Capítulo Vinte
Yulia
Andrei os viu entrando e me deu uma longa encarada. Dei de ombros e fomos para o meio do salão, para eu não ficar a vista deles. E isso até funcionou por um tempo, até que vi os dois caminhando até nós, com os pais deles.
Ambos colocaram os olhos em mim, e me virei de costas, não podia ser reconhecida, ainda mais aqui. — Andrei, acho melhor irmos embora.
Ele me olha, depois olha para os Italianos que se aproximam. — Sei que é difícil, mas Andrea tem negócios conosco. Fica tranquila, eles não vão te reconhecer. — Andrea tenta me acalmar.
— Andrei, que prazer, quando Dalton me contou que estava aqui, ainda mais com o Herdeiro de Alexander, fiquei surpreso. — Ele diz, e reviro meus olhos.
— Boa noite Andrea, quero lhe apresentar a filha de Alexander. — Andrei diz, destacando a palavra filha, para ele saber que sou eu, sim… uma mulher.
Ele me olha com os olhos arregalados, e sei bem que eles da Itália são totalmente contra mulheres assumindo papeis tão “importantes”.
— Boa Noite, Andrea, é um prazer conhecê-lo. — Estendo minha mão para ele, e o mesmo pega com total desgosto.
— Pensei que Alexander tinha um filho. — Ele diz na lata.
Vejo Francesco e Nikolai encararem o homem com desaprovação. — Para tristeza de muitos, não, mas pode ficar tranquilo, que sou bem melhor que um homem. — Abro um sorriso.
Francesco e Nikolai me olham e fico um pouco estática, eles não podem me reconhecer, de forma alguma, respiro fundo e logo Edoardo também me cumprimenta, logo depois os dois, e até fico aliviada em estar de luvas, não posso sentir a pele deles na minha.
Conversamos sobre alguns negócios, que eu estou a par, e a todo momento Francesco e Nikolai me olhavam, e sei bem que eles estavam pensando que me conheciam de algum lugar.
Por sorte, um homem apareceu e chamou os quatro, suspirei aliviada, e logo em seguida fui embora com Andrei.
— Você foi simplesmente perfeita. ainda mais com Andrea, sabe bem que eles não aceitam nenhuma mulher no poder. — Andrei me ajuda a entrar no carro. — Se não faltasse pouco para os filhos assumirem, tenho certeza que cortariam laços conosco. — Ele revira os olhos.
Reviro os meus também, e começo a tirar minhas luvas, tiro meu salto também que está me matando. — Andrei, vou assumir os negócios mais cedo, quero apenas mais um mês. — Digo.
Andrei para o carro no meio da rua, e me olha assustado. — Aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta.
— Não, mas acho que está na hora de assumir. — Abro um sorriso e ele também.
Sim, resolvi assumir meus deveres logo, ainda mais com o que está acontecendo naquela cobertura. Francesco, Nikolai e eu, estamos entrando em algo totalmente errado. Quando eles descobrirem quem realmente eu sou, quero estar bem longe, isso pode me trazer problemas sérios, e não quero isso.
Tenho sorte que somos aliados, e não teria o porque de eu fazer algum mal a eles, a aliança deles com a Ivanov é de mais de quinze anos.
Vou trabalhar lá apenas mais duas semanas e sair, depois vou ficar com meu tio, preciso também conversar com ele sobre tudo, não quero deixá-lo sem informações. Depois vou para a Rússia.
Cheguei na casa do Pai, e Andrei se despediu, ele iria pegar o avião para casa hoje mesmo, por isso me despedi e fui diretamente descansar. Tiro toda minha roupa e tomo um banho, quando vou me preparar para deitar, meu telefone toca.
— Tio, aconteceu algo?
— Yulia, o Javier apanhou aqui na frente, de dois homens, a polícia está aqui, preciso que traga um documento para mim.
Na hora me assuto.
— Quem bateu nele?
— Um babacas homofobicos.
— Ele está bem, tio?
— Sim, só machucou o rosto.
— Estou a caminho.
Desligo o telefone e me troco rápido, ligo para Marcel, e logo ele está na porta da casa do Papi. — Quero que chegue lá e descubra quem bateu nele, se realmente foi apenas por acaso, ou se tem algo mais. — Digo.
— Pode deixar.
Marcel dirigiu rápido até o local, e assim que estacionamos, mandei ele esperar, e notei que havia um carro preto parado um pouco a frente, com um cara observando o movimento.
— Não sei, estou com um pressentimento ruim. — Digo.
— Sai, vou ficar de olho. — Marcel diz.
Pego minha bolsa, e deixo minha mão dentro, com a arma já pronta para atirar. Saio do carro, e vou caminhando até a danceteria. Vejo a polícia e caminhei até meu tio.
Resolvemos tudo e ajudei ele a fechar, Marcel me disse que estava tudo certo. Meu tio foi levar o Javier no hospital, porque vi que seu nariz quebrou, e chamei o Marcel para me levar de volta. Entrei no carro e seguimos de volta para a casa do meu tio.
A sensação estranha no meu peito estava ficando maior. Quando íamos virando em uma das ruas, senti o impacto no carro, me segurei, e vi quando capotamos duas vezes, e o carro bateu em uma árvore, ao lado de uma imensa floresta.
Senti meu corpo todo doer, mas vi que não tinha me machucado seriamente. Peguei minha arma e olhei para Marcel desacordado. Tirei meu cinto, e vi luzes se aproximando. Sai do carro, e uma dor me invadiu completamente. Olhei para minha coxa, e havia algo enfiado nela. Olhei direito e era um pedaço de vidro. Respirei fundo e mancando fui andando até uma parte mais escondida. Segurei a arma e ouvi vozes, pareciam ser apenas três homens.
Eles chegaram ao lado do carro e vi o momento que se assustaram ao não ver ninguém no banco do passageiro. — Cadê aquela vagabunda? — Um deles fala.
— Deve ter voado do carro, tomara que esteja morta. — O outro fala e abro um sorriso.
— Acha o corpo dela. — O outro diz e vejo eles virem em minha direção.
Sem esperar, sai de trás da árvore, e rapidamente atirei neles. Acertei dois deles, e o outro correu para o lado do carro. Ele começou a atirar em mim, e corri para trás da árvore de novo. Minha perna queimou e eu gemi de dor.
— Sua maldita, vou matar você, e levar seu corpo pro meu patrão. — Ele grita.
Ouço mais tiros, e quando eles cessam saio de novo e atiro nele, correndo para o outro lado. Minha perna doi mais ainda e caio de joelhos. Ouço algo se mover, e me viro, vendo o desgraçado aparecer, não penso e atiro, acertando seu peito e sua cabeça em seguida.
Quando ele cai, sinto meu braço queimar, e vejo que levei um tiro de raspão. — Porra. — Resmungo.
Deitei no chão e fechei meus olhos, tentando acalmar toda a dor que estava sentindo.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Maria Daguia
Misericórdia autora!!! Cuida bem dela aí!!!!😳😳😳😳😳😳😳😳😳😳
2024-11-17
0
Maria Daguia
Quem ousa querer fazer mal à Dona da Porra Toda...????????🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬
2024-11-17
0
Francislene Cardoso
Quem é essas pessoas que quer fazer mal a yulia.
2024-10-05
0