Eles correram pela clareira, desviando dos tiros que zumbiam ao seu redor, o som da hélice do helicóptero ficando cada vez mais próximo Max puxou sua arma e devolveu fogo, tentando ganhar mais tempo para eles.
Finalmente, o helicóptero pousou em um campo aberto à frente a porta lateral se abriu, e um dos agentes da equipe de extração gesticulou freneticamente para que eles entrassem.
— VAI! — Max empurrou Alice na direção do helicóptero.
Ela correu o mais rápido que pôde, enquanto os tiros ainda ecoavam ao longe Max cobriu a retaguarda, disparando contra os homens que agora corriam em direção a eles quando Alice alcançou o helicóptero, Max correu logo atrás, pulando para dentro da aeronave enquanto as balas ricocheteavam nas laterais do veículo.
O piloto não perdeu tempo assim que Max e Alice estavam seguros, ele levantou voo rapidamente, subindo para fora do alcance dos tiros.
Alice estava ofegante, olhando para Max com uma mistura de alívio e incredulidade,eles haviam conseguido.
Max se sentou ao lado dela, ainda segurando sua arma com firmeza ele a olhou, finalmente permitindo-se respirar um pouco mais aliviado.
— Isso foi perto demais... — ele murmurou, olhando para a clareira abaixo deles que agora se afastava.
Alice riu nervosamente, ainda tentando processar o que havia acabado de acontecer.
— Isso foi mais do que "perto demais"... (Ela respondeu, recostando-se no banco e fechando os olhos por um momento. ) Mas você me salvou... de novo.
Max olhou para ela, e pela primeira vez, um leve sorriso surgiu em seu rosto cansado.
— Estamos nessa juntos, lembra? — ele disse suavemente.
O helicóptero continuou subindo, levando-os finalmente para a segurança que tanto buscavam.
Enquanto o helicóptero os levava de volta para a base segura, Alice olhou pela janela, observando a paisagem passar rapidamente abaixo o coração dela ainda batia acelerado, mas agora era mais pela turbulência emocional do que pela adrenalina da fuga o som constante das hélices abafava qualquer outro ruído, criando um ambiente quase íntimo, apesar da presença dos outros agentes na cabine.
Ela voltou os olhos para Max, sentado ao seu lado, com a testa franzida em concentração ele ainda estava alerta, mesmo que o perigo imediato tivesse passado a forma como ele mantinha a postura rígida, pronto para qualquer eventualidade, contrastava com a segurança que ela sentia ao estar ao lado dele.
Nos últimos dias, Alice tinha aprendido a depender de Max mais do que gostaria de admitir,ele era eficiente, focado, e sempre tinha a situação sob controle, não importando o quão caótica fosse mas agora, após aquela fuga desesperada e depois de mais uma vez ser salva por ele, algo diferente a incomodava.
Ela não podia negar o que estava começando a sentir Max era mais do que apenas o segurança contratado para protegê-la ele era... diferente,havia uma frieza calculada em suas ações, algo que ele usava como uma barreira, mas ao mesmo tempo, ele sempre se certificava de que ela estivesse segura, de que nada lhe aconteceria era como se, debaixo de toda aquela armadura de profissionalismo, houvesse um homem que, de alguma forma, se importava com ela de uma maneira mais pessoal do que ele jamais deixaria transparecer.
Alice fechou os olhos e recostou a cabeça contra o assento, mas sua mente estava longe de descansar,as memórias dos momentos que passou com Max voltavam uma a uma,desde o início, ele a tinha tratado com respeito e frieza, como se ela fosse apenas mais uma missão a ser cumprida,mas, ao longo do tempo, houve pequenas mudanças,a forma como ele a olhava às vezes, aquele raro sorriso discreto, como o que ele havia dado no helicóptero pouco antes de escaparem,ela se pegou pensando em como ele sempre sabia o que dizer, sempre no controle, e como isso a fazia sentir-se segura, mesmo nos momentos mais desesperadores.
E havia algo mais, Max não era como os outros que ela havia conhecido, aqueles que apenas viam nela "a filha do presidente",ele não a tratava como uma peça frágil, nem com a condescendência que muitos costumavam usar,ele a havia treinado, preparado para situações como a que acabara de enfrentar, e confiava que ela fosse capaz de lidar com o perigo,isso era novo para ela, Max a via como alguém forte, e isso despertava nela um respeito que ela não sabia que poderia sentir por alguém como ele.
Max se mexeu ao lado dela, estalando os dedos brevemente, e Alice o observou de canto de olho,ele estava concentrado, mas ela podia ver que ele também estava cansado tudo o que ele fazia era por ela, pela segurança dela, e isso fazia seu peito se apertar de uma maneira que ela não esperava.
"Por que ele faz tanto por mim?" ela se perguntou em silêncio. "Eu sou só um trabalho para ele, não sou?"
O helicóptero começou a descer, e Alice soube que estavam se aproximando da base mas, em vez de sentir alívio, ela se sentiu estranhamente inquieta,o que ela estava sentindo por Max era mais do que gratidão pela sua proteção,ele era diferente de tudo o que ela já conhecera, e isso a fazia pensar.
Quando finalmente tocaram o solo, o som das hélices começou a diminuir, e Max se levantou, oferecendo a mão para ajudá-la a sair Alice hesitou por um segundo antes de aceitar o gesto seu olhar encontrou o dele por um breve momento, e algo passou entre eles, um entendimento silencioso, uma conexão que nenhum dos dois ousava admitir, mas que ambos sentiam.
— Está tudo bem? — Max perguntou, sua voz baixa e controlada como sempre, mas havia um toque de preocupação que ele não conseguiu esconder.
Alice assentiu, sem conseguir encontrar as palavras certas,ela estava bem, fisicamente pelo menos, mas sua mente estava um caos.
Enquanto eles caminhavam em direção ao carro que os esperava para levá-los de volta para casa, Alice não conseguia afastar o pensamento de que, talvez, estivesse começando a ver Max de uma maneira que ela não esperava ele era profissional, frio, calculista mas também era protetor, confiável e, de alguma forma, tudo o que ela precisava naquele momento.
No caminho de volta, o silêncio entre eles era confortável, mas para Alice, estava cheia de perguntas não ditas ela olhava pela janela do carro, as luzes da cidade passando rapidamente enquanto sua mente voltava ao mesmo ponto: Max não era apenas o homem contratado para protegê-la,ele era alguém que, de alguma forma, havia se tornado essencial em sua vida,e por mais que ela tentasse evitar, não conseguia deixar de pensar no que isso significava.
Seria possível que ela estivesse começando a sentir algo por ele?
No carro, Alice tentava manter o olhar fixo na janela, mas seus pensamentos continuavam a vagar o silêncio entre eles era quase ensurdecedor agora ela sentia a presença de Max ao seu lado de uma maneira diferente, mais intensa o modo como ele estava sentado, firme e atento, mesmo depois de tudo que havia acontecido, fazia com que ela se perguntasse como ele conseguia ser tão imperturbável,o rosto dele não demonstrava cansaço, apenas determinação.
Ela sabia que deveria sentir apenas alívio por ter escapado, mas havia algo mais agora cada vez que olhava para Max, uma sensação de inquietação e admiração se misturava dentro dela,sua mente estava lutando contra a realidade de que ele era mais do que apenas seu protetor,talvez, sem que ela se desse conta, ele havia se tornado algo mais.
“Por que ele está sempre no controle? Ele nunca se abala?”, pensava Alice, mas o silêncio a incomodava mais a cada quilômetro que passavam.
Inesperadamente, Max quebrou o silêncio, sem tirar os olhos da estrada à frente.
— O que você está pensando? — Ele perguntou, sua voz baixa, mas com um tom que indicava que ele sabia que ela estava em conflito.
Alice ficou surpresa pela pergunta, mas tentou disfarçar.
— Nada demais... só aliviada por termos escapado. — Ela respondeu, mas sabia que não era toda a verdade.
Max ergueu uma sobrancelha, claramente não acreditando muito nela ele conhecia aquele olhar pensativo dela.
— Não parece só isso. (Ele disse, em um tom tranquilo, mas investigativo. )Você tem sido muito mais do que apenas a “filha do presidente” nesses últimos dias, Alice,está começando a entender isso? você hoje se saiu uma bela guerreira lutou bravamente pela sua vida,saiba que hoje você me encheu de orgulho.
Aquela frase fez Alice congelar,Max nunca havia falado algo tão pessoal antes por um momento, ela ficou sem palavras, sem saber como reagir ele não a via apenas como uma pessoa frágil para ser protegida? Isso mexia profundamente com ela e isso a fez se lembrar de algo que ele sempre dizia nos treinos:
— Coloque em prática tudo o que eu te ensinei, porque em algum momento, você vai precisar agir sozinha. ( Max repetiu as palavras que havia dito a ela diversas vezes. ) E hoje, você provou que consegue se proteger não é uma moça frágil como todos pensam.
Alice sentiu um calor invadir seu peito por algum motivo, as palavras dele a tocaram de uma maneira que ela não esperava, Max confiava nela,ele a via como alguém capaz isso era algo que ela nunca tinha pensado que ouviria, especialmente vindo dele.
— Eu só fiz o que você me ensinou. — Ela respondeu, tentando manter o tom casual, mas havia algo na maneira como ela olhava para ele agora, algo que estava além do treinamento.
Max assentiu levemente, mas permaneceu em silêncio, o que a fez se perguntar o que ele estava pensando durante toda a missão, ele tinha sido uma fortaleza de controle e disciplina, mas Alice começava a perceber que, talvez, houvesse algo mais por trás daquela fachada.
Enquanto o carro atravessava as ruas escuras, a mente de Alice voltou à maneira como Max a havia protegido naquele confronto havia uma intensidade no olhar dele, como se ele estivesse fazendo mais do que apenas cumprir seu dever e então, em um impulso, ela falou sem pensar:
— Por que você me protege tanto, Max? — As palavras escaparam antes que ela pudesse se impedir, e ela imediatamente desejou poder voltar atrás.
Max não respondeu de imediato o silêncio se estendeu por alguns segundos que pareceram uma eternidade quando ele finalmente falou, sua voz era controlada, mas havia algo diferente nela, algo que Alice nunca tinha notado antes.
— Porque esse é o meu trabalho. — Ele disse, mas havia um peso nas palavras, como se houvesse algo mais que ele não estava dizendo.
Alice olhou para ele, estudando cada detalhe de seu rosto enquanto ele mantinha os olhos na estrada mas, desta vez, ela não podia simplesmente aceitar aquela resposta vaga ela sabia que havia mais ali, algo que Max não estava pronto para revelar.
— E é só por isso? — Ela insistiu, desafiando o silêncio dele.
Max ficou em silêncio novamente, mas desta vez ela percebeu o leve tensionar de seus ombros, como se ele estivesse ponderando sobre a resposta quando ele finalmente olhou para ela, foi apenas por um segundo, mas naquele breve momento, Alice viu algo diferente em seus olhos — algo que ele rapidamente escondeu novamente.
— É o suficiente por agora. — Ele respondeu, desviando o olhar a tensão entre eles parecia quase visível.
Alice sentiu uma mistura de frustração e curiosidade Max era um enigma, sempre tão controlado, mas havia momentos, como agora, em que ela sentia que ele deixava escapar algo mais,algo que ele não queria que ninguém visse,nem mesmo ela.
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Atualizado até capítulo 32
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