capítulo 17

Quando ela me ligou falando que estavam sendo seguidas, o meu mundo desabou completamente, eu senti o desespero em sua voz, e de alguma maneira sabia que algo daria errado.

Logo em seguida um barulho alto foi ouvido, depois gritos e logo em seguida o completo silêncio.

Na mesma hora eu deixei tudo para trás e vim direto para casa, quando chegamos, a nossa primeira parada foi o hospital, os seguranças do carro à frente entraram em contato comigo, eles chamaram a ambulância e mandei levá-las para o melhor hospital da cidade.

Sebastian está tão preocupado quanto eu, e de cara, eu já pedi que os meus homens descobrissem os responsáveis por isso, seja quem tenha sido, vai pagar caro por isso, eu mesmo vou matar com as minhas próprias mãos, vou fazer sentir o mesmo que ela sentiu.

- como elas estão? - Marcelo está na recepção, ele e o outro segurança não tiveram nada grave, estavam com o sinto de segurança e isso impediu que eles se machucassem.

- estão todas bem mal, principalmente a sua esposa - ele engoliu em seco - Júlia esta estável, Amanda foi jogada para fora do carro e acabou fraturando o braço, mas também se encontra estável - ele ficou em silêncio por alguns segundos - Jaiane sofreu o pior dos impactos, ela bateu a cabeça muito forte, também está com hemorragia interna e se encontra na cirurgia - ele suspirou pesado.

- quem foi que fez isso?

- ainda não sabemos, tudo estava indo bem, elas estavam no shopping, fizeram algumas compras e na volta, eu percebi que tinha alguém nos seguindo, atiraram contra nós, e depois um carro bateu bem no nosso lado - ele sentou no banco de espera e suspirou pesado - desculpa ter falhado, nós não esperávamos que isso fosse acontecer.

- deveriam ter sido mais atentos, eu pago vocês para protegerem a minha família! - me exaltei - se alguma delas morrer, além dos culpados, eu não vou excitar em fazer cada um de vocês pagarem também!

- calma, William! - Sebastian tocou o meu ombro - eles não tem culpa, além do mais, o carro era blindado - ele suspirou pesado - estou tão preocupado quanto você, mas precisamos manter a calma por elas.

***

Foram longas horas de espera até o médico chegar com notícias, foram três para serem mais exatas, cada um deles trazia notícias delas.

Amanda e Julia estão estáveis, não tiveram graves ferimentos, estão machucadas, com o braço quebrado e um pequeno ferimento na cabeça, eu suspirei aliviado por saber que elas estão bem, mas também senti a tensão tomar conta de mim quando ele disse que a Jai não está nada bem.

- ela perdeu muito sangue, o tipo dela é raro e não temos no hospital, se demorar muito, ela vai morrer - ele tirou o óculos do rosto, e me olhou de forma séria - já liguei para outros hospitais, mas o sangue que ela precisa está em falta em todos eles.

- eu posso comprar o sangue de qualquer pessoa, eu posso dar tudo o que tenho, mas salvem ela! - segurei ele pela gola da camisa - como pode dizer que ela vai morrer? - olhei em seus olhos - como pode dizer que o amor da minha vida não vai se salvar?

- e-eu não estou dizendo isso, mas é o meu dever como medido informar a situação atual da sua esposa - ele arregalou os olhos - provavelmente a mãe ou o pai dela sejam compatíveis! Por que não chama eles aqui? Talvez essa seja a única maneira de salvar a sua mulher.

- sim, o pai dela! - soltei ele e olhei para Marcelo - procurem por ele, achem aquele desgraçado e o tragam até aqui.

(...)

Procuraram ele por toda cidade, foram longas horas, e como sempre, o acharam em uma casa de jogos, bêbado e sujo!

O trouxeram até o hospital, e eu pedi que liberassem uma sala apenas para nós dois conversarmos, vou oferecer dinheiro, casa ou seja lá o que ele quiser.

- como pode continuar vivendo como um lixo? - apesar de estar sob efeito do álcool, ainda se encontra sóbrio - quanto quer para doar sangue para ela? - eu vou ser direto no assunto, não temos tempo para brigas ou conversas fiadas - ela está em estado grande, perdeu muito sangue e precisa realizar uma transfusão com urgência!

- eu não posso fazer isso - ele levantou da cadeira que estava sentado com o semblante sério.

- o que disse? - olhei para ele sem acreditar - não vai salvar a sua filha? Sangue do seu sangue? - eu já sabia que ele não prestava, afinal de contas, ele vendeu a filha, mas pensei que pudesse se Importar nem que fosse um pouco.

- ela não é minha filha - ele cruzou os braços e suspirou pesado - eu era casado com a mãe dela, uma mulher rica, linda - ele ficou em silêncio por alguns minutos - éramos jovens quando nos apaixonamos, ela foi contra sua família e nos casamos escondido - ele ficou de costas para mim - logo depois eu descobrir que ele estava me traindo, fizemos tanto esforço para ficarmos juntos para nada, ela pediu o divórcio, e pouco tempo depois casou com um homem rico, ele é mafioso, assim como você - ele voltou a me encarar - eu era um simples motorista, e ele um homem importante, então eu os observei por longos meses, e quando a menina nasceu, eu a sequestrei e fugir com ela para bem longe, andamos por diversos lugares, eu troquei de identidade por muita vezes até pararmos aqui.

- e quem são os pais dela? De onde eles são? - eu já desconfiava disso, afinal de contas, nem mesmo o pior dos homens teria tanta falta de amor e compaixão por alguém que colocou no mundo.

- isso você nunca vai saber - ele negou com a cabeça - eu não andei fugindo feito um criminoso para agora dar ela de bandeja para aqueles desgraçados! - ele chutou a cadeira e eu puxei minha arma apontando em seu rosto - isso faz parte da minha vingança! Eles devem ter outros filhos, já nem devem se lembrar mais dela.

- se não falar agora, eu vou estourar os seus miolos - destravei a arma.

- eu não me importo, nem mesmo que eu morra por isso, vocês nunca vão saber quem são os pais dela.

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