Lembranças ... e um pouco de vergonha...

Capítulo Nove

Yulia

Assim que paramos na frente do restaurante já o reconheci, tive que me controlar para não chorar, porque me lembrava perfeitamente deste lugar, vim com meu pai algumas vezes, era o restaurante favorito da minha mãe, quando eles viajavam para cá. E bem em uma mesa mais afastada, tem uma foto deles dois. O restaurante tinha esta temática para tirar fotos de certos clientes especiais, e minha mãe foi uma cliente especial.

Papai me contou que todos aqui a adoravam, e sempre se lembraram dela, tudo porque ela salvou a vida de uma das funcionárias, e também pela pessoa maravilhosa que ela era. Só queria ter conhecido ela.

O almoço foi perfeito, os meninos são bem engraçados. Eu tentava evitar ficar olhando demais para eles, mas era impossível, porque eu sentia eles me olhando.

Quando chegamos a cobertura, quase caí no chão, mas o Nikolai me ajudou e pela segunda vez no dia, ele falou em italiano comigo, e sinceramente queria beijá-lo também, quando senti seu corpo grudado ao meu, imaginei tantas coisas perversas. E eu adorei, ver ele achando que não entendia nada, sua cara de surpresa, ao me ouvir responder em um Italiano impecável, foi maravilhoso.

Subimos e pouco tempo depois a Rosa foi embora, fui para meu quarto e tomei um banho demorado, sai, e coloquei um shorts apertado de academia, que ia até o meio da coxa, e uma camiseta preta. Gostava de ficar assim, é confortável, e se precisar fazer algo já estou pronta.

Saí do meu quarto e fui pegar um abridor, havia comprado ontem uma garrafa de vinho, e queria tomar um pouco, enquanto via um filme.

Coloquei o vinho no balcão, e peguei o abridor, o abri e coloquei um pouco em uma taça. Quando ia guardar, ouço meu telefone tocar.

— Um almoço, com dois mafiosos. — A voz do Andrei ecoa no telefone.

— Fica tranquilo. — Digo e dou um gole no vinho. — Inclusive, boa tarde para você também.

— Yulia, eu estou velho, e você me faz ter medo de morrer todos os dias, com um infarto. — Ele diz, e dou risada. — Não ri, sua sorte é que graças a Deus, temos o Marcel, que seguiu vocês.

— Andrei, sei me cuidar, pode parar com isso, agora tenho que ir, te amo.

— AAAAH Yulia, te amo.

Dou risada, adoro provocar ele. Já estou morrendo de saudades, faz quase um ano que não nos vemos, a culpa é minha por não assumir logo o meu lugar nos negócios do meu pai, e por isso, Andrei está comandando. O'Que significa que ele não tem tempo, como eu não terei daqui alguns meses.

Peguei meu vinho e vou pro quarto, o restante do meu dia será de filme e quem sabe vou ler um livro depois.

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Acordei no meio da noite, morrendo de sede, acho que a ressaca do vinho que bebi, já tinha começado, e isso, que são duas da manhã. Deus…

Levantei sentindo minha cabeça girar. Bebi quase toda aquela garrafa, assisti uns três filmes, e aí dormi. Ainda bem que hoje é domingo e eu posso dormir até tarde, ou o dia todo.

Fui para a cozinha me arrastando. Peguei um copo no armário, ainda no escuro, e fui até a geladeira e peguei uma garrafa de água. Coloquei tudo em cima da pia, e enchi meu copo, tomei tudo de uma vez e já enchi outro.

Vejo a luz acender, e olho para trás assustada, então vejo Francesco parado, com o olhar focado no meu corpo. Pisco algumas vezes depois olho para baixo, e quase desmaio, ao ver que to com apenas uma camiseta e calcinha.

— Me .. me … me desculpa. — Nem esperei ele responder e corro para o meu quarto.

Meu Deus, meu Deus, como eu fiz uma coisa dessas, vou perder o emprego certeza. Ai que droga, eu tinha que encher a cara, esqueci até que estava só de calicinha e blusa, por deus, não vou nem conseguir olhar na cara deles, isso se não for mandada embora.

Me jogo na cama, e choramingo, como sou burra. Estava tentando não me jogar daqui da cobertura, quando ouço alguém bater na porta. Levanto minha cabeça na mesma hora, e olho em direção à porta. Me levantei e coloquei meu shorts correndo. Sabia que era um deles vindo me mandar embora. Abri a porta bem devagarzinho e dei de cara com Francesco. Olho para ele e o mesmo está apenas com uma calça de moletom, seu peitoral lindo esta a mostra, e puta que pariu, que homem é esse, ele precisava vir me mandar embora assim? Isso é maltrato…

— Você está bem, Yulia? — Ele pergunta, e noto que está… preocupado?

— To..tô sim, é eu.. quero pedir desculpa, eu não vi que estava daquele jeito. — Sinto minhas bochechas corarem.

— Tudo bem, você bebeu né? — Ele abre um sorriso. — Seus lábios estão roxos, e isso explica ter esquecido as partes de baixo. — Ele aponta pro meu shorts.

Sinto minhas bochechas arderem, e sei que estou vermelha, por Deus. — Fui ver uns filmes, e aí perdi a noção do tempo, e acabei bebendo mais do que devia. Me desculpe de verdade. — Olho para ele.

— Fica tranquila, só fiquei preocupado. — Ele abriu um sorriso e puta merda, que sorriso lindo.

Fiquei olhando para ele, e o mesmo também me olhava. Desci meus olhos para sua boca, e na mesma hora ele passou a língua pelos lábios. Senti minhas pernas ficarem bambas. A vontade de pular em cima desse homem, era enorme, mas tinha que me controlar.

— Eu vou indo Yulia, qualquer coisa, sabe onde me encontrar. — Ele dá uma piscadinha, e eu engulo a seco.

— Tudo bem, obrigada senhor. — Falo, e ele abre um sorriso maior e sai.

Soltei o ar que nem sabia que estava segurando, e fechei a porta. Preciso de um banho gelado. Só espero não ter mais um sonho erótico, ainda mais depois daquilo que vi. Deus… Sempre fui uma garota tranquila, tive meus parceiros, acho que no máximo três, que conheci durante os anos. Mas nunca fiquei nesse estado, esses dois estão mexendo com minha cabeça, e só vi eles por dois dias, que merda ta acontecendo?

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