Subiu as escadas quase correndo, o coração disparado ao chegar em seu quarto, fechou a porta com força, como se aquilo pudesse bloquear o turbilhão de emoções que ameaçava transbordar ela se jogou na cama, enterrando o rosto no travesseiro. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se completamente impotente. A ideia de fugir a perturbava profundamente, mas, ao mesmo tempo, havia algo na presença de Max que a deixava confusa.
Enquanto as lágrimas finalmente começavam a escorrer por seu rosto, Alice percebeu que não estava apenas lutando contra a decisão de seus pais. Estava lutando contra algo muito maior. Algo que começava a crescer dentro dela, e que envolvia mais do que apenas medo. Estava relacionado a Max, a forma como ele a fazia se sentir segura e ao mesmo tempo tão vulnerável.
Ela sabia que essa viagem mudaria tudo. E, de certa forma, tinha medo do que poderia descobrir no caminho.
Max permaneceu do lado de fora, em seu posto, mas sua mente estava longe ele viu Alice entrar apressada na mansão após a conversa com os pais, o rosto dela carregado de frustração e tristeza ele sabia o que estava por vir,já havia sido informado sobre a decisão de enviá-la para longe, e sua missão era acompanhar Alice e garantir sua segurança durante essa viagem.
O trabalho de proteger Alice havia começado como qualquer outro. Ele era treinado para esse tipo de situação, sempre profissional, sempre em controle. Mas, com o tempo, algo mudou. Ele percebeu que, ao contrário de outras missões, proteger Alice não era apenas uma tarefa. Havia algo mais, algo que ele relutava em admitir até para si mesmo.
Max respirou fundo, sentindo o ar fresco da noite em seus pulmões. A ideia de passar semanas, talvez meses, sozinho com Alice em um local isolado o deixava inquieto. Não pela responsabilidade, mas pelo que aquilo representava para ele. Estar próximo dela, dia após dia, sem a barreira de uma equipe ou da presença constante dos pais dela, era algo que o obrigava a encarar sentimentos que ele havia tentado ignorar até agora.
Nos últimos meses, ele se acostumara a estar ao lado de Alice, mas, à medida que o tempo passava, sua presença começou a afetá-lo de formas inesperadas. Max era um homem reservado, sempre colocando o dever acima de qualquer coisa. Mas com Alice, ele sentia uma conexão que ia além do trabalho. A forma como ela o desafiava, como questionava suas decisões e o fazia ver o mundo sob uma perspectiva diferente, despertava algo em seu interior que ele tentava reprimir.
Agora, com essa viagem, ele sabia que as coisas ficariam ainda mais complicadas. Estar tão perto dela, por tanto tempo, sem as distrações habituais... Ele temia que essa proximidade revelasse mais do que ele estava disposto a mostrar.
Max se apoiou na parede da mansão, olhando para o céu noturno, as estrelas espalhadas como uma tapeçaria brilhante. Alice tinha uma luz própria. Uma determinação que ele admirava, mesmo quando ela agia de forma impulsiva. Era essa determinação que o fazia querer protegê-la mais do que qualquer outra pessoa que já havia protegido. Mas também era o que o preocupava. Ele sabia que, se deixasse seus sentimentos se aprofundarem, tudo se tornaria mais difícil. Porque, no final das contas, Max não podia se permitir falhar, e sentimentos assim só complicavam o foco que ele precisava manter.
Enquanto pensava na viagem, ele se perguntou se poderia continuar escondendo o que sentia. Alice era esperta, e, com o tempo, ela poderia perceber as sutis mudanças em sua atitude. Ele já estava começando a baixar sua guarda perto dela, o que era perigoso, não apenas para a missão, mas para ele mesmo. Max não podia se permitir se envolver. Isso só colocaria ambos em risco.
Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que não poderia evitar a conexão que já sentia. Nos momentos em que a via vulnerável, quando suas emoções estavam à flor da pele, como naquela noite, algo dentro dele o instigava a querer protegê-la de tudo, inclusive de si mesma. E agora, com essa viagem iminente, Max sabia que teria que lidar com esses sentimentos mais cedo ou mais tarde.
Ele não podia negar que havia algo diferente em Alice. Algo que mexia com ele de uma maneira que ele não estava acostumado. Mas, por mais que quisesse, Max não podia se permitir pensar nisso. Ele tinha uma responsabilidade. Seu dever era garantir que Alice ficasse em segurança, que nada a afetasse. E isso incluía protegê-la de qualquer confusão emocional que ele pudesse causar.
Max olhou na direção da mansão mais uma vez, onde sabia que Alice provavelmente estava sozinha, lidando com a frustração da decisão dos pais. Ele sentiu um impulso de ir até ela, de dizer algo que a confortasse, mas sabia que isso só complicaria as coisas. Ele precisava manter a distância.
No entanto, mesmo sabendo disso, uma parte dele, a parte que começava a ceder ao que sentia, sabia que essa viagem mudaria tudo. Não apenas para Alice, mas para ele também. E, enquanto ele refletia sobre o que estava por vir, Max se perguntou se teria a força para manter a linha entre o profissional e o pessoal. Porque, no fundo, ele já sabia que a conexão que sentia por Alice não desapareceria, mesmo que ele tentass
e lutar contra ela.
Alice estava sentada na beira da cama, o quarto iluminado apenas pela suave luz do abajur ao lado. As malas abertas no chão pareciam um lembrete constante da decisão de seus pais. Cada peça de roupa que ela colocava na mala era como um passo a mais em direção ao desconhecido. A ideia de deixar sua casa, sua vida, e tudo o que conhecia para trás estava sendo mais difícil do que imaginara.
Ela pegou um vestido, dobrando-o cuidadosamente antes de colocá-lo na mala. Seu coração estava pesado. Parte dela queria lutar contra essa decisão, queria gritar com os pais e exigir o controle de sua própria vida. Mas outra parte, a mais racional, sabia que eles estavam fazendo isso para protegê-la.
A mão de Alice hesitou sobre uma blusa azul que Max certa vez havia elogiado. Sem perceber, sua mente voltou aos momentos com ele. Desde que Max se tornara seu segurança, ele havia se tornado mais do que apenas um protetor. Ele era sua âncora em meio ao caos, alguém em quem confiava plenamente, mesmo quando sentia que todo o seu mundo estava desmoronando. E agora, saber que ele estaria com ela nessa viagem era um alívio, mas também causava um turbilhão de emoções que ela ainda não conseguia entender completamente.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Vanusa Souza
muito boa
2025-01-15
1
Ligiane Souza Ruas
Estou gostando muito da história. 🥰
2024-11-02
2