DRA EVELYN, 30 ANOS.
EVELLYN
Há dias em que o hospital parece uma novela mexicana misturada com um circo, e hoje é um desses dias. Estou na sala de descanso dos médicos, terminando meu café, quando noto uma agitação peculiar. Murilo, meu querido irmão e chefe deste hospital há anos, está mais emburrado do que o normal. Não que ele seja o epítome da alegria, mas hoje ele parece ter pisado em um mar de limões azedos. Eu, claro, estou determinada a descobrir o que está acontecendo, especialmente porque ele tem andado um tanto estranho ultimamente.
Helena, a nova enfermeira que chegou há algumas semanas, está na sala, rindo com Ethan e outros colegas. Desde que ela chegou, o hospital ganhou um ar de leveza, como uma brisa fresca que invadiu nossos corredores. E Murilo, bem, vamos apenas dizer que ele não sabe o que fazer com essa brisa. Ele está acostumado a tempestades, não a brisas.
Eu me aproximo do grupo, curiosa para entender o motivo de tanta risada.
— O que vocês estão tramando? — pergunto, com um sorriso que sugere que estou disposta a participar de qualquer plano que inclua risadas às custas do meu irmão.
Helena tenta se recompor, mas seus olhos brilham de pura travessura.
— Ah, Dra. Evans, é uma longa história... — ela começa, mas Ethan a interrompe.
— Nós decidimos que o hospital está precisando de um pouco de... diversão. E quem melhor para liderar isso do que o nosso querido e rígido Dr. Murilo?
Meu interesse é definitivamente capturado. Se tem uma coisa que adoro mais do que curar pacientes, é colocar meu irmão em situações embaraçosas. Então, me aproximo mais e digo:
— Continuem...
Helena, ainda rindo, explica que eles planejaram uma pequena pegadinha para Murilo, envolvendo um falso alerta de emergência na sala de descanso. A ideia é simples: quando Murilo entrar, Ethan vai fingir um desmaio e Helena vai gritar que precisam de um "procedimento de emergência de dança". Parece absurdo, e é exatamente por isso que eu amo.
Minutos Depois
Estamos todos posicionados. Eu me escondo atrás da porta, Helena fica perto da máquina de café, e Ethan se posiciona estrategicamente no centro da sala, pronto para fingir um colapso. A porta se abre e lá vem ele, o rei do mau humor, com uma expressão que poderia cortar vidro. Ele está segurando um monte de papéis, claramente estressado.
Assim que Murilo cruza o limiar da sala, Ethan solta um gemido exagerado e se joga no chão, como um ator de novela dramática. Helena imediatamente grita:
— Dr. Murilo, é um procedimento de emergência! Precisamos do... protocolo de dança!
Murilo para no meio do caminho, os papéis caindo de suas mãos enquanto ele olha para Ethan no chão, depois para Helena, e finalmente para mim, quando eu saio do meu esconderijo rindo tanto que minhas costelas doem.
— Que diabos está acontecendo aqui? — ele grita, sua voz cheia de uma mistura de confusão e irritação.
Helena, sem perder o ritmo, corre até a máquina de café e aperta alguns botões, como se estivesse acionando um alarme de código vermelho.
— Protocolo de dança ativado! — ela declara.
E então, a música começa a tocar. E não é qualquer música, é uma batida de salsa vibrante que enche a sala de uma energia caótica e hilária. Murilo parece um cervo pego nos faróis, seus olhos arregalados, enquanto Helena começa a dançar ao redor de Ethan, que continua fingindo estar inconsciente no chão.
— Eu não acredito nisso... — Murilo balbucia, mas antes que ele possa continuar, eu me aproximo e começo a dançar também, incentivando todos na sala a se juntarem. Logo, estamos todos dançando, rindo e imitando os movimentos mais ridículos possíveis.
Murilo tenta manter sua compostura, mas é claro que ele está perdendo a batalha contra o riso. Eu vejo um canto de sua boca se levantar, uma pequena rachadura na sua fachada séria. E então, algo milagroso acontece: ele ri. Não um pequeno sorriso ou um riso forçado, mas uma gargalhada genuína e alta.
— Vocês todos são completamente loucos! — ele exclama, mas há um brilho em seus olhos que eu não via há muito tempo.
Eu me aproximo dele, ainda dançando, e coloco um chapéu imaginário em sua cabeça.
— Vamos, Dr. Murilo, não seja um estraga-prazeres. Este hospital precisa de um líder que saiba como se divertir!
Ele balança a cabeça, mas a resistência se foi. Ele começa a mover os ombros, um pequeno passo, e depois outro. E antes que percebamos, Murilo está realmente dançando, uma dança desajeitada, é claro, mas dançando. Todos na sala começam a aplaudir e rir mais alto.
Ethan, que aparentemente ressuscitou de seu desmaio falso, se junta ao nosso pequeno círculo de dança, movendo-se com exagero ridículo ao ritmo da música. Helena, que está no centro de tudo, está praticamente dançando como se estivesse em uma competição de dança, e a sala se enche de aplausos e assobios.
A cena é tão absurda que alguns dos outros médicos que estavam passando pelo corredor espiam pela porta, completamente confusos, mas também rindo.
Depois de alguns minutos de pura diversão e caos, a música finalmente para, e todos nós estamos ofegantes de tanto rir. Murilo, ainda sorrindo, olha para mim e balança a cabeça.
— Eu realmente não sei como você conseguiu me convencer a fazer isso — ele diz, sua voz cheia de uma alegria que eu não ouço há muito tempo.
Dou de ombros, tentando recuperar o fôlego.
— Às vezes, todos nós precisamos apenas de um pouco de loucura para nos lembrar de que estamos vivos.
E com isso, todos nós voltamos ao trabalho, mas o hospital parece um pouco mais leve, um pouco mais alegre. E eu sei que, por trás de toda aquela rigidez, Murilo está finalmente aprendendo a rir de novo. E isso, para mim, é a melhor cura que qualquer hospital poderia oferecer.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Maria Vidal
aí meu Deus estou com a barriga doendo de tanto rir🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣😂😂😂😂😂😂😂
2025-01-04
0
Klyner Rodrigues
achei que ia dá merda no fim, kkk mais ele entrou na dança
2025-02-09
1
Andrinne Silva
Só achei q foram muito audaciosos nessa brincadeira poderia ter dado muito errado 🤔
2025-02-02
3