Corrida Noturna

Depois do beijo, Mia se afasta com um sorriso misterioso e encara Dante nos olhos, uma faísca de desafio que diz mais do que qualquer palavra.

— Me encontra na mesma praça — diz ela, sua voz baixa, mas carregada de intenção. Em seguida, vira-se e desaparece pela porta.

Dante fica parado por um instante, o coração acelerado, processando tudo o que acabara de acontecer. Ele respira fundo e decide ir. Ao chegar, a cidade já está mergulhada na noite, as sombras das luzes da rua se estendendo pela praça como se fossem espectadoras silenciosas. Ele logo avista o carro de Mia estacionado, aguardando como um predador à espreita. Ela está no banco do motorista, os braços relaxados no volante, mas o olhar fixo em Dante, ardente e desafiador.

— Achei que não vinha — diz ela, com um sorriso afiado, quase predatório.

— E eu achei que você queria me evitar — responde Dante, com um tom firme e provocador, aproximando-se do carro sem hesitar.

Mia apenas ergue uma sobrancelha, o sorriso ampliando nos lábios.

— Está preparado? — pergunta ela, o brilho nos olhos revelando uma combinação de intensidade e diversão, um convite para o desconhecido.

— Vamos nessa — responde ele, a voz baixa e controlada, entrando em seu carro e se posicionando ao lado dela.

Sem mais uma palavra, os motores rugem na noite silenciosa, enchendo o ar com uma promessa de perigo. Mia dispara na frente, guiando o carro com uma habilidade fria, mas Dante a persegue de perto, o carro quase tocando o dela a cada curva fechada. Mia observa pelo retrovisor, captando o olhar intenso dele, e uma faísca de desejo misturado com desafio percorre seu corpo.

Em uma longa reta, Dante ganha velocidade, chegando lado a lado com ela. Os olhares se cruzam por uma fração de segundo, e, sem perder o ritmo, Mia solta uma risada desafiadora e acelera ainda mais, sentindo a adrenalina pulsar. Dante sente o mesmo, como se naquele momento nada mais existisse além dela, do desafio e do perigo de não recuar.

Os dois desviam de obstáculos com precisão, cada um recusando-se a desistir. A corrida se transforma em um jogo de sedução e tensão, e cada curva arriscada apenas aumenta a intensidade entre eles. Na última curva, Mia freia bruscamente, fazendo o carro deslizar. Ela mantém o controle com perfeição, mas sente o calor do olhar de Dante enquanto ele faz o mesmo movimento. Finalmente, os carros param lado a lado, o silêncio preenchido apenas pela respiração acelerada dos dois.

Assim que ambos percebem o empate, trocam um olhar intenso e carregado de provocação. Dante não hesita. Ele dá um passo à frente, puxando Mia para mais perto e a beijando com uma paixão que ele parecia guardar apenas para ela. Mia fica surpresa no início, seus olhos se arregalando por um instante, mas logo se rende e retribui o beijo, suas mãos subindo até o pescoço dele, puxando-o para mais perto.

Lá de cima, Nick observa a cena pela janela, a expressão fechada. Mas o momento é interrompido pelo toque repentino do celular em seu bolso. Ao ouvir o som, seu corpo gela, como se já soubesse quem estava ligando. Com um suspiro tenso, ele atende, os olhos ainda fixos na cena lá embaixo.

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