Dante abre os olhos, sentindo uma leve dor na cabeça e uma certa confusão ao tentar processar o que aconteceu. Em meio ao torpor, ele murmura o nome de Mia, chamando-a baixinho, sem perceber. Hellen, ao lado dele, sente o coração apertar ao ouvir, mas rapidamente disfarça, ajudando-o a se sentar na cama.
— Max... — Dante diz, ainda um pouco desorientado. — Onde ele está?
— Ele estava aqui o tempo todo — responde Hellen suavemente. — Quando soube que você acordou, saiu dizendo que tinha algo para resolver.
Dante esboça um sorriso e, com um olhar brincalhão, pergunta:
— E você? Ficou aqui o tempo todo também?
Hellen hesita por um instante. Ela sabe que, na verdade, quem estava ao lado de Dante era Mia, segurando sua mão e mostrando uma fragilidade rara de ver. Por um breve momento, pensa em contar a verdade, mas a ideia de Dante focado em Mia faz com que mude de ideia.
— Claro — ela responde, forçando um sorriso. — Estive aqui o tempo todo.
Dante a observa, parecendo satisfeito com a resposta, enquanto Hellen sente um vazio crescente. Ela queria acreditar que Dante a notaria, mas agora percebe que talvez seus sentimentos não sejam tão correspondidos quanto esperava.
Tempos depois, Max chega ao hospital como um furacão, a adrenalina pulsando em suas veias. Ele avista Nick na sala de espera, a expressão preocupada e sombría, e não consegue conter a urgência em sua voz.
— Nick! — ele chama, apressando-se até ele. — Como ela está? Ela está bem?
Nick desvia o olhar, a carga emocional evidente em seu rosto.
— Já faz um dia e ela ainda não acordou — responde, a voz baixa e pesada como chumbo.
A frustração consome Max, e ele sente o sangue ferver.
— Você estava louco de levar ela desmaiada se ela já estava no hospital?
Nick fixa os olhos em Max, a raiva também crescendo dentro dele.
— Eu não ia deixar que ela ficasse perto daquelas pessoas — diz, com firmeza, os músculos tensionados. — Elas só vão machucar ela! Você não entende?
Max aperta os punhos, a indignação transbordando.
— Isso não faz sentido! — ele grita, atraindo a atenção de algumas pessoas ao redor. — Você acha que está protegendo ela, mas só está criando mais caos! Como você pode ser tão egoísta? Ela precisa de ajuda, Nick! Não de suas decisões precipitadas!
Nick se aproxima, encarando Max nos olhos, os dois homens a centímetros de distância, como se estivessem em um campo de batalha.
— Egoísta? — ele retruca, a voz tensa. — Você não faz ideia do que está em jogo aqui! Eu faço o que for preciso para proteger a Mia, mesmo que você não concorde!
Os dois se encaram por alguns segundos, a tensão pairando no ar, até que Max, com um suspiro profundo, puxa Nick para um abraço apertado.
— Eu entendo o que você está sentindo — diz Max, a voz suave, mas firme. — Mas você precisa ter mais cuidado. Afinal, é a saúde da Mia que está em jogo.
Nick fecha os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras de Max.
— Eu sei, Max — ele responde, a sinceridade transparecendo em sua voz. — Eu só estou tentando protegê-la.
Max se afasta levemente, olhando nos olhos de Nick, buscando uma conexão sincera.
— Eu também quero protegê-la — diz ele, a preocupação evidente em seu olhar. — Mas precisamos ser mais racionais. Não podemos agir por impulso. Cada decisão conta.
Nick assente, a tensão em seu rosto suavizando um pouco, enquanto percebe que, apesar das diferenças, ambos têm o mesmo objetivo: cuidar de Mia.
— Você tem razão — admite Nick, a vulnerabilidade aparecendo em suas palavras. — Só quero que ela fique bem.
Max encara Nick, os olhos ardendo de preocupação.
— O que os médicos falaram? — pergunta, a voz tensa.
Nick respira fundo, a frustração visível em seu rosto.
— Eles ainda estão fazendo exames — responde, a expressão carregada. — Mas acreditam que é só o cansaço que tomou conta. O corpo dela simplesmente não aguentou.
Max sente um frio na barriga, a inquietação crescendo.
— E isso é tudo? — ele dispara, a ansiedade transbordando. — O que mais aconteceu?
Nick baixa a cabeça, a culpa pesando sobre seus ombros. Em um acesso de raiva, ele se vira e começa a dar murros na parede, a frustração transbordando.
— Merda! Eu deveria ter estado lá! — ele grita, a dor em sua voz ecoando no corredor. — Se eu estivesse aqui, talvez eu pudesse ter feito algo, impedi-la de se sacrificar tanto!
Max se aproxima, preocupado, colocando a mão no ombro de Nick.
— Nick, calma! — ele diz, a voz firme. — A culpa não é sua.
Nick para por um momento, respirando pesadamente, mas a raiva ainda brilha em seus olhos.
— É fácil falar assim, Max! — ele responde, o tom ácido. — Mas eu sinto que falhei com ela! E agora, enquanto ela está aqui, inconsciente, eu não consigo tirar isso da minha cabeça.
Max balança a cabeça, tentando trazer um pouco de clareza à situação.
— Você ainda pode fazer algo. Quando ela acordar, esteja lá para ela. Mostre que ela não está sozinha — sugere, o tom grave. — Isso pode ser mais importante do que você imagina.
Nick aperta os punhos, a determinação surgindo em meio à angústia.
— Vou fazer isso. Vou garantir que ela saiba que estou aqui, não importa o que aconteça. Não vou deixar que ela se sinta sozinha de novo.
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Atualizado até capítulo 33
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