capítulo 12: expondo a verdade

A tarde na ilha estava calma. O sol brilhava forte no céu, e o som suave das ondas quebrando na praia criava uma atmosfera de tranquilidade. Alice, depois de se instalar na casa, sentiu que precisava relaxar e tentar se acostumar com o novo ambiente. O lugar era lindo, quase paradisíaco, mas a tensão de estar ali ainda a perseguia.

Ela decidiu que um banho de mar talvez a ajudasse a se distrair, quem sabe até trazer um pouco de paz. Sem pensar muito, pegou seu biquíni na mala e, com passos firmes, saiu em direção à praia. Max estava do lado de fora, observando o perímetro e garantindo que tudo estivesse em ordem, como sempre. Ele viu Alice passar por ele, sua expressão séria enquanto mantinha o foco em sua vigilância. Ela deu um leve sorriso ao passar por ele, mas Max se manteve na defensiva.

— Vou tomar um banho de mar — ela disse casualmente, enquanto seguia em direção à areia.

Max apenas assentiu, seus olhos rapidamente avaliando os arredores antes de voltarem para ela. Mas quando Alice tirou o vestido leve que usava, revelando o biquíni por baixo, ele rapidamente desviou o olhar, sentindo o calor subir por seu corpo. Ele não era alguém que perdia o foco facilmente, mas naquele momento, foi quase impossível não notar a presença dela de uma forma diferente. Ele tentou afastar os pensamentos, lembrando-se de seu papel ali, mas a forma como a luz do sol refletia na pele de Alice fazia a tarefa bem mais difícil do que ele imaginava.

Alice entrou na água, mergulhando levemente para se refrescar. A água estava agradável, e por um momento, ela se permitiu esquecer dos problemas e apenas aproveitar a sensação do mar contra sua pele. Quando voltou à superfície, sacudiu os cabelos molhados e olhou em direção à praia, onde Max ainda estava parado, firme, com os braços cruzados e o olhar fixo no horizonte, claramente evitando olhar diretamente para ela.

Um sorriso travesso surgiu no rosto de Alice. Ela conhecia bem Max, sabia que ele era sempre disciplinado, sempre no controle. Mas algo em estar ali, naquele lugar isolado, apenas os dois, fazia com que ela se sentisse mais livre, e talvez um pouco inclinada a testar os limites.

— Max! — ela gritou, acenando para ele. — Por que você não vem também? A água está ótima!

Max ficou imóvel por alguns segundos, seu olhar finalmente se voltando para ela. Ele viu o sorriso nos lábios de Alice e percebeu que ela estava se divertindo com a situação. Ele abriu a boca para recusar educadamente, mas as palavras não saíram imediatamente. O calor da ilha, o som suave do mar e a forma descontraída de Alice o faziam hesitar, algo que ele não estava acostumado.

— Eu... estou bem aqui, Alice — ele disse finalmente, tentando manter o tom sério, mas sem muito sucesso.

Alice, no entanto, não parecia disposta a aceitar um não como resposta. Ela nadou mais perto da praia, onde a água estava rasa, e ficou de pé, deixando a água bater levemente em sua cintura.

— Ah, qual é, Max! Você não precisa ser o segurança 24 horas por dia — disse ela, com um sorriso desafiador. — Vai ser bom relaxar um pouco. Ou você tem medo de entrar na água?

Max soltou um leve suspiro, tentando manter a compostura. Ele sabia que Alice estava brincando, mas a verdade era que ele não se permitia relaxar, especialmente quando estava em serviço. No entanto, algo naquela atmosfera, e talvez na forma como Alice o olhava, o fazia reconsiderar, mesmo que por um instante.

— Não é isso... — ele começou a dizer, mas Alice já estava rindo e balançando a cabeça.

— Então venha! Eu prometo não te afogar — ela brincou, claramente tentando provocá-lo.

Max finalmente soltou um leve sorriso, quase imperceptível, mas estava lá. Ele olhou para a água cristalina, e depois para Alice, que o observava com expectativa.

— Está bem — ele disse finalmente, para a surpresa dela. — Só por alguns minutos.

Alice arregalou os olhos, surpresa com a resposta positiva, mas satisfeita. Max, com a postura séria de sempre, tirou a camiseta e caminhou em direção à água, tentando ignorar o fato de que o olhar de Alice estava fixo nele. Ele entrou no mar com passos firmes, e quando a água fria tocou sua pele, ele sentiu uma onda de alívio e relaxamento que não esperava.

Alice sorriu para ele, nadando até mais perto, enquanto ele se mantinha na parte rasa, ainda mantendo uma certa distância. Havia uma tensão sutil entre eles, algo que ambos sentiam, mas nenhum dos dois estava disposto a mencionar.

— Viu? Não foi tão ruim assim (Alice comentou, com um sorriso travesso. ) Agora você pode relaxar um pouco, Max. Estamos no meio do nada, sem ninguém por perto.

Ele assentiu, a expressão ainda séria, mas havia algo em seus olhos que a fez perceber que ele estava, aos poucos, deixando a guarda baixar.

— Só por alguns minutos — ele repetiu, mas sem muita convicção.

E assim, os dois ficaram ali, no mar, o sol descendo lentamente no horizonte, criando um cenário que fazia tudo parecer suspenso no tempo. Max, mesmo em meio a todas as suas preocupações, sentiu que algo estava mudando. E Alice, por outro lado, começava a perceber que a presença de Max ao seu lado tinha um impacto maior em seu coração do que ela estava disposta a admitir.

Alice, ainda sorrindo, decidiu aproveitar o raro momento de vulnerabilidade de Max. Sentiu que a barreira entre eles estava um pouco mais baixa naquele instante, e a curiosidade a impulsionou a se aproximar ainda mais. A água era morna e cristalina, fazendo seus movimentos suaves, quase imperceptíveis, enquanto se aproximava de Max, que permanecia firme, mas visivelmente mais relaxado.

— Eu não mordo, sabe? — brincou Alice, sua voz carregada de leveza.

Max olhou para ela, sua expressão ainda séria, mas seus olhos revelavam um certo desconforto. Ele não estava acostumado a esses momentos, especialmente com Alice tão perto. O profissionalismo que sempre o guiava estava sendo posto à prova, e ele sabia disso.

— Isso ainda é um trabalho, Alice — respondeu ele, com o tom controlado. — Não podemos esquecer por que estamos aqui.

Alice riu suavemente, deixando a água tocar seus ombros enquanto ela nadava ainda mais para perto, suas mãos passando levemente pela superfície. Agora, estavam frente a frente, a poucos centímetros de distância. Ela ergueu o rosto para ele, seus olhos brilhando com uma mistura de provocação e algo mais que Max não conseguia definir.

— Eu não estou esquecendo, Max. — A voz dela ficou mais baixa, quase um sussurro. — Só estou tentando viver um pouco também. Nós dois podemos fazer isso, não é?

A proximidade fez o coração de Max acelerar um pouco, algo que ele não estava preparado para sentir. A brisa leve balançava os cabelos de Alice, e a luz dourada do fim de tarde refletia em sua pele, tornando o momento ainda mais íntimo. Ele lutava internamente contra seus próprios sentimentos, tentando manter o foco, mas algo sobre Alice o atraía de uma maneira que ele nunca havia experimentado antes.

Max desviou o olhar por um momento, como se tentasse se lembrar do porquê estava ali e de suas responsabilidades, mas a presença de Alice era irresistível. Ele podia sentir o calor do corpo dela mesmo na água, e o som suave de sua respiração tão próxima o desestabilizava.

— Alice... — começou ele, com a intenção de dizer algo sério, mas a voz saiu mais hesitante do que ele gostaria.

— Max — interrompeu ela, colocando uma mão suave sobre o ombro dele, seu toque leve como uma pluma. — Você sempre me protegeu, sempre esteve ao meu lado. Eu confio em você mais do que em qualquer outra pessoa. — Ela fez uma pausa, seus olhos buscando os dele. — E, por isso, acho que também quero que você esteja ao meu lado... de outras formas.

Max sentiu um turbilhão dentro de si. As palavras de Alice ecoaram em sua mente, e a proximidade dela, tanto física quanto emocional, o abalava profundamente. Ele respirou fundo, tentando encontrar uma resposta que fizesse sentido, mas nada parecia suficiente naquele momento.

— Alice, isso... — Ele parou, sua mente buscando qualquer argumento para se afastar, mas seu corpo permanecia imóvel. — Não sei se isso é certo.

Ela sorriu, um sorriso doce e genuíno, como se compreendesse a luta interna dele.

— Não precisa ser agora, Max. Só estou dizendo o que sinto. — Ela olhou para ele com ternura. — Talvez você possa pensar sobre isso.

Max ficou em silêncio, o peso das palavras de Alice o atingindo. Ele sabia que seus sentimentos por ela iam além do dever, mas lutar contra isso parecia uma batalha constante. No entanto, naquele momento, ali no mar, tão perto dela, ele percebeu que a luta estava se tornando cada vez mais difícil.

Alice, percebendo o dilema interno dele, soltou seu ombro suavemente e deu um passo para trás na água, dando espaço para ele respirar. Ela sabia que não seria fácil para Max, mas ao menos agora ele sabia o que ela sentia.

— Está tudo bem, Max. Vamos sair da água — sugeriu ela, voltando ao tom mais leve. — Já me sinto renovada.

Max assentiu, aliviado pela mudança de assunto, mas a intensidade daquele momento continuava presente no ar. Eles começaram a caminhar de volta para a praia, lado a lado, mas ambos sabiam que algo havia mudado entre eles. Alice o fez refletir, e ele sabia que, a partir de agora, lidar com seus sentimentos por ela seria inevitável.

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Comments

Ana Claudia Gomes

Ana Claudia Gomes

Pena ñ ter fotos dos personagens...

2024-11-12

3

Ver todos

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