Capítulo 6

O fim de semana transcorreu tranquilamente, as meninas trabalharam no sábado e no domingo dormiram quase o dia todo. Bruno trabalhou de casa durante todo o fim de semana bebendo uísque e Diogo foi a um churrasco de aniversário. Não se falaram no fim de semana.

Já era segunda -feira quando Bruno levantou da cama, fez sua rotina matinal e foi para o escritório. Lá encontrou um Diogo que estava aéreo.

Bruno: O que houve com você? Cheguei já faz um bom tempo e você tá aí perdido a manhã inteira.

Diogo: Cara, eu tô muito a fim da Júlia, vou chamar ela para sair nesse fim de semana. A gente se deu tão bem.

Bruno: E eu quero a Ana pra mim.

Diogo: Você tá estranho, nunca te vi falando assim.

Mas eu entendo... Eu não paro de pensar na Júlia. Foi muito bom nosso momento quando a levei para o apartamento. E falando nisso, que merda de lugar!

Bruno: Não gosto de imaginar aquela princesa dormindo naquele prédio horrível. Ela trabalha num supermercado e quer fazer faculdade. Preciso fazer alguma coisa a respeito disso. Não gosto desses planos dela, e nem da vida atual.

Diogo: Vou almoçar no restaurante do outro lado da rua. Me acompanha?

Bruno: Não, preciso ir a um lugar.

Bruno saiu rápido do escritório, pegou o carro no estacionamento e foi rumo ao supermercado.

Ana: Sérgio, pode me ajudar aqui? Preciso que cancele este produto que registrei, a cliente desistiu de levar. E eu preciso ir ao banheiro quando acabar de atender essa cliente.

Sérgio: Já estou indo mocinha.

Ana: Obrigada.

Sérgio: Você é tão linda. Quando vai me dar a honra de sair comigo?

Ana: Não estou interessada, desculpe.

Sérgio era fiscal de caixa no supermercado, vivia olhando para Ana. Quando ela se distraiu ele lhe deu um beijo na bochecha e saiu andando.

Ana: Sérgio, somos colegas de trabalho e podemos continuar. Se confundir as coisas vou me relacionar com você apenas profissionalmente.

Sérgio: Eu sei querida, foi só um beijo de amigos na bochecha.

Sérgio tinha 25 anos, era alto, corpo atlético, cabelos loiros bem curtos e arrepiados, com olhos verdes. Fazia sucesso entre as funcionárias do supermercado, mas com Ana ele não conseguiu nada além de amizade.

Quem observava de longe, no estacionamento em frente ao supermercado, era Bruno, que socou o volante de raiva. E logo voltou para o escritório, sem almoçar.

Diogo: Droga, Celina! Eu já te falei que queria os papéis do contrato até hoje! _ berrou.

Celina: Desculpa senhor Diogo, eu me atrasei no meu serviço hoje porque me senti mal de manhã.

Diogo continuou esbravejando com a secretária, totalmente descontrolado batendo na mesa com uma arrogância que fazia Celina encher os olhos de lágrimas e tremer. Aguentava todas as grosserias de Diogo porque ganhava bem e precisava bastante do emprego até terminar a faculdade. Diogo era explosivo e exigente no trabalho.

Bruno sempre sério e frio, passou por eles e entrou na sua sala batendo a porta e chamando a atenção de Diogo que agora parou de gritar e mandou Celina sair de sua frente imediatamente.

📱 Bruno: Olá Ana. Que tal sairmos hoje a noite para jantar? Passo na sua casa para te pegar. Pode ser?

Anoiteceu e Ana não respondeu. Quando era 22:00 ela viu a mensagem.

📱Ana: Saí do trabalho agora, acho que não vai dar. Só agora pude pegar o celular e ver a mensagem.

Ana pegou o ônibus e foi para casa. Às vezes ia andando porque era perto.

Quando desceu do ônibus e ia entrar no prédio viu um carro parado e Bruno encostado a esperando.

Bruno: Você sai muito tarde do trabalho, mas vim te levar pra jantar assim mesmo. Deve estar com fome.

Ana: Vamos subir, eu vou tomar um banho e trocar de roupa então. Ela falou sem jeito e sem coragem de mandar Bruno ir embora.

Bruno: Ok.

Subiram, e Bruno reparou que o apartamento era muito organizado, limpo, mas era muito velho, com rachaduras nas paredes e mofo nos cantos, teto descascando por conta de goteiras. Ana tomou um banho e colocou um vestido branco de florzinhas e alças que ia até os joelhos e uma sapatilha bege. Penteou os cabelos lavados, passou seu perfume e saiu do quarto. O único banheiro que tinha ficava dentro do quarto.

Ana apareceu na sala e Bruno estava no sofá, reparando o apartamento. Ana sem graça, chegou perto.

Ana: Agora que tomei um banho, posso te comprimentar melhor.

Bruno: Eu não me importo que você esteja suada do trabalho. Eu te quero de qualquer jeito.

Ana achou engraçado, soltou uma risadinha e corou as bochechas. Se abraçaram e Bruno lhe deu um beijo na boca suave que foi correspondido por Ana. Ela estava nas nuvens com as sensações e deslumbrada por esse homem lindo que a queria.

Bruno: Vamos?

Ana: Sim.

Bruno: Sua amiga não está em casa?

Ana: Ela saiu para lanchar lá no shopping mesmo com os colegas de trabalho. E disse que o seu primo Diogo ia encontrar com ela lá.

Bruno: Vamos jantar no meu apartamento. Mandei preparar uma lasanha. Gosta?

Ana: Claro! Amo! Obrigada. Estou com fome.

Ana sorriu.

Chegaram no apartamento, e Ana ficou encantada com todo luxo e conforto do lugar.

Ana: Seu apartamento é lindo!

Bruno: Fique a vontade. Vamos para a sala de jantar, já vou mandar servir. Vamos jantar e depois podemos conversar um pouco, eu te levo em casa ou pode dormir aqui se quiser e te levo amanhã de manhã.

Ana: Prefiro dormir no meu apartamento.

Bruno: Ok. Vamos.

Ana: Nossa! Está com uma cara ótima! Vou querer suco, não bebo vinho.

Bruno: Pode nos servir Cláudia e se retirar por favor.

Ana: Hum... Que delícia, obrigada, Cláudia.

Bruno: Que bom que gostou. Cláudia está comigo há muitos anos. Cozinha muito bem.

Ana: Quantos anos você tem?

Bruno: 33. Você tem 18, né?

Ana: Sim.

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