Vendida

Vendida

Capítulo 1

Desde muito pequena eu era obrigada a trabalhar para colocar comida em casa, eu fui criada pelo meu pai, nunca soube da minha mãe e ele nunca fez questão de falar sobre ela mesmo que eu perguntasse.

Estudei até uma determinada época, e depois o meu pai me tirou da escola sem explicações.

Ele é viciado em jogos e bebidas, nossa casa é alugada, e eu não sei como ele consegue pagar o aluguel, não trabalha e quase nunca está em casa.

Eu vivo trancada no meu quarto, ele me prendeu aqui já tem uns três anos, não me dá comida sempre, não me deixa tomar banho todos os dias, e muito menos permite que eu veja a luz do sol.

Me sinto a Rapunzel presa no castelo, mas a única diferente, é que eu não tenho um príncipe encantado que vai vir me tirar da torre.

Já faz uns três dias que estou sem comer, estou pesando uns quarta e cinco quilos, minha boca está seca e ferida, e eu já não tenho forças para levar da cama e nem gritar por ajuda.

- pai, me dá um pouco de água, por favor! - ele está parado na minha frente, me observado sem nenhum pingo de sentimento nos olhos.

Como eu queria morrer para acabar com todo esse sofrimento, será que é pedir muito?

- por que está fazendo isso comigo? O que foi que eu fiz a você? - eu me faço essa pergunta todos os dias! O que eu fiz para o meu pai? Por que me trata dessa maneira?

- você nasceu, é isso que você fez! - ele pegou o copo de água que estava em suas mãos e bebeu bem na minha frente - anda, vai tomar banho, um amigo vai vir te ver hoje a noite.

- o que?

- um amigo vai vir te ver hoje a noite, e ele vai pagar uma boa grana por isso - ele me levantou da cama e me levou até o banheiro - vê se bota um sorriso nesse rosto, não quero que dê uma má impressão para ele.

Eu ouvi bem? Ele vai trazer um amigo para...

Eu vomitei só de imaginar o que está me esperando essa noite.

Coloquei tudo que não tinha no meu estômago para fora, apenas um pouco de água e uma gosma verde.

Como ele teve essa coragem? Ele é meu pai! Por que tanto sofrimento? Por que toda essa dor?

Juntei as últimas forças que tinha e entrei debaixo do chuveiro com roupa e tudo.

Estou fraca, me sinto tonta e com a visão turva.

Deixei a alguma cair sobre mim, e aproveite para beber o máximo que pude, aos poucos fui tirando a roupa e aproveite a água que estava bem fria por sinal, cair sobre o meu corpo.

Desligue o chuveiro e me enrolei na toalha que estava na pia e sair do banheiro.

Olhei para o corredor e corri para o meu quarto trancado a porta logo em seguida.

Me vestir com presa e procurei algo que pudesse me defender do tal amigo do meu pai.

Me olhei no espelho e chorei sentindo medo do que possa acontecer comigo hoje a noite.

Eu tenho vinte anos, me chamo Jaiane e gostaria muito de um dia conhecer alguém que me amasse o suficiente ao ponto de me tirar dessa vida, alguém que me protegesse e não deixasse mal nenhum me atingir.

***

Às horas se passaram, e junto com elas a noite chegou, minutos depois eu ouvir vozes lá em baixo e alguém subindo as escadas.

Eu peguei um prego que achei debaixo da minha cama e segurei na minha mão pronta para atacar quem ousasse mexer em mim.

A porta foi aberta pelo meu pai, e junto com ele estava um homem barrigudo, que aparentava ter uns cinquenta anos de idade, usava uma calça jeans, camisa de manga preta, tênis meio velho e tinha uma barba bem grande.

- mas a sua filha é uma gracinha, apesar de estar bem magra e mal tratada, ainda sim é bonita - ele sorriu para mim, e como uma tentativa de pedir socorro, olhei para o meu pai implorando para que isso fosse um pesadelo.

Ele deviou seu olhar do meu e olhou para o homem.

- ela nunca esteve com nenhum outro homem, e sabe que nessas circunstâncias o valor é maior.

- pensei que já tínhamos acertado o preço - eles ficaram discutindo por alguns segundos até que entraram em um acordo, logo em seguida o meu pai saiu do quarto e fechou a porta me deixando sozinha com o homem.

- moço, por favor, não faz isso! - talvez se eu implorar ele possa me deixar em paz - eu estou fraca, não me alimento a dias e não tenho forças nem mesmo para andar ou falar - deixei o desespero tomar conta de mim - a gente pode fingir, eu não sei.

- não precisa se preocupar, docinho, eu prometo que vou ser bem carinhoso com você - ele tirou a camisa, e automaticamente levantei da cama indo para o canto do quarto.

- não se aproxime, não chegue perto de mim! - joguei o meu abajur em sua direção sentindo meu coração acelerar.

- está louca? O seu pai disse que você era bem tranquila! - ele fechou a cara e avançou na minha direção com violência.

Ele segurou os meus braços com força os machucando, e me jogou na cama enquanto eu gritava para que me deixasse em paz.

Ele rasgou parte da minha blusa deixando o meu sutiã exposto, e sem pensar duas vezes e em uma tentativa de me proteger, eu enfiei o prego em seu olho, foram várias vezes até que ele me soltasse de uma vez.

Ele caiu no chão gritando enquanto o seu olho jorrava sangue por todo o quarto.

Meu pai subiu e abriu a porta do quarto com violência e o semblante preocupado.

- o que você fez sua vagabunda? - ele correu até o homem no chão que berrava e gritava de dor, e depois veio até mim, dando um tapa no meu rosto - está louca? Ele é um policial importante sua desgraçada! Está vendo em que situação nos colocou? - ele chacoalhou os meus veia com força.

Eu não consigo acreditar que estou vivendo isso, meu pai, que deveria me amar e proteger está me tratando pior do que um pedaço de pano velho ou carne podre.

Ele ajudou o homem a se levantar, e juntos saíram do meu quarto.

Eu corri para a porta e a tranquei.

Empurrei a minha cômoda com o resto da força que tinha e coloquei atrás dela.

Troquei a minha blusa, e sentei na cama olhando os roxos que as mãos dele deixou nos meus braços.

Deitei na cama sentindo a minha barriga doer por causa da fome e chorei sem que houvesse amanhã.

Eu só queria sair desse sofrimento, e se a morte for a solução, eu vou ficar aqui até que isso aconteça.

Essa é a nossa personagem principal, vai ficar um pouco mais madura com o tempo, mas, por enquanto, ela está assim.

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Comments

Cristiane Oliveira

Cristiane Oliveira

isso não é um pai e sim um monstro se eu fosse ela aproveitava e fugiu daí

2024-11-21

0

Eloi Silva

Eloi Silva

foge garota vai denunciar esse pai descrasado que se titula de pai vai pede ajuda os estranho Alves tenha mais consideração com tigo

2024-11-10

0

Maria Cristina

Maria Cristina

Foge menina pra bem longe.

2024-10-16

2

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