Ela se jogou na cama, mas o sono parecia impossível enquanto olhava para o teto, a imagem de Max, seus olhos firmes e seu controle absoluto, ficava se repetindo na mente de dela,havia muito mais sob aquela fachada impenetrável, e agora, ela estava começando a ver isso.
Alice se revirava na cama, incapaz de encontrar paz no silêncio de seu quarto,seus pensamentos giravam em torno de tudo o que havia acontecido naquele dia, mas, acima de tudo, sua mente voltava sempre para Max ele era um enigma, sempre presente, sempre vigilante, mas havia algo mais,algo que ela não conseguia nomear.
De repente, ela se levantou da cama, sentindo a necessidade de clarear a mente,então caminhou até a janela, olhando para os jardins iluminados pela luz suave da lua,do lado de fora, ela avistou Max, parado perto da entrada da mansão, como sempre em seu posto, atento a qualquer ameaça.
Sem pensar muito, Alice pegou um casaco e desceu as escadas silenciosamente,precisava de ar e, de certa forma, precisava vê-lo,não sabia o que esperava encontrar, mas sabia que não conseguiria dormir enquanto aquela estranha sensação em seu peito não se acalmasse.
Quando chegou ao jardim, a brisa fresca da noite a envolveu, mas não foi o suficiente para aplacar a inquietação dentro dela Max, ao ouvi-la se aproximar, virou-se imediatamente, os olhos firmes encontrando os dela,por um momento, nenhum dos dois disse nada, mas o silêncio entre eles estava longe de ser desconfortável.
— Não consegui dormir. ( Alice finalmente quebrou o silêncio, sua voz suave na escuridão. ) Acho que há muita coisa na minha cabeça.
Max a observou por alguns segundos antes de responder.
— É normal, depois de tudo o que aconteceu. (Ele disse, sua voz grave, mas calma. ) Seu corpo e sua mente ainda estão em alerta.
Ela assentiu, olhando para o horizonte,havia algo em Max que fazia com que ela se sentisse segura, mas ao mesmo tempo vulnerável,ele era uma constante, um pilar que ela podia apoiar, mas também alguém que despertava nela sensações novas e inesperadas.
— Você já passou por algo assim antes, não é? (Alice perguntou, virando-se para ele. ) Quero dizer... situações de risco de vida.
Max manteve os olhos nos dela por um momento, como se ponderasse até que ponto poderia ser honesto.
— Já,muitas vezes. — Ele admitiu, mas sem oferecer mais detalhes.
— Como você consegue se manter tão calmo? (Ela insistiu, curiosa. )Parece que nada te afeta.
Max deu um leve sorriso, o mais próximo de uma emoção que ela já havia visto em seu rosto.
— Não é questão de não ser afetado. ( Ele respondeu. )É questão de saber como lidar com o medo, de usá-lo a seu favor.
Alice ponderou sobre suas palavras,era isso que a fascinava em Max ele era capaz de enfrentar o perigo com uma serenidade impressionante, como se fizesse parte de sua própria natureza.
— Acho que ainda tenho muito o que aprender com você. — Ela disse, com uma pitada de humor na voz, mas também com sinceridade.
Max a encarou por mais alguns segundos, antes de soltar um leve suspiro.
— Você aprendeu mais do que imagina, Alice. (Ele disse, aproximando-se um pouco mais. ) Tudo o que te ensinei... você colocou em prática hoje,e fez isso bem.
Alice sentiu um calor no peito com aquelas palavras, uma sensação de orgulho e reconhecimento que ela não esperava Max raramente elogiava, e isso tornava o elogio ainda mais significativo.
— Só espero estar à altura se algo assim acontecer de novo. — Ela disse, a preocupação nublando seu tom.
Max deu um passo mais próximo, seus olhos mais suaves do que de costume, embora ainda mantendo sua característica reserva.
— Você estará. ( Ele disse com firmeza. ) E estarei ao seu lado, garantindo isso.
Havia uma promessa implícita naquelas palavras, algo que fez o coração de Alice bater um pouco mais rápido,não era apenas uma promessa de segurança havia algo mais profundo, algo que ela sentia crescer entre os dois, mas que ainda não conseguia decifrar.
O momento foi interrompido quando um dos assistentes da casa se aproximou discretamente, avisando que os pais de Alice desejavam vê-la, Max recuou imediatamente, voltando à sua postura profissional, como se o instante de proximidade entre eles nunca tivesse acontecido.
— Devo voltar. ( Alice disse, relutante, mas com uma leveza nova em sua voz. ) Obrigada por... por tudo.
Max apenas assentiu, voltando a assumir sua posição de vigia enquanto Alice se afastava em direção à casa,porém, mesmo enquanto caminhava, ela sabia que aquele momento com Max a havia marcado de uma forma que ela ainda não conseguia compreender por completo.
Ao entrar na sala onde seus pais a esperavam, Alice sentiu o peso de tudo o que estava por vir,mas agora, com Max
ao seu lado, o medo parecia um pouco mais distante.
Alice mal teve tempo de se recompor após sua breve conversa com Max quando entrou na sala onde seus pais a aguardavam,o ambiente estava tenso, e a expressão de seus pais deixava claro que eles haviam tomado uma decisão difícil ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha, como se soubesse que algo estava prestes a mudar drasticamente.
— Alice, precisamos conversar. — Seu pai, Marcos, começou, sua voz grave como sempre, mas com um tom de preocupação que ela raramente ouvia.
Ela se sentou no sofá à frente deles, sentindo a tensão no ar Clara, sua mãe, estava com as mãos entrelaçadas, o olhar distante, mas decidido Alice sabia que, quando seus pais se uniam em uma frente comum, era quase impossível persuadi-los a mudar de ideia.
— O que está acontecendo? — Alice perguntou, tentando manter a calma, embora já soubesse que não iria gostar do que ouviria.
Marcos respirou fundo, trocando um breve olhar com Clara antes de continuar.
— Sua segurança é nossa prioridade máxima,o que aconteceu hoje mostrou que, mesmo com todas as precauções, você ainda está em risco, não podemos arriscar que algo assim aconteça de novo. — Ele disse, sua voz firme.
Alice sentiu o estômago revirar. O que eles estavam prestes a sugerir?
— Por isso, decidimos que é melhor para você sair do país por um tempo. ( Clara completou, com a voz baixa, mas decidida. ) Uma viagem, até que as ameaças sejam contidas.
— Sair do país? ( Alice ecoou, chocada. ) Vocês querem me mandar embora? Por quanto tempo?
Marcos suspirou, passando a mão pelo cabelo em um gesto de cansaço.
— O tempo que for necessário para garantir sua segurança já fizemos os arranjos um lugar discreto, fora do radar de qualquer um que possa estar te observando.
Alice sentiu uma mistura de raiva e desespero crescer dentro dela sair do país? Isso parecia uma solução extrema e o que mais a incomodava era a falta de controle sobre a própria vida.
— Eu não posso simplesmente fugir. (Ela disse, tentando manter a calma, mas com a voz trêmula. ) Não posso viver correndo e me escondendo!
— Não estamos pedindo sua opinião nisso, Alice. ( Clara disse, a voz mais firme do que Alice esperava. ) Isso é pelo seu bem você não tem escolha.
Alice se levantou rapidamente, sentindo a revolta borbulhar dentro dela.
— Vocês acham que isso vai resolver alguma coisa? Que me mandar embora vai me manter segura para sempre? ( Ela olhou para os pais, seu coração batendo forte no peito. ) Eu estou pronta para lidar com isso aqui, não preciso fugir!
Marcos se levantou também, a voz imponente.
— Não é uma questão de estar pronta ou não, Alice, é uma questão de sobrevivência nós não podemos arriscar perder você! Filha nós te amamos de mais para arriscar sua segurança assim.
Alice sentiu a pressão das lágrimas se formando, mas não queria chorar não agora. Ela olhou para sua mãe, esperando que Clara tivesse algo diferente a dizer, algo que a fizesse sentir que havia uma saída. Mas Clara apenas olhou para ela com uma expressão serena e inabalável.
— Max vai com você. ( Clara finalmente disse, com suavidade. ) Ele estará ao seu lado o tempo todo,ele garantirá que nada te aconteça.
Max,de repente, a presença dele na equação fez tudo parecer ainda mais confuso. Por um lado, a ideia de tê-lo ao lado a tranquilizava, mas ao mesmo tempo a deixava em um estado de incerteza, Max era o único em quem ela confiava completamente, mas isso não eliminava o fato de que seus pais estavam a forçando a fugir.
— Eu sei que isso parece difícil, mas é temporário. ( Marcos acrescentou, tentando suavizar o golpe. ) Precisamos ganhar tempo para resolver a situação estamos fazendo o que é melhor para você.
Alice respirou fundo, lutando para conter as lágrimas. Ela não queria deixar sua vida para trás, mesmo que fosse por um tempo indeterminado. Mas seus pais estavam decididos, e ela sabia que argumentar seria inútil.
— Quando eu vou? — Ela perguntou, derrotada, sua voz mal saindo.
— Em dois dias. (Marcos respondeu, com firmeza. ) Já organizamos tudo.
Alice sentiu o peso da decisão esmagá-la. Dois dias. Ela tinha apenas dois dias antes de ser enviada para longe, com Max como sua única companhia.
Ela se levantou, incapaz de suportar o silêncio pesado que se instalara na sala.
— Eu... eu preciso de um tempo sozinha. — Ela murmurou, virando-se para sair da sala antes que seus pais pudessem dizer mais alguma coisa.
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Atualizado até capítulo 32
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