Volume 1 — Capítulo 8 — Ventos da Mudança — Parte 2 (1/2)

O Reino dos Metadillos (Hobbit) – Midura

Nas colinas verdejantes e serenas de Midura, um reino escondido no coração da natureza, viviam os engenhosos Metadillos, conhecidos entre os humanos como Hobbits. Com cerca de 1,40 metro de altura, eram proporcionais e ágeis, dotados de uma profunda conexão com a terra e a magia. Amantes da simplicidade, habitavam vilas pitorescas, com casas construídas de pedra e barro, e às vezes de madeira, integradas à paisagem natural. Suas moradias eram confortáveis e se misturavam harmoniosamente com os montes de terra. Apesar de sua vida pacífica, os Metadillos eram mestres na arte da criação, especialmente de itens de couro, cobiçados por comerciantes do mundo inteiro.

No coração de Midura, reinava o sábio e justo Rei Beroldor Boris Midura ao lado de sua amada Rainha Lysanna. Beroldor era um homem de presença imponente, mesmo com sua baixa estatura. Tinha cabelos grisalhos longos e ondulados que lhe caiam sobre os ombros, emoldurando um rosto marcado por rugas suaves que denotavam os muitos anos de reinado e sabedoria acumulada. Seus olhos eram de um azul profundo, refletindo tanto a serenidade quanto a firmeza de um líder experiente. Trajava sempre mantos de tons terrosos, ornamentados com símbolos mágicos sutis, e uma coroa simples, porém majestosa, feita de raízes entrelaçadas com pequenos cristais encantados.

A Rainha Lysanna, por sua vez, era uma figura de extraordinária beleza e serenidade. Seus longos cabelos negros contrastavam com a pele clara e luminosa, enquanto seus olhos verdes, brilhando como esmeraldas, transmitiam uma calma profunda e uma sabedoria inabalável. Ela vestia-se com elegância em trajes que pareciam feitos de pura seda e folhas, em tons suaves de verde e dourado, harmonizando-se com a natureza ao seu redor. Sua coroa era delicada, feita de flores e pedras preciosas que reluziam à luz do sol, simbolizando sua conexão com a terra e a magia que fluía por Midura.

Sob o governo do casal, o reino prosperava em harmonia com a natureza, e os Metadillos desfrutavam de uma vida rica em tradições e cultura. O Conselho dos Anciãos, formado pelos mais velhos e sábios, auxiliava o casal real, assegurando que as leis respeitassem tanto os valores do povo quanto os segredos mágicos que os protegiam.

Na cidade de Aldoral, situada entre as colinas mais altas, o Conselho dos Anciãos reunia-se na Casa Grande, uma imponente estrutura de madeira e pedra, adornada com tapeçarias feitas à mão. Freddon, um dos conselheiros mais respeitados, ergueu-se lentamente, olhando com seriedade para seus colegas.

“A queda do Rei Demônio é um presságio de tempos difíceis,” disse Freddon, sua voz calma, mas carregada de sabedoria. “Enquanto muitos celebram a vitória, nós devemos estar vigilantes. Os humanos, com sua sede insaciável de poder, inevitavelmente voltarão seus olhos para nossas terras. Ignorados no passado, agora nos tornamos alvos de sua ambição crescente.”

As palavras de Freddon ecoaram pela sala, preenchendo o ambiente com um silêncio solene. Embora os Metadillos preferissem a paz e a vida simples, sabiam que o mundo além das colinas mudava rapidamente, ameaçando o equilíbrio cuidadosamente mantido por eles.

O Rei Beroldor, sentado em seu trono, observou Freddon com um olhar grave. “Prosperamos em Midura por séculos, afastados das disputas entre homens e demônios. Mas agora, precisamos estar preparados. Não devemos subestimar a ameaça que se aproxima de nossas fronteiras. Que nossos mestres do couro reforcem as proteções mágicas em nossas armaduras e trajes. E que nossa aliança com a natureza nos guie para enfrentar o que está por vir.”

A Rainha Lysanna, sempre serena, assentiu. “O futuro é incerto, mas nossa força reside em nossa união, sabedoria e magia. Que Midura continue a florescer, mesmo em tempos de escuridão.”

Enquanto o vento soprava suavemente pelas colinas e o sol dourava as vilas, os Metadillos se preparavam para um futuro incerto. Pequenos em estatura, mas grandes em espírito e determinação, estavam prontos para enfrentar qualquer desafio que o mundo lhes trouxesse. O Reino de Midura estava decidido a proteger suas terras e seu legado com coragem, sabedoria e magia.

De repente, uma carta surgiu no ar, flutuando como uma pluma até pousar nas mãos do Rei Beroldor. Ele pegou o pergaminho com curiosidade, e, ao ler seu conteúdo, sua expressão se fechou. Erguendo-se do trono, proclamou em tom firme:

“Preparem o portal de realocação. A Rainha Élfica Nienna solicita uma audiência com todas as raças não humanas. Devemos ir. O futuro de nosso povo depende disso.”

Os olhos da Rainha Lysanna encontraram os de Beroldor, e em silêncio, ambos entenderam que um novo capítulo estava prestes a começar — um que poderia selar o destino não apenas de Midura, mas de todas as raças que não pertenciam ao mundo dos homens.

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