Helena sabia que o dia no Memorial Hospital seria longo quando ela entrou em sua ala. O relógio mal havia marcado 7 da manhã, e já havia uma agitação incomum entre os funcionários. Algo estava acontecendo.
Enquanto se preparava para o turno, Helena ouviu murmúrios entre seus colegas sobre um procedimento complicado que estava prestes a ocorrer. Na verdade, isso era bastante comum no Memorial Hospital, onde casos de alta complexidade eram a norma. Mas hoje, o que realmente chamou sua atenção foi o fato de que Dr. Murilo estava no centro das discussões.
Helena rapidamente arrumou seus pertences e foi até o posto de enfermagem, onde encontrou Lisa, que parecia apreensiva.
— Lisa, o que está acontecendo? — Helena perguntou, tentando entender a situação.
Lisa olhou para Helena com preocupação evidente.
— O Dr. Murilo está prestes a realizar uma cirurgia muito complicada. É um caso de vida ou morte, e parece que ele é o único médico com a habilidade necessária para fazê-la. A Dra. Evans, sua irmã, está acompanhando, mas há muito em jogo.
Helena franziu o cenho, sentindo um aperto no peito. Ela sabia que Murilo era um excelente médico, mas também sabia que o peso da responsabilidade muitas vezes deixava marcas. Decidida a acompanhar de perto, ela caminhou em direção à sala de cirurgia, onde encontrou a Dra. Evans, já vestida e pronta para entrar.
Evans parecia tensa, mas não nervosa. Havia uma calma determinada em seus olhos, uma espécie de fé inabalável que Helena notou imediatamente.
— Dra. Evans? — Helena chamou suavemente.
Evelyn (dra Evans) se virou, sua expressão suavizando ligeiramente ao ver Helena.
— Ah, Helena. Que bom vê-la. Você veio para ajudar?
Helena assentiu.
— Sim, estou aqui para o que precisarem.
Evelyn suspirou, visivelmente aliviada.
— Ótimo. Estamos prestes a começar. O paciente tem uma condição muito delicada, e Murilo... ele é o melhor que temos. Eu acredito nele, mas sei que ele está se pressionando muito.
Helena podia ver a preocupação nos olhos de Evelyn, e percebeu o quão profundo era o laço entre os dois irmãos.
— Dra. Evans, posso perguntar uma coisa? — Helena hesitou, mas decidiu prosseguir. — Como é para você, sendo irmã dele e vendo-o enfrentar algo tão... exaustivo?
Evelyn sorriu levemente, mas havia uma sombra de tristeza em seu sorriso.
— É difícil, Helena. Muito difícil. Mas é aqui que entra a fé. Eu rezo por Murilo todos os dias. Desde que perdemos Larissa, ele se fechou muito, mas eu sei que ele é capaz de coisas incríveis. Deus tem um plano para ele, mesmo que ele não veja isso agora.
Helena sentiu um nó na garganta ao ouvir as palavras de Evelyn. Larissa. Então, esse era o nome da pessoa que Murilo havia perdido. De repente, tudo começou a fazer mais sentido — a frieza, a distância, a dor oculta.
Evelyn pareceu ler os pensamentos de Helena e suspirou, colocando a mão no ombro dela.
— Ele não fala muito sobre isso, e eu não o forço. Mas às vezes, eu desejo que ele possa encontrar paz. Ele carrega tanto peso nas costas, e eu... — Evelyn pausou, sua voz tremendo ligeiramente. — Eu só quero que ele saiba que não está sozinho, que Deus está com ele, sempre.
Helena segurou a mão de Evelyn, oferecendo um sorriso reconfortante.
— Ele é sortudo por ter uma irmã como você, Dra. Evans. Sua fé é inspiradora.
Evelyn sorriu com mais sinceridade desta vez.
— Obrigada, Helena. Mas você também é uma pessoa de fé, eu vejo isso em você. É uma batalha constante, manter a esperança viva, mas é uma batalha que vale a pena.
Antes que Helena pudesse responder, a porta da sala de cirurgia se abriu, e um assistente de Murilo anunciou que estavam prontos para começar.
Evelyn respirou fundo e se virou para Helena uma última vez antes de entrar.
— Continue orando, Helena. Para Murilo e para o paciente. Todos nós precisamos de um pouco de fé agora.
Helena assentiu, observando Evelyn entrar na sala de cirurgia com uma confiança renovada. Ela sabia que a cirurgia não seria fácil, e sabia também que Murilo estaria dando tudo de si.
Enquanto a operação começava, Helena permaneceu do lado de fora, fazendo uma oração silenciosa. Ela orou pela vida do paciente, pela sabedoria e habilidade de Murilo, e pela fé inabalável de Evelyn.
O tempo parecia se arrastar, cada minuto pesado com a incerteza do que estava acontecendo dentro da sala.
Depois de quase três horas, a porta se abriu e Evelyn saiu, parecendo exausta, mas havia uma expressão de alívio em seu rosto.
— Está feito — ela disse suavemente para Helena. — Murilo conseguiu. Foi difícil, mas ele conseguiu.
Helena soltou a respiração que não sabia que estava segurando.
— Graças a Deus — ela murmurou, sentindo um peso sair de seus ombros.
Evelyn sorriu, mas havia lágrimas em seus olhos.
— Sim, graças a Deus. E graças ao meu irmão. Ele é mais forte do que pensa.
Helena assentiu, sentindo uma onda de admiração por Murilo. Talvez ele fosse difícil, mas ninguém poderia negar sua habilidade e dedicação. E, talvez, por trás de toda aquela frieza, houvesse um coração que só precisava de um pouco de fé e esperança para começar a se curar.
Enquanto Evelyn se afastava para verificar o paciente, Helena ficou parada por um momento, refletindo sobre tudo o que havia testemunhado. Ela sabia que ainda havia muito a aprender sobre Murilo e sobre o que o havia moldado, mas também sabia que queria fazer parte de sua jornada — seja lá onde isso a levasse.
Com um último olhar para a sala de cirurgia, Helena fez uma oração silenciosa por Murilo, pedindo a Deus que o ajudasse a encontrar paz e que continuasse a guiá-lo em sua jornada. Afinal, todos eles estavam apenas tentando encontrar seu caminho, um passo de cada vez.
E com isso, ela voltou ao trabalho, determinada a enfrentar o resto do dia com a mesma fé e determinação que Evelyn havia demonstrado. Porque, no final, todos precisavam de um pouco de luz para guiar o caminho — mesmo nas sombras mais profundas.
Assim que ela vai para o corredor, encontra a dra Evans novamente e Helena não pode deixar de agradecer novamente a dra Evans por ser tão receptiva com ela.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Klyner Rodrigues
a fé alcança lugares onde não podemos ir.
2025-02-09
0
Sandra Pinheiro
gente é um livro bíblico eu amo. Deus acima de tudo,mas...
2025-02-16
1
Raimunda Neves
Sem Fé é impossível agradar a Deus /Pray//Pray//Pray//Pray//Pray//Pray/
2025-02-06
2