capítulo 14

~ Jai ~

Estou me sentindo culpada por não ter contado isso a ele antes da gente casar, mas tudo aconteceu tão rápido que eu não tive tempo.

e sem contar que estou me sentindo completamente insegura com a gravidez da Marisa.

- eu te amo, está ouvindo? - ele acariciou o meu rosto - vamos ao médico amanhã para saber de tudo isso, está bem? E independente do resultado, o meu amor por você vai continuar o mesmo, isso não mudará nada entre nós dois, eu me casei com você porque te amo e quero viver ao seu lado para sempre.

William é incrível, ainda acho que é um sonho tudo que estamos vivendo, eu beijei os seus lábios e o abracei.

Logo em seguida ele saiu e disse que quando voltasse queria me ver pronta, vamos sair e confesso que estou ansiosa para ele começar a me ensinar tudo que eu preciso saber, quero que ele sinta orgulho de mim, quero que ele me ensine tudo que sabe.

Eu subi e coloquei um vestido preto, deixei os cabelos soltos e depois desci novamente, ele me deu uma bolsa linda, e acho que andar com ela para todos os cantos.

Eu mandei revelar todas as nossas fotos de casamento, quero elas espalhadas por cada cômodo dessa casa, também vou mudar a decoração depois, ele me deu liberdade para fazer que eu quiser, e assim vai ser.

Ele também perguntou se eu queria ir morar em outro lugar, apenas eu e ele, mas eu decidi ficar aqui, é perfeita para a gente e é grande o suficiente para todos nós.

Wiliam também me presenteou com um celular, nunca tive um assim e estou com dificuldades para mexer nele, mas sei que vou aprender rápido.

Amanda também vai morar aqui com o Sebastian, talvez lá no futuro, a gente se mude para outra casa, mas por enquanto, eu me sinto bem aqui.

- quando me contaram que ele havia se casado com você, eu não acreditei, pensei que era apenas mais um caso, que ele depois te descartaria como sempre fez - Marisa acabou de entrar, ela está com a barriga aparente e um olhar de fúria sobre mim.

- o que faz aqui? Quem te deu permissão para entrar na minha casa? - me aproximei dela me mostrando superior.

- sua casa? - ela largou sua bolsa no sofá e cruzou os braços - essa casa deveria ser minha, sou eu quem vou dar um filho a ele! Era a mim que ele deveria amar - sim, ela está com raiva e não está fazendo nenhuma questão de esconder isso.

- mas foi comigo que ele se casou e é comigo que ele vai ter filhos legítimos, não pode entrar na minha casa quando bem quiser e entender - chamei por Marcelo que logo entrou em casa - essa mulher está proibida de entrar na minha casa! Nem mesmo que esteja morrendo lá foram deixem ela entrar.

- quem você pensa que é para me impedir de alguma coisa? Eu vim aqui falar com William - ela se negou a sair - eu preciso conversar com ele, é sobre o nosso filho.

- William não está aqui, e como esposa dele e dona dessa casa, eu posso sim decidir quem entra e saí daqui, afinal de contas, o meu marido me meu livre arbítrio para fazer o que bem quiser e entender - eu iria sair da sala e deixá-la sozinha, mas voltei no meio do caminho e sorri - há, não pensei que vai conseguir me separar dele por causa dessa criança, William vai assumir e fazer o seu papel de pai e apenas isso, aceite de uma vez por todas que ele apenas te usou e descartou como fez com todas as outras mulheres que teve antes de mim, agora ele tem dona, e essa dona, sou eu!

- eu vou te matar, sua desgraçada! - ela tentou vir até mim, mas um dos seguranças a segurou pelo braço.

- tirem essa louca daqui, e não a deixem entrar novamente.

Marcelo e o outro segurança a colocaram para fora de casa em meio aos seus gritos, ela com certeza me odeia bem mais do que antes, mas eu não iria deixar ela vir aqui e agir como se fosse dona de alguma coisa, eu a coloquei em seu lugar.

- se não fossemos sair, eu iria amar você aqui mesmo nesse sofá - sentir os braços dele rodearem a minha cintura - agiu muito bem com a Marisa, adorei ver a maneira como reagiu e a colocou em seu lugar - ele beijou o meu pescoço e eu sorri fechando os olhos - está agindo como uma verdadeira dama.

- eu te amo, William, e eu não vou deixar nem ela e nem ninguém atrapalhar o nosso casamento - acariciei o seu rosto - por onde entrou?

- eu vi o carro da Marisa e entrei pela porta da cozinha - ele me deu outro selinho - vem, temos que ir, a minha carga está prestes a sair e eu quero está lá.

(***)

Acabamos de chegar em um galpão, é daqui que vai sair a carga do William.

Estou atenta a todos os detalhes, ele fala com tanta convicção, não parece o William que eu conheço, comigo é tão doce, amável, romântico, e com as pessoas aqui ele é tão rude, sério, grosso e até mesmo cruel em suas palavras.

- nada pode dar errado, se algo acontecer ou essa carga ser desviada, cada um de vocês aqui vai pagar caro, e sabem bem o quanto eu sou cruel nesse requisito - ouvir ele falar assim me causa arrepios, ele está com uma arma na mão, e sua postura é assustadora - essa carga está dando início a um grande negócio.

- sabe que nunca falhamos com você, William - um dos homens se aproximou dele. Ele também não tem uma feição muito boa no rosto, é mal encarado e tem muitas tatuagens pelo braço.

- tem gente nova aqui, e eles precisam saber que nada aqui é de brincadeira - ele olhou para mim de relance, e depois voltou a atenção para as pessoas à nossa frente - onde colocaram o meu dinheiro?

- está tudo aqui, debaixo desse pano - ele tirou um pano grosso de cima de algumas caixas no chão e eu quase me engasguei com a minha própria saliva ao ver o tanto de dinheiro que tem aqui.

- levem tudo para os carros - ele olhou para mim e pediu que eu abrisse a maleta que estava em minhas mãos - aqui está a primeira parte do pagamento, quinhentos mil dólares, quando a carga chegar lá, vão receber a outra metade - eu fechei a maleta e entreguei para o homem como ele pediu.

William apertou a mão dele, e logo o homem saiu, alguns entraram no caminhão que está a carga, e outros em muitos carros que estavam parados ao lado de fora, eles se dividiram e foram embora nos deixando sozinhos.

- a polícia não vai desconfiar desse tanto de carro seguindo o caminhão?

- eu sou a polícia daqui, meu amor - ele deixou um selinho em meus lábios e sorriu - eu pago eles muito bem para não ficarem em meu caminho - ele pegou a arma que estava em sua mão, e colocou na minha - acho que esse é o local perfeito para você aprender a manusear uma arma.

- William, eu não sei se quero - olhei para ele nervosa - segurar uma arma não é a mesma coisa de eu querer estar com ela nas mãos.

- você precisa aprender a se defender, meu amor - ele acariciou o meu rosto e ficou atrás de mim, suas mãos sustentaram o meu braço - está vendo aquela garrafa bem ali? - ele sussurrou em meu ouvido - você vai mirar nela, destravar a arma e atirar, não tem problema se você errar.

- Will...

- você soube se defender daquele homem enquanto esteve sozinha naquele quarto, pense na raiva e no medo que sentiu - ele me ensinou a destravar a arma, e sua mão desceu para a minha cintura - imagine que ali é ele.

- eu posso imaginar a Marisa no lugar dela? - eu estou com mais raiva dela nesse momento, eu já dei aquele desgraçado o que ele merecia, segundo o meu pai, ele está seco e a Marisa não, ela está no meu caminho.

- sim, pode imaginar ele - ele apertou a minha cintura e eu coloquei toda a minha raiva e concentração na arma, eu respirei fundo e atirei, meu corpo cambaleou para trás e bufei frustrada por ter errado.

- não tem problema, vamos tentar outra vez - ele me incentivou e eu respirei fundo - pense já Marisa e na raiva que tem dela - ele sorriu baixo e eu bufei.

Mirei na garrafa e acertei o segundo tiro.

- eu acertei! - pulei animada - eu acertei, meu amor! - pulei em seus braços e prendi as minhas pernas em sua cintura - eu te amo, William, te amo demais e estou triste por não poder dar a você um filho - isso está me machucando muito, eu tento disfarçar, tento não pensar nisso, mas é impossível! Eu queria dar ao William esse bebê, queria que essa criança fosse minha e não dela.

- não se preocupe com isso, eu vou te levar aos melhores médicos, e juntos vamos enfrentar esse problema.

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