No Olho do Furacão

Dante, inquieto, pergunta para Hellen:

— Você viu meu celular? — A urgência em sua voz era evidente.

Hellen balança a cabeça, visivelmente frustrada.

— Ainda não conseguiram achar, Dante. Já perguntei para a equipe do hospital.

Dante respira fundo, tentando controlar a impaciência que crescia. Sem outra opção, ele olha para Hellen.

— Posso usar o seu, então? Preciso fazer uma ligação.

Hellen hesita por um segundo, mas entrega o aparelho a ele com um leve sorriso.

— Claro. Vou lá fora ver com a equipe quando você vai poder sair daqui — disse ela, enquanto deixava o quarto, dando-lhe privacidade

Dante respirou fundo, ainda processando a última conversa com Mia, mas sabendo que precisava falar com ela. Ele pressionou o número no celular de Hellen e esperou. Após alguns toques, uma voz masculina atendeu.

– Alô? – A voz era fria, autoritária.

Dante ficou em silêncio por um segundo, surpreso.

– Eu... preciso falar com a Mia – disse ele, tentando manter a calma.

– Mia está indisponível – a voz respondeu, sem emoção.

Dante franziu o cenho, irritado.

– Quem está falando? – perguntou, firme.

– Nicholas.

– É importante que eu fale com ela – insistiu Dante.

Nicholas soltou uma risada leve, mas carregada de desdém.

– Importante? Não sei o que você pensa que tem com ela, mas não é você quem decide o que é importante para Mia.

Dante apertou o celular, controlando a frustração.

– Apenas diga a ela que é Dante. Ela vai querer falar comigo.

– Vou pensar no seu caso, Dante – Nicholas disse, o tom desdenhoso. – Mas, por enquanto, sugiro que não perca seu tempo.

Dante respirou fundo, mas antes que pudesse responder, Nicholas encerrou a ligação.

Dias depois, Dante finalmente recebeu alta do hospital. As semanas haviam se arrastado em silêncio, sem nenhuma resposta de Mia. A frustração e a preocupação o consumiam, mas, com o evento importante organizado por Max se aproximando, ele sabia que precisava manter o foco.

Na noite da ocasião, o ambiente estava impecável, com decoração refinada e um clima de expectativa. Os convidados chegavam aos poucos, e entre eles estavam grandes nomes do Queen Group e outras corporações de destaque.

Dante caminhou pelo salão, tentando se concentrar nos contatos e nas conversas profissionais, mas seu olhar vagava, quase involuntariamente, à procura de um rosto familiar. Ele sabia que Mia, com toda a sua influência, provavelmente estaria ali, mesmo que fosse apenas para observar.

A atmosfera de glamour e riqueza apenas amplificando sua frustração. A música suave não conseguia abafar o tumulto em sua mente. Ele se aproximou de Max, tentando controlar a raiva que crescia a cada momento.

— Max, você viu a Mia nos últimos dias? — perguntou, a esperança se misturando com uma ansiedade crescente.

Max balançou a cabeça, um olhar preocupado no rosto.

— Não a vejo há algum tempo. Por quê?

Mas antes que Dante pudesse responder, a porta se abriu, e o ambiente inteiro parou. Mia entrou, deslumbrante, ao lado de Nicholas. Eles exalavam uma aura de poder, como se tivessem chegado de um mundo onde apenas os privilegiados existiam. A forma como Nicholas a observava, como se a posse dela estivesse assegurada, fez o coração de Dante disparar de raiva.

Ele agarrou um copo de whisky, despejando o líquido amargo em um gole. O calor do álcool não acalmou a tempestade que se formava dentro dele.

Max notou a mudança na expressão de Dante e se aproximou, preocupado.

— O que houve, cara? Você está pálido.

— Eu e Mia tivemos uma discussão antes do acidente — Dante começou, a voz tensa. — Eu pensei que ela fosse diferente, mas agora a vejo correndo para os braços de outro.

Max abriu a boca, surpreso.

— Mas que merda é essa que você está falando, Dante? Não sei o que aconteceu, mas você deve ter entendido errado. Mia não é assim.

Dante revirou os olhos, incapaz de conter a indignação.

— Não é assim? Olha para ela, Max! Ela está sorrindo e se divertindo com aquele homem como se nada tivesse acontecido entre nós!

A raiva pulsava em suas veias. Cada risada de Mia ecoava em sua mente como uma facada, e cada toque de Nicholas em seu braço era como um lembrete doloroso do que ele perdera.

Max tentou falar, mas Dante o interrompeu, a voz cortante.

— Liguei para ela duas semanas atrás, e quem atendeu foi um tal de Nicholas. E pelo visto, aquele que está com ela agora é ele!

A tensão entre eles era palpável. Hellen, que estava próxima, não perdeu a chance de entrar na conversa.

— Que piranha! Dias atrás, ela estava dando em cima do Dante e agora já está com outro.

Max olhou de Hellen para Dante, confuso e frustrado.

— O que vocês têm hoje? — ele perguntou, a incredulidade transparecendo em sua voz.

Dante sentiu um nó se formar em seu estômago. Ele não podia simplesmente ficar parado. Com um movimento brusco, virou-se, decidido a confrontar Mia e Nicholas, o coração batendo forte no peito.

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