capítulo 20

Enquanto caminhavam pela trilha, o som suave das ondas quebrando ao longe e o vento batendo nas árvores ao redor criava uma atmosfera tranquila. Mas na mente de Max, havia uma tensão crescente. Ele não conseguia parar de pensar no que viria depois daquela viagem, especialmente quando se tratava do relacionamento com Alice.

Após alguns minutos de silêncio, ele decidiu quebrar o gelo. Sem olhar diretamente para ela, Max falou com a voz controlada, mas séria:

— Alice, a gente precisa conversar sobre algo... Quando voltarmos para casa, seus pais não vão aceitar isso, nós dois. Eles não vão aceitar que você esteja envolvida com um simples segurança.

Alice parou por um instante, encarando Max de lado. Ela sabia que essa conversa viria eventualmente, mas não estava preocupada. Ela sorriu de leve, se aproximando mais dele, e tocou o braço dele com suavidade.

— Max, meus pais podem tentar o que quiserem, mas eles não vão me separar de você. — A voz dela era firme, cheia de convicção. — Eu te amo, e nada vai mudar isso. Nem mesmo eles.

Max parou de caminhar e olhou profundamente nos olhos dela, tentando entender se Alice realmente acreditava no que estava dizendo. Ele sabia o quão poderosos os pais dela eram, e como eles controlavam a vida dela. Mas Alice parecia tranquila, confiante.

— Alice, não é tão simples... — ele começou a dizer, mas ela o interrompeu.

— Não, Max. É simples, sim. Eu sei o que eu quero, e o que eu quero é você. — Ela segurou o rosto dele com as duas mãos, forçando-o a olhar diretamente para ela. — Meus pais podem ser poderosos, podem ter planos para mim, mas o que eu sinto por você é real, e eu não vou deixar ninguém interferir nisso. Nem eles.

Max respirou fundo, absorvendo as palavras dela. Ele queria acreditar, mas ao mesmo tempo, o instinto de proteção dentro dele o fazia se preocupar. Ele conhecia o mundo dos ricos e poderosos o suficiente para saber como as coisas funcionavam.

— Eu não quero que você se magoe, Alice — ele disse, finalmente soltando a preocupação que o atormentava. — Seus pais podem dificultar muito as coisas para nós.

Alice deu um pequeno sorriso e se inclinou para beijá-lo suavemente.

— Max, eu sei que você se preocupa, e eu te amo por isso. Mas confie em mim. Eu sou mais forte do que você imagina. — Ela deu um passo para trás, ainda com um brilho de determinação nos olhos. — Ninguém vai nos separar. Eu escolhi você, e isso é tudo o que importa.

Max ficou em silêncio por um momento, observando o quão resoluta Alice estava. Parte dele ainda queria protegê-la do mundo lá fora, mas outra parte se sentia aliviada e confortada por saber que ela estava disposta a lutar por eles.

— Está bem — ele disse, finalmente cedendo. — Se você está disposta a lutar por nós, então eu também estou.

Alice sorriu, satisfeita. Ela sabia que essa luta seria difícil, mas com Max ao seu lado, nada parecia impossível.

E com isso, eles voltaram a caminhar pela ilha, explorando o terreno, mas agora com um peso a menos nos ombros. O futuro ainda era incerto, mas juntos, sentiam que poderiam enfrentar qualquer coisa.

Após horas caminhando pela ilha, o calor tropical e a umidade começaram a pesar sobre Alice. Max, sempre atento, percebeu o cansaço em seus olhos, mesmo que ela não reclamasse. Decidiu parar em um lugar mais aberto, com uma pequena sombra proporcionada pelas árvores ao redor.

— Vamos fazer uma pausa — ele sugeriu, sentando-se sobre uma grande rocha, limpando o suor da testa.

Alice suspirou, aliviada pela pausa, e sem pensar duas vezes, caminhou até Max. Em vez de se sentar ao lado dele, como ele esperava, ela o surpreendeu sentando-se em seu colo, com um sorriso provocante.

Max ficou rígido por um momento, sua respiração falhando enquanto olhava para o sorriso travesso no rosto de Alice. Ele tentou desviar o olhar, mas a proximidade dela o estava deixando cada vez mais desconfortável. A química entre eles era palpável, mas ele sabia que precisava manter o controle.

— Acho melhor você levantar — ele murmurou, tentando manter a calma, sentindo o corpo dela pressionado contra o dele. — Se você ficar aí, vai ser difícil eu me controlar.

Alice inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma combinação de desafio e desejo. Ela passou a mão suavemente pelo ombro de Max e sorriu.

— E quem disse que eu quero que você se controle? — ela respondeu, sua voz baixa e provocante.

As palavras dela o atingiram como um choque. Max sentiu seu corpo responder instantaneamente, o calor subindo. Ele sempre tentava manter uma linha clara entre seus sentimentos e suas responsabilidades como segurança, mas Alice constantemente testava esses limites.

— Alice… — Max começou, sua voz rouca enquanto lutava contra o desejo crescente. — Isso não é certo. Estamos aqui para sua segurança, eu não posso…

— Não pode o quê? — Ela o interrompeu, aproximando seu rosto ainda mais. — Max, eu sei o que quero, e o que eu quero agora é você.

Max sentiu sua resistência vacilar, a linha tênue que mantinha o profissionalismo estava se rompendo rapidamente. Ele sempre fora disciplinado, sempre conseguira manter o controle sobre seus sentimentos, mas com Alice ali, em seus braços, pressionada contra ele, a situação era completamente diferente.

Os olhos de Alice eram hipnotizantes, e o calor do corpo dela fazia com que seus pensamentos racionais começassem a se dissipar. Max se pegou desejando tudo o que ela estava oferecendo, mas ainda assim, a culpa e o senso de dever estavam presentes.

Ele suspirou profundamente, tentando recuperar o controle da situação, mas antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, Alice se inclinou, selando seus lábios aos dele com um beijo profundo e cheio de desejo.

A intensidade do beijo o desarmou completamente, e, por um momento, Max deixou o desejo tomar conta. Seus braços envolveram a cintura dela, puxando-a ainda mais para perto, enquanto o beijo se aprofundava.

Era impossível resistir a ela, e no fundo, Max sabia que o que estava tentando evitar, já tinha acontecido.

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