capítulo 7

~ William ~

Eu precisei viajar para poder resolver alguns problemas urgentes, tudo relacionado aos meus negócios, Sebastian foi comigo para me ajudar em algumas coisas, fomos atrás de algumas meninas para as boates, o lucro caiu muito, mas já estamos cuidando disso.

Eu queria ter levado ela junto comigo, mas é apenas uma menina inocente, não quero que ela perca isso.

- eu jamais colocaria você em uma dessas boates, eu te comprei para mim - toquei o seu rosto e fechei os olhos ao sentir o seu cheiro invadir as minhas narinas - eu estou sentindo por você coisas que eu jamais senti antes.

- eu também estou sentindo algumas coisas estranhas e tenho medo disso - ela está com a voz trêmula.

Eu segurei sua mão e as pude sentir soando frio, depois toquei o seu rosto e passei os meus dedos em seus lábios.

- essa sua inocência e ingenuidade me deixam louco! Eu nunca estive diante de uma mulher assim - ela é tão diferente das outras, parece até mesmo um anjo de tão linda e delicada.

Eu não resisti e a beijei, seus lábios doces e macios tocaram a minha pele e eu tive que lutar para não jogá-la nesta cama e tirar a sua roupa.

Suas mãos timidamente tocaram o meu rosto e puxaram o meu cabelo, ela foi se guiando pelos meus lábios até se encaixarem em um beijo perfeito.

Eu apertei a sua cintura e adentrei as minhas mãos no seu cabelo.

- William... - ela separou os nossos lábios e chamou o meu nome - o que vai ser de mim?

- você é minha - disse ainda de olhos fechados - você é minha e eu não vou deixar nada e nem ninguém fazer mal a você - cheirei o seu cabelo - eu me apaixonei desde o primeiro dia em que te vi naquela casa, tão frágil e indefesa, eu quis te proteger desde aquele momento - abrir meus olhos para poder encará-la - a sua inocência, o medo que transmitia me fizerem querer protegê-la.

- eu não tenho nada para te oferecer, eu não sou ninguém - enxuguei algumas lágrimas que caírem pelo seu rosto - eu ainda me sinto presa naquele quarto, tenho medo do escuro, tenho medo de tudo isso não passar de mais um sonho.

- não é um sonho, eu estou aqui e vou protegê-la - beijei seu rosto e a abracei - você tem muito a me oferecer, e a principal delas é o seu amor - eu nunca pensei que falaria essas coisas, mas quero que ela me ame, quero que se apaixone por mim da mesma forma que estou me apaixonado por ela, quero que pense em mim e sinta a minha falta da mesma maneira que senti dela nessas dias que estive fora.

Talvez eu esteja obcecado por ela, ou realmente esteja apaixonado.

(...)

A noite foi longa, fomos dormir às três da manhã, eu tomei um banho e fomos para cozinha ver o que tinha para comermos.

Ela tem um sorriso lindo e contagiante, ela disse a mim que gosta de escrever, que era o seu passatempo enquanto esteve trancada no quarto, e que tem muitas folhas com histórias guardadas lá.

Ela tem vontade de publicar um livro um dia, e talvez isso não esteja muito longe de acontecer.

Eu fiquei com ela até que pegasse no sono e depois fui para o meu quarto, acho que não dormi mais que duas horas de relógio.

Mas quando levantei ela já estava de pé e colocava a mesa junto com algumas funcionárias, eu a chamei e pedi que tomasse café com a gente, não quero que ela se ocupe com os afazeres de casa.

- eu sei que deve estar entediada, mas não quero que se ocupe com os afazeres de casa ou fique servindo as mesas - segurei sua mão e ela me olhou timidamente.

Adoro ver as suas bochechas coradas, isso sempre acontece quando eu encosto nela ou nos beijamos.

- eu pensei que poderia ajudar em algumas coisas - ela deu um gole em seu café.

- como as coisas foram por aqui? - olhei para Julia - eu pedi que fizesse companhia a ela.

- eu não vou virar a babá de mais uma das suas namoradinhas! aliás, sempre que eu iria procurar por ela, estava ocupada com o segurança - Julia a olhou com desdém.

- com o segurança? - Amanda ergueu as sobrancelhas sem entender - mas William não pediu para ele ficar de olho nela? Qual o problema nisso?

- eu pedi para o Marcelo fazer companhia a ela, ele me disse que a Júlia - dei ênfase em seu nome - andou muito ocupada saindo durante a noite e voltando apenas pela manhã, também soube que estava mudando a rotatória da escola - eu quero que a Júlia tenha uma vida diferente da nossa, ela está no último ano do ensino médio, e sei que é apaixonada pelo segurança, por isso a raiva em suas palavras.

Eu não vejo problema algum em eles terem alguma coisa, mas prefiro que ao menos termine o ensino médio e tenha em mente o que vai querer fazer depois disso.

- colocou ele para me vigiar? - ela largou os talheres na mesa - ou é ela que estava lhe passando as informações?

- eu não estava passando nenhuma informação, Júlia - senti a tristeza na voz dela - eu pensei que quisesse ser minha amiga, te procurei durante todos esses dias, mas você estava sempre trancada no quarto ou não estava em casa, e o Marcelo só estava me fazendo companhia assim como a Cecília, eu estava me sentindo sozinha.

- aí por isso foi se consolar com ele? Eu vi quando ele tirou uma flor do jardim e deu para você! Está se fazendo de santa, mas acredito que seja tão vagabunda quanto as mulheres dos bordéis! Aliás, William, você deveria ter mandado ela para lá!

- já chega, Júlia! - bati na mesa pedindo que ela fique calada - não vou permitir que ofenda ela dessa maneira! Ninguém aqui tem culpa em você não ser correspondida pelo nosso segurança! Aliás, acho melhor você crescer e parar de ser mimada e ofender as pessoas dessa maneira, nenhum homem vai se interessar por você se continuar agindo de forma tão infantil como está fazendo agora.

- William está certo, Julia, você não tem o direito de agredir as pessoas dessa maneira - Sebastian olhou para ela com reprovação - se gosta do Marcelo, chame ele e conversem sobre isso, mas não jogue as suas frustrações em cima de quem não merece.

Ela levantou da mesa e saiu batendo os pés enquanto eu fechava os olhos tentando me controlar.

- não liga para as coisas que ela disse, Júlia só está com ciúmes - Sebastian deu um gole em seu suco - ela ainda é muito nova e não está sabendo administrar os seus sentimentos.

- eu vou conversar com ela - Amanda levantou da mesa e saiu atrás da minha irmã.

- você está bem? - eu a olhei e pude notar os seus olhos brilharem.

Ela sorriu de lado e enxugou uma lágrima que caiu pelo seu rosto.

- eu acho que vou para o meu quarto - ela iria levantar, mas eu segurei a sua mão e pedi que ficasse, não quero que ela se tranque o tempo inteiro - eu não tive nada com ele, a gente só conversou algumas vezes e fomos tomar um sorvete ontem a noite - ela me olhou como se tivesse tentando se explicar - eu juro que não teve nada! Eu não o vejo de outra maneira que não seja como meu amigo.

- não precisa se explicar, eu confio em você - olhei para Sebastian - você pode resolver aqueles assuntos para mim? Eu vou levar ela para fazer algumas coisas.

- sabe que eu posso - ele olhou para Jaiane e suspirou - não precisa ter medo das coisas que ela disse, Julia é uma boba, ninguém aqui vai colocar você em bordel algum, é a protegida do meu irmão e ninguém se atreveria a fazer isso, e sem falar que todos aqui gostam de você - ele levantou da mesa e saiu de casa pedindo que falássemos com Amanda que ele tinha assuntos para resolver.

Terminamos o nosso café em completo silêncio, ela não disse nada além de que já estava farta de comer.

Logo depois Amanda desceu e eu pedi que nos acompanhasse até a shopping, ela entende melhor que eu sobre moda e beleza feminina, quero levar a Jaiane no salão de beleza.

Quero que ela se sinta bem e tire da sua mente todas as bobagens que ouviu da minha irmã, que aliás, vai ouvir umas poucas e boas quando eu chegar em casa.

- o que viemos fazer aqui? - ela me olhou curiosa e Amanda segurou sua mão.

- vamos dar um trato em seus cabelos, não que esteja ruim, mas vai ficar ainda melhor, também vai fazer as sobrancelhas, as unhas e tudo que tem direito, vai ficar ainda mais linda do que já é - Amanda fez uma lista extensa do que vão fazer, sala de beleza, roupas, sapatos e várias outras coisas da qual eu não me interesso.

Foram longas seis horas no salão, eu esperei com paciência, fiquei sentado em uma praça de alimentação fazendo algumas ligações e resolvendo algumas coisas pelo celular.

Vai ter uma festa hoje a noite e quero levá-la comigo, vou fechar um negócio importante e quero que esteja ao meu lado.

- William, fala para mim se ela não ficou ainda mais linda do que já era? - Amanda chegou na frente completamente afobada, e logo atrás dela eu pude vê-la.

Pode ser idiotice da minha parte, mas Amanda está com toda razão.

Eu levantei e não consegui disfarçar a minha cara de satisfação e surpresa.

- não ficou bom, não é? Eu achei um pouquinho exagerado, e essa roupa também é meio...

- você está linda! - guardei meu celular e levantei da mesa segurando a sua mão logo em seguida - está ainda mais bela do que já era.

- você acha? - ela sorriu e eu confirmei dando um beijo em seus lábios.

- vamos fazer uma viagem essa noite - os negócios que estou prestes a fechar é na Itália, é algo que desejo e almejo a muito tempo, e finalmente chegou a hora disso acontecer.

- para onde vamos?

- Itália, estou prestes a fechar um negócio muito importante e precisamos estar lá antes de anoitecer.

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