capítulo 8

~ William ~

Acabamos de chegar na Itália, já viemos direto para a festa e depois vamos para a minha casa.

Ela está a todo momento do meu lado, segurando a minha mão e completamente nervosa.

Não posso esquecer de falar que ela está linda!

- você sabia que ele iria vir? - acabei de avistar o Luiz do outro lado do salão, Sebastian me olhou surpreso e negou.

Não nos vemos desde aquele dia na empresa, quando ele deu entender que eu deveria colocar ela no bordel.

- não, ele não me disse nada - ela suspirou pesado e falou alguma coisa no celular que acabou de tocar.

Em festas como essa, a segurança tem que ser triplicada, e é por isso que não abro mão de ter sempre os meus homens por perto.

- você sabia que ela também viria? - Amanda apontou para a mulher que está nos observando de longe e eu bufei.

É a Marisa, uma ex-namorada minha, não foi nada muito importante o que tivemos, apenas um caso como os outros que já tive.

Ela é filha de um fornecedor meu, e o nosso relacionamento foi crucial para fechar negócios com o pai dela naquela época.

- acho que era meio óbvio ela vir, o pai dela provavelmente está aqui também - olhei para ela e depois desviei meu olhar.

Marisa não é uma mulher de bom carácter, e também não é piedosa e muito menos delicada.

Ela sabe atirar como ninguém, e também sabe como seduzir um homem.

- que prazer ter vocês aqui - ela não olhou para Jai e muito menos para o Sebastian ou Amanda, seu olhar veio direcionando a mim, e agora ela está aqui, bem na minha frente com seu perfume exalando no ambiente e o seu batom vermelho inseparável.

Não mudou nada desde a última vez que a vi, continua a mesma coisa.

- vejo que trouxe uma amiguinha - ela finalmente olhou para Jai que, para a minha surpresa, não se intimidou com o seu olhar, esteve a todo mundo a encarado de volta sem se rebaixar ou mostrar medo.

- não é minha amiguinha, é minha mulher, e se você puder nos dar licença, temos muito o que fazer agora - ela me olhou com fúria nos olhos, e saiu do meu campo de visão sem mostrar que estava com raiva ou incomodada.

- às vezes ela me causa arrepios - Amanda se estremeceu e suspirou pesado - já que vocês vieram tratar de negócios, eu e a Jai vamos nos divertir um pouquinho - ele se afastou do Sebastian e olhou para mim - não seja chato, tem seguranças atrás da gente em cada canto, e sem contar que não estamos nem um pouquinho interessadas nos seus assuntos chatos.

- podemos ir? - Jai me olhou duvidosa e confirmei.

Mas antes que elas fossem, eu a puxei para perto de mim e a beijei, quero que vejam que ela é minha.

- não bebam muito, não vamos demorar - ela sorriu e se afastou junto com Amanda - fiquem de olho nelas - mandei dois seguranças irem junto e olhei para Sebastian - o que foi?

- está mesmo apaixonado por ela? - ele perguntou como se fosse a melhor coisa que aconteceu durante o ano.

- eu quero casar com ela, Sebastian - olhei as horas no relógio em meu pulso.

- o que? Assim tão rápido?

- porquê? Qual o problema nisso? - porquê adiar o inevitável? Se é isso que queremos, em breve estaremos casados.

- e ela quer isso? - ele ergueu as sobrancelhas - sei que a comprou, e sei também que está loucamente apaixonado, mas não pode esquecer que ela viveu trancada por muito tempo dentro de um quarto escuro, ela pode não amar você e está sendo apenas grata a tudo que está fazendo por ela, não se precipite, não case sem antes saber se o que sente por ela também é correspondido.

- virou especialista em relacionamentos agora? - revirei os olhos e bufei.

- não, é meu irmão e só estou preocupado com você, nunca te vi tão apaixonado dessa maneira e não quero que sofra - Sebastian teve uma paixão a uns anos atrás antes de conhecer Amanda, ele fez tudo por ela, para no final, ela dizer que não o amava e estava apaixonada por outra.

Ele sofreu muito naquela época, mas depois que conheceu Amanda tudo mudou, ela sim o ama de verdade e em breve vão casar.

- e o que acha que devo fazer?

- não sei, leva ela para sair, faça ela sorrir e se sentir segura ao seu lado, faça coisas que casais normais fazem, e depois peça ela em casamento, vai ver dentro dos olhos dela se o que sente por você é mesmo amor ou apenas gratidão.

(...)

Estamos na sala de reuniões, deixamos a festa lá fora e viemos tratar de negócios.

Luiz, Sebastian, Carlos, o pai de Marisa, e três dos homens mais importantes da Itália estão aqui, quero expandir os meus negócios, quero ser sócio deles e trazer a minha mercadoria para cá, não só isso, mas também quero abrir um cassino, tenho certeza que será um grande negócio para todos nós.

- sabem que eu não brinco quando falo de negócios - dei uma tragada em meu cigarro e depois um gole em minha bebida - vamos expandir os nossos produtos para cá, também quero abrir um cassino - coloquei alguns papéis sobre a mesa - sabem que cassinos chamam muito a atenção de pessoas importantes, e gente da alta sociedade vai querer jogar algumas vezes - eles olharam os papéis com atenção - senhor governador, sabe que as eleições estão chegando, e eu posso dar um jeito de você ganhar outra vez, mas para isso, precisa me dar a permissão para abrir o meu negócio, claro que também vai se beneficiar com isso.

- seu pai era um bom homem e nunca falhou nos negócios - o governador olhou para os homens sentados ao redor da mesa, e depois para mim - tem o meu total apoio para abrir o cassino e expandir os seus negócios para cá, mas é claro, quero que cumpra a promessa e me faça ganhar as eleições desse ano, e também me dê parte dos lucros, não quero grande coisa, apenas uma pequena quantia.

- não se preocupe com isso, sabe que cumpro as minhas promessas - olhei para os homens ao redor da mesa - não se preocupem com nada, cuidarei de todo o resto, e em breve teremos aqui o melhor cassino que essa cidade já teve.

- bom, vamos deixar os assuntos formais de lado, e vamos falar de mulheres - o governador sorriu e acendeu o seu charuto - sabe que os italianos têm gostos especiais, e espero que no cassino tenha muitas mulheres, e de todos os tipos se é que me entende.

- não se preocupe, os meus cassinos e boates contam sempre com a presença de mulheres maravilhosas! - Sebastian deu um gole em sua bebida e me olhou de relance.

- aquela que trouxe com você, é sua mulher? - o governador me olhou curioso e eu confirmei.

- sim, é minha mulher e vamos nos casar em breve - dei um gole em minha bebida e suspirei.

- com todo respeito, ela é uma mulher magnífica! Onde você a encontrou? Deu sorte por que se eu tivesse visto primeiro, iria roubar ela para mim.

Eu tive que me controlar para não sacar a minha arma e atirar nele aqui mesmo nessa mesa, Sebastian me olhou meio sem graça, e Luiz sorriu com os olhos diante dos comentários idiotas que foram feitos na mesa.

- desculpe se vou ser grosso, mas não quero nenhum de vocês fazendo comentários idiotas a respeito da minha mulher, viemos aqui falar de negócios e não sobre a minha vida pessoal - levantei da mesa - não vou tolerar nenhuma piadinha ou olhares maldosos direcionados a ela sejam eles se quem for - peguei minha arma em cima da mesa - vamos aproveitar a festa, amanhã os trabalhos para a abertura do cassino começam e eu quero está a par de tudo.

Sai da sala de reunião com as mãos suando de raiva, eu queria socar a cara dele, mas por enquanto não posso fazer isso, é questão de tempo, em breve ele já não fará mais parte desse mundo.

Eu desci as escadas e de longe pude vê-la sorri de algum comentário que Amanda fez, elas estão sentadas em uma mesa afastada da pista de dança.

Respirei fundo e me aproximei delas com um meio sorriso nos lábios.

- então, estão se divertindo muito?

- porquê demoraram tanto? - Amanda olhou para Sebastian com reprovação - vêm, vamos dançar - eles saíram para a pista de dança, e eu me aproximei dela.

- você está bem?

- eu acho que sim - ela sorriu de lado e depois me olhou - eu não sei se você vai querer ir, mas gostaria que me levasse para conhecer a cidade, é um sonho estar nesse lugar - ela segurou minha mão e eu sorri de lado.

- eu queria te fazer uma pergunta - pousei minha mão em sua perna - está apaixonada por mim, ou sente apenas gratidão por eu ter te tirado daquele quarto?

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