O meu filho

Pov's Aaliyah.

Assim que Khadija me viu entrando, ela arregalou os olhos assustada. Sogra estava do meu lado, me protegendo.

— Devolve o bebê!— a mais velha exigiu.— Yalla, faça o que eu estou mandando.

A contragosto a primeira esposa de Faruk me entregou de volta, se sentindo acuada. Seus olhos me encararam ressentidos.

— Pode voltar para o quarto, Aaliyah, e tranque a porta— sogra ordenou e me retirei.

Antes de subir os degraus da escada, olhei para trás ao escutar:

— Sogra, eu posso explicar!

Ouvi o som do tapa que Khadija recebeu na cara.

— Saiba o seu lugar nesta casa, aqui quem manda sou! Você não pode mandar ninguém embora, porque a casa é minha. Que Alá tenha piedade da tua alma, só não irei acordar Faruk agora, porque ele se sentiria envergonhado ao ter uma esposa como você.— a humilhou, olhando-a com desprezo.

Resolvi prosseguir os meus passos, antes que aquela briga sobrasse para mim.

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06:00 AM.

Mal consegui dormir. Não me sentia segura, estava em pânico com a possibilidade de Khadija me mandar embora novamente.

A porta se abriu de repente e naquela hora senti um frio na barriga. Fiquei suspensa, mas suspirei aliviada ao ver que não era ela.

— Como dormiu?— meu esposo indagou, com um sorriso singelo no rosto.

— Bem.

— Posso pegá-lo?— pediu, todo bobo, admirando o recém-nascido.

— Nahim.— concordei e Faruk estendeu os braços.

O entreguei, escutando-o dissertar palavras do Alcorão, ele o chamava de pequeno anjo. Seus olhos brilhavam ao mirar o neném.

Não queria estragar a felicidade do homem que havia me acolhido no meu pior momento, mas eu precisava ser honesta....

— Faruk. — o chamei, e foi aí que ergueu a cabeça.— Você já sabia?— fiz a pergunta, nervosa.

— Sobre o quê?— questionou, desfazendo o seu sorriso.

— Sobre Muhammad não ser o...

— O meu filho.— completou a frase— Eu não me importo, porque o amarei como se fosse.

— E Ali Nejat já sabe?— mencionei o nome do outro, mexida.

—Acredito que não. Mas se sabe, finge que não.

— Faruk.— mais uma vez o chamei, notando o seu desconforto.— Eu quero ir embora. Me deixe ir.— pedi.— Me deixe levar o meu bebê. Quero recomeçar em um país que eu possa ter minha própria liberdade, quero poder ser feliz.

— Você aqui vai ser muito feliz. Não lhe faltará nada.

— Faltará sim.— soei, sem conseguir botar para fora— Faltará amor.

— Posso aprender amar você, Aaliyah.

— La! — neguei com a cabeça.— Você já tem Khadija, você já tem sua própria esposa. Você não tem obrigação de gostar de mim. Esse casamento não era para ter acontecido. Seu irmão me usou e depois me descartou, ele brincou com os meus sentimentos. Será que eu não mereço ser amada?

— Merece.

— Pois então, me deixe ir.

— Eu não posso passar por cima dos costumes.

— Prefere que eu viva a vida inteira do seu lado, infeliz?— joguei as palavras, avistando a sua reação.

— La, de forma alguma.

— Sendo assim, me deixe ir embora com o meu filho.

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Será que Faruk vai permitir ela ir?

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