Capítulo Dois
Yulia
Acordei cedo com meu celular tocando, peguei ele em cima da mesinha ao meu lado e abri meu olho com dificuldades. Na tela havia um número desconhecido e achei estranho. Me sentei na cama e atendi, ainda sonolenta.
— Bom dia, senhorita Yulia Torres? — A voz de uma senhora ecoa do outro lado.
— Bom dia, sou eu, quem gostaria? — Falo com a voz um pouco arrastada.
— Acredito que tenha te acordado, peço desculpas, me chamo Rosa Davis, ontem você se candidatou para uma vaga de empregada, e gostaria de conversar com você. — Ela fala, e pulei da cama.
— Claro… Claro, quando podemos nos encontrar?
— Pode ser hoje? Daqui duas horas, vou mandar o endereço por mensagem.
— Tudo bem, até daqui duas horas e muito obrigada. — Falo, animada.
Rosa desliga e fiquei pulando pelo quarto, pego celular de novo e fico boquiaberta pelo endereço, é onde ficam diversos prédios de luxo, os mais caros de Nova York.
Corro para o banheiro e tomo um banho rápido, me visto com uma calça social, salto alto e uma blusa soltinha e pego minha bolsa. Desci as escadas e o cheirinho de café, invadiu meu nariz.
O'Que eu sentia mais falta na minha vida, era dos cafés da manhã em família com meu pai, todas as manhãs eram as mesmas. E agora estar aqui com o Papi, que é uma pessoa super importante na minha vida, é a melhor coisa que poderia ter.
Respirei fundo, tentando esconder toda a tristeza e a saudade que me tomou, apenas por lembranças boas.
Sou guiada pelo cheiro maravilhoso e vejo Papi comendo na mesa junto com Javier. — Buenos Días, família. — Me aproximo da mesa.
Javier se vira rapidamente pra mim, e com um pulo levanta e corre em minha direção, me prendendo em um abraço gostoso. — Yulia, que saudades eu estava.
–- Também senti sua falta, Javier. — Abraço ele com carinho.
Javier me solta e dou um beijo na testa de Papi. — Bom dia sobrinha.
Me sento ao lado de Javier e começamos a conversar animados, falando sobre minha viagem. — Por Guadalupe, vou me atrasar. — Olho para o relógio e me levanto rapidamente.
— Para onde vai Yu? — Javier arqueia a sobrancelha.
— Para uma entrevista em Wall Street. — Falei, correndo para escovar os dentes.
Não ouço o que eles falam, e entro no banheiro para fazer minha higiene, olho e ainda tenho meia hora para chegar lá, chamei um uber e corri para fora, sem nem dar tchau para o Papi e Javier.
Entro no Uber e sinto a ansiedade bater, odeio me atrasar para compromissos, ainda mais uma entrevista, espero conseguir chegar lá a tempo.
O caminho até o prédio era tranquilo, e muito lindo, fiquei observando tudo ao meu redor, as pessoas, os lugares, era diferente de onde estava morando.
O táxi parou na frente de um prédio enorme, olhei no relógio e tinha chegado na hora. Paguei o motorista e corri pra dentro. Verifiquei a mensagem de rosa novamente, fui até a recepção e falei meu nome, me liberaram e eu fui subindo o elevador.
Assim que as portas se abriram, saí dando de cara com um pequeno espaço, apenas com o elevador e uma porta enorme linda, observei bem os detalhes esculpidos na madeira e fiquei sem fôlego. Passei meus dedos pelas leves elevações e nem me dei conta quando a porta abriu. Levei um susto e arrumei minha postura.
Uma senhora apareceu toda sorridente, ela olhou para mim e depois para a porta. — Eu amo essa porta, também fico admirando ela às vezes. — Ela abre um sorriso enorme. — Bom dia Yulia, vamos entrar.
— Bom dia, Senhora Rosa. — Passo por ela e aguardo.
— Vamos conversar na cozinha, e por favor, apenas Rosa. — Ela fala sorridente e vai andando para outro cômodo.
O apartamento é enorme, parece ter dois andares, a decoração é bem básica, apenas preto, cinza e alguns detalhes em madeira escura. Não seria minha principal escolha, mas gosto também de uma decoração mais escura.
Acompanhei Rosa até a cozinha e logo ela indicou que eu me sentasse em um banco ao lado da ilha.
Observei bem a cozinha e não era muito grande, mas confortável, havia a área da pia com o fogão embutido, logo ao lado uma grande geladeira e no meio uma ilha enorme de mármore preto.
— Yulia, estamos precisando de uma empregada, para fazer alguns serviços básicos do dia a dia. — Ela senta e me olha — Apenas eu trabalho aqui todos os dias, eu faço a comida e organizo a cozinha, você ficaria por conta de limpar e organizar os quartos e banheiros, também a sala e o escritório. Recebemos uma vez na semana uma equipe de limpeza mais pesada, por isso, só precisamos manter. Você também vai me ajudar na cozinha quando tiver tempo. Sabe cozinhar?
— Sei sim, fiz um curso de gastronomia, mas também meu pai era muito bom na cozinha e aprendi a cozinhar alguns pratos típicos do país dele e de onde eu nasci também. — Sorri ao me lembrar do meu pai.
— Sério? Que ótimo, mas agora me conta, qual país? — ela fala, animada.
— Nasci no México, e meu pai é Russo, e minha mãe mexicana, sei fazer pratos típicos dos dois países.
— Que maravilha, já quero que faça guacamole pra mim. — Rosa bate palmas e se levanta. — Você começa segunda, vai morar aqui no apartamento, e terá folga no final de semana, se caso for necessário que trabalhe no final de semana, nós entramos em um acordo. O salário é de dois mil dólares por mês, todas as refeições serão feitas aqui, então não precisa se preocupar. Tudo bem pra você? — Arregalo os olhos e abro um sorriso enorme ao ouvir o que ela falou.
— Sim, claro. — digo, animada.
— Ótimo, bem vinda então, nos vemos segunda. — Ela me dá um abraço, e eu dou risada.
Rosa é muito animada, gosto do jeito dela. Vai ser muito bom trabalhar com ela. A única coisa que estranhei é não ser entrevistada pelos donos, mas também não me importa, consegui o emprego e me sinto bem com isso.
Rosa me levou até a porta e logo estava no elevador. Quando saí do prédio, meu telefone tocou.
— Empregada ? Sério isso, Yulia? — A voz de Andrei ecoa no telefone.
— Para de ser chato, só tenho mais um ano quero fazer várias coisas diferentes. — Falei, animada.
— Achei que era viajar, curtir, mas você tá indo trabalhar como empregada, sabe que não precisa disso, você tem uma fortuna gigantesca, que só cresce mais a cada dia. — Andrei fala, e eu reviro os olhos.
— Andrei, é diferente, só quero ser normal, quero experimentar dos dois lados, isso vai até me fazer bem, quando me mudar de vez para a Rússia.
— Só uma coisinha, seus dois novos patrões, são filhos de mafiosos da Itália. Fiz uma boa limpa na sua vida antes de eles investigarem, e não acharem nada sobre quem realmente é, independente disso, cuidado, vou ficar de olho, até você desistir dessa ideia maluca.
Droga!
— Fica tranquilo Andrei, sei bem me cuidar, e nem vou ficar perto deles, então vai ficar tudo bem.
— Eu espero que sim Yulia, te amo, e boa sorte.
— Te amo Andrei, até loguinho.
Dou risada e ouvi ele rindo também.
Andrei se tornou um tio pra mim nesses últimos anos, o amava muito e tinha ele quase como uma figura paterna, nos damos muito bem, tirando quando eu tento fazer essas coisas loucas e ele não gosta.
Volto para casa contente, preciso comemorar e dançar muito com Javier essa noite.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Sirena 🧜🏾♀️💦
Eu heim! Eu ia querer ser uma "normal" rica. Que empregada o que kkkkkkkkk
2025-02-26
0
Anonymous
Já estou gostando!
2024-11-23
2
Maria Daguia
Já imaginando ela conhecendo os patrões...
2024-11-17
2