Capítulo 10

~ William ~

Eu saí para comprar um presente para ela, é uma surpresa e não queria acordá-la, estava tão linda dormindo, parecia leve e feliz.

Eu cheguei em casa às três da tarde, pedi que deixassem o almoço na mesa, sabia que ela acordaria com fome, e quando eu entrei na sala de jantar, pude ver o meu tio com a mão sobre o ombro dela, ele não foi convidado e certamente está fazendo algo incomodo.

Eu entreguei a sacola para um dos empregados e me aproximei deles com cautela, queria ouvir o que ele estava falando, não deu para me ver, estavam de costas para a porta de entrada.

- acha mesmo que ele vai te levar a sério? William nunca amou mulher alguma e você não será a primeira - ele mexeu no cabelo dela a fazendo se encolher - se você ficar ao meu lado, terá muito a ganhar, vou fazer de você a minha rainha.

Eu tirei a minha arma da cintura, e sem pensar duas vezes atirei em sua perna, foi certeiro, eu nunca erro e não me importa se ele é ou não o meu tio, o que ele está fazendo é um ato covarde! Está intimidando ela, está fazendo propostas para a minha mulher, está tentando fazer ela ficar contra mim.

- você está louco!? - ele me olhou sem acreditar que tive coragem de atirar nele.

Alguns dos meus homens se aproximaram com suas armas em punho, e o Sebastian e Amanda desceram as escadas assustados.

- Amanda, leve ela daqui! - pedi para minha cunhada que atendeu ao meu pedido e tirou a Jai da sala.

- o que está acontecendo aqui? - Sebastian me olhou pedindo explicações.

- sou eu quem pergunto o que está acontecendo aqui!? - me aproximei de luiz fazendo ele andar para trás com as mãos sobre a perna atingida pelo tiro.

O sangue está sujando todo o ambiente, mas isso é o que menos importa agora.

- como ousa vir até a minha casa sem ser convidado e assediar a minha mulher? O que deu em você?

- você está louco! Eu só estava cumprimentando ela - ele caiu no chão e eu apontei minha arma em direção a sua testa.

- William, por favor! - Sebastian segurou o meu braço - eu sei que ele fez algo errado, mas é sangue do nosso sangue, não manchamos as nossas mãos com família.

- ele não faz mais parte da família - engatilhei a arma novamente - ele está interessado na minha mulher, eu ouvi quando ele disse que a transformaria em uma rainha se ficasse com ele, eu ouvi, Sebastian, ouvi ele colocando coisas na cabeça dela!

- eu só pensei que você não quisesse nada sério com ela, pensei que fosse apenas algo de momento e é normal que quisesse me aproveitar depois, afinal de contas ela é uma mulher bonita - ele levantou do chão com esforço - eu vou embora, William, sei que não vai ter coragem de me matar, eu sou seu tio, irmão do seu pai e se tem tudo isso hoje, também é graças a mim que estive ao lado dele durante todos esses anos.

- você já não faz mais parte da minha família, sempre foi uma sombra do meu pai, sempre quis ser igual a ele e isso você nunca vai ser - guardei minha arma - a partir de hoje me considere seu inimigo, está fora dos meus negócios, fora da minha casa e das nossas vidas.

- não pode me tirar assim, eu tenho a minha parte nisso tudo aqui! - ele alterou o tom de voz - não acredito que estamos brigando por causa de uma vagabunda! Você conheceu essa mulher não tem nem dois meses, William! O que ela fez com você?

- eu me apaixonei, Luiz, pensei que nunca seria capaz de amar uma mulher, e ela chegou para mudar isso dentro de mim, trouxe luz para a minha vida e é apenas isso - comecei a dar voltas pela sala tentando controlar a minha respiração - mas isso não muda quem eu sou, ao contrário, me fez ficar ainda pior porque agora eu tenho ela e não vou permitir que ninguém, ouviu? ninguém a machuque ou muito menos a tire de mim, pode ser quem for.

- isso é uma ameaça?

- isso é apenas um aviso, eu só não te matei agora graças ao Sebastian, deve a sua vida a ele.

Eu saí da sala e fui atrás dela, estava em nosso quarto, deitada na cama com a cabeça apoiada no colo de Amanda.

- você está bem? - ela levantou da cama e olhou para mim com os olhos vermelhos.

Amanda saiu nos deixando sozinhos e ela correu para os meus braços, eu suspirei e a abracei de maneira protetora.

- eu tive medo, William, ele me fez lembrar daquele homem, daquelas mãos que machucaram os meus braços, lembrei do meu pai - ela estremeceu e eu fechei os olhos.

- está tudo bem, ele nunca mais vai se aproximar de você - eu deveria ter matado sem pensar duas vezes.

- ele disse que vai se cansar de mim, que vai me colocar em um desses bordéis - ela fungou e eu neguei.

- eu jamais faria isso com você, jamais te colocaria em um lugar como aquele.

- então porque você faz isso com outras mulheres?

- Jai, esse é o meu trabalho, essa é a minha vida e tudo o que meu pai deixou para mim, eu não tenho pena e nem piedade das pessoas, a única que tocou o meu coração foi você e é assim que vai continuar sendo, pessoas boas nessa vida só fazem sofrer, o mundo não é justo com todo mundo.

Ela se acalmou depois de longos minutos de conversa, eu dei a ela o presente que comprei hoje cedo, uma bolsa de marca famosa e um conjunto de esmeraldas.

Ela não quis sair, decidiu ficar no quarto a tarde inteira, só desceu a noite e foi caminhar pelo jardim com Amanda.

- ouçam bem o que vou dizer - chamei todos os seguranças para dar algumas ordens, todas elas sobre a proteção da Jai e sobre o meu tio.

- Luiz está terminantemente proibido de chegar perto dessa casa ou da minha mulher, não quero que peguem recados ou que sintam pena dele se o verem andando por aí sem perna ou braço, e também não quero que deixem ela sozinha, se algo acontecer, vocês serão os culpados e pagarão por isso.

- não se preocupe, nada vai acontecer com ela, está sob a nossa proteção e segurança - Marcelo se aproximou e suspirou um pouquinho.

Eu gosto de andar com ele, é o que mais tem a minha confiança.

- Marisa está lá fora com o pai, insistem em entrar e falar com o senhor - ele fechou os olhos e respirou fundo - deixo eles entrarem?

- o que eles querem? - olhei para Sebastian que deu de ombros - tudo bem, mandem eles entrarem e virem até o meu escritório, vou estar esperando por ele.

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