorar.
— Sobre o que você está pensando, Max? — Ela perguntou diretamente, sua voz suave, mas determinada. — Porque eu sinto que... tem algo entre nós que você está evitando.
Max olhou para o mar, tentando encontrar as palavras certas, mas tudo parecia confuso demais. Ele queria dizer que estava apenas cumprindo seu dever, mas seria mentira. O que ele sentia por Alice ia muito além de sua missão.
— Alice... — ele começou, sua voz rouca. — Você é minha protegida. Não posso... Eu não deveria sentir o que estou sentindo. Isso não é certo.
Alice o encarou por um momento, seu olhar firme e inabalável.
— E o que você está sentindo, Max? — Ela insistiu, aproximando-se um pouco mais. — Porque eu sei o que eu sinto. E eu não estou disposta a fingir que não é real.
Max finalmente a olhou nos olhos, e naquele momento, todo o peso de suas emoções veio à tona. Ele sabia que não poderia mais negar o que estava acontecendo entre eles. Não era apenas uma questão de dever, mas sim de sentimentos que ele não conseguia mais controlar.
— Eu... — Ele hesitou, mas a intensidade no olhar de Alice o encorajou. — Eu estou confuso, Alice. Você é importante demais. Eu não posso te colocar em perigo, nem emocionalmente, nem de outra forma. E eu não sei se estou pronto para isso.
Alice sorriu suavemente, estendendo a mão para tocar o braço de Max, em um gesto que o fez estremecer.
— Talvez a gente não precise ter todas as respostas agora — disse ela. — Mas o que estamos sentindo é real, e eu acho que precisamos enfrentar isso juntos.
Max suspirou, sentindo a tensão em seus ombros aliviar um pouco. Alice sempre foi decidida e corajosa, e ele não podia ignorar o quanto isso o atraía. Talvez ele realmente precisasse parar de lutar contra o que estava sentindo.
Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas ouvindo o som do mar, até que Max finalmente falou.
— Talvez você esteja certa — disse ele, sua voz mais suave. — Mas precisamos ser cuidadosos, Alice. Tudo isso ainda é complicado demais.
Ela assentiu, sabendo que, apesar de terem dado esse passo, ainda havia muitos desafios pela frente.
— Eu sei. — Alice sorriu, inclinando-se levemente para ele. — Mas vamos dar um passo de cada vez.
E, pela primeira vez naquela noite, Max sentiu que talvez ele pudesse lidar com o que estava por vir, contanto que Alice estivesse ao seu lado.
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Atualizado até capítulo 32
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