Um toque suave na porta chamou a atenção de Hiroshi, que o fez abrir os olhos e autorizar a entrada. A porta se abriu com um rangido discreto, e Yumi entrou na sala com passos cautelosos.
Yumi, com seus olhos tímidos e expressivos, parecia um pouco hesitante ao cruzar o limiar da sala. Sua presença delicada contrastava com o ambiente imponente ao redor. Ela se aproximou com uma postura respeitosa, seus
olhos lançando olhares furtivos para o pai enquanto ela se posicionava diante dele.
Hiroshi, ainda exalando a fumaça do charuto, observou sua filha com um olhar que misturava curiosidade e um toque de paternalismo.
— O que foi, Yumi? — disse com voz baixa e grave.
Yumi, respirando fundo, falou com uma voz que traía um ligeiro nervosismo:
— Pai, eu trouxe os relatórios atualizados sobre a situação no porto que Ryu pediu que eu entregasse. E gostaria de conversar com o senhor.
Ela estendeu uma pasta de couro para Hiroshi, suas mãos tremendo ligeiramente. Ele sabia que Yumi não estava envolvida nos negócios da máfia, seguindo a tradição da família de que mulheres não deveriam se misturar com tais assuntos. Desde o falecimento de sua esposa no parto de Yumi, Hiroshi havia decidido proteger sua filha de qualquer pressão relacionada ao legado da família. Ela foi criada por babás e empregadas, longe do mundo cruel e complexo do crime organizado.
Enquanto Hiroshi abria a pasta e examinava os documentos. — Estou ouvindo Yumi.
Ela hesitou um momento antes de continuar, sua voz traindo uma nota de hesitação:
— Bom, pai. Lembra que lhe falei sobre a viagem com minhas amigas da faculdade?
— Já tinha negado, pelo que me lembro. Disse franzindo a testa.
— Sim, mas… por favor, pai, nunca saio, nunca faço nada. Acabei de completar 18 anos...
— E a festa foi incrível, não foi? — interrompeu Hiroshi, com um tom que misturava ironia e seriedade.
— Sim, apesar de estar cheia de pessoas mais velhas, — sussurrou Yumi.
— Fale alto, Yumi! Você sabe que nossa família é diferente. Não somos como qualquer outra. Não viajamos apenas para passear. Eu me preocupo com sua segurança.
— O senhor tem seguranças, pai, vou ficar bem.
Hiroshi fechou a pasta lentamente e voltou seu olhar para a filha, que o observava com olhos cheios de lágrimas e tensão. O silêncio na sala se tornou palpável, quebrado apenas pelo ocasional estalar do charuto.
— Tudo bem, Yumi.
O alívio imediato no rosto de Yumi transformou-se em alegria exuberante. Ela pulou de felicidade, mas logo sua euforia se extinguiu ao encontrar o olhar de reprovação de seu pai, que ainda mantinha uma expressão severa.
Yumi se recompôs rapidamente, ajustando sua postura com um leve sinal de respeito, fez uma reverência e saiu lentamente do escritório.
Yumi subiu as escadas de mármore da mansão com uma leveza e alegria. Cada passo ecoava suavemente pelo corredor decorado com elegância tradicional japonesa, seus olhos brilhando com um misto de excitação e
liberdade. A mansão, com seus amplos corredores e portas deslizantes de papel shoji, estava cheia de uma atmosfera formal e majestosa, mas para Yumi, naquele momento, parecia mais uma caixa de resgate, oferecendo-lhe uma fuga das normas rígidas que haviam moldado sua vida até então.
Ao chegar no segundo andar, ela passou rapidamente pelos quartos dos seus irmãos e das visitas. A casa estava sempre movimentada, repleta de funcionários que garantiam que cada canto estivesse impecavelmente
cuidado. Era uma mansão típica japonesa, com tatames nos corredores e jardins internos com pequenas fontes de água.
Finalmente, chegou à porta do seu quarto e a abriu com um sorriso de satisfação. O espaço era um refúgio juvenil e acolhedor, com paredes adornadas com papéis de parede floridos e uma grande janela que dava para o
jardim zen da mansão. A decoração era um reflexo do gosto jovem e vibrante de Yumi, com almofadas coloridas e pôsteres de suas bandas favoritas.
Ela entrou e imediatamente foi para a arara de roupas, onde começou a retirar peças e guardá-las nas malas que havia cuidadosamente selecionado para a viagem. Com uma energia contagiante, ela dobrava as roupas e as colocava nas malas, misturando uma coleção eclética de vestidos e acessórios. No entanto, enquanto organizava suas roupas, não podia deixar de sentir um leve desconforto. Muitos de seus vestidos e acessórios eram de um
estilo mais conservador, em sintonia com a tradição e expectativas de sua família.
Com o coração acelerado, ela finalmente pegou seu celular e ligou para suas amigas.
— Meninas, vocês não têm ideia de como estou animada! — disse Yumi, sua voz transbordando de alegria. — Vai ser tão bom ter um tempo só para nós, longe de tudo isso.
— Eu ainda não consigo acreditar que seu pai realmente deixou você ir com a gente! — comentou Hanna, com um tom de incredulidade e empolgação.
— Eu também estou surpresa. — Concordou Sakura, em conferência na ligação, sua voz carregada de uma mistura de admiração e alívio. — Sempre imaginei que ele fosse ser mais rígido.
— Bem, ele pode até ter liberado a viagem, mas eu aposto que vai enviar um batalhão de segurança para nos seguir. — Yumi riu, tentando parecer despreocupada.
— Oh, com certeza! — Hanna respondeu com um sorriso maroto. — Mas, vamos ser sinceras, ter esses "armários ambulantes" nos seguindo não é uma má ideia, não é? Imagina só, ser escoltada por aqueles músculos e uniformes tão... impressionantes!
Sakura riu junto com Hanna, claramente se divertindo com a ideia.
— Vamos aproveitar cada minuto! — Hanna diz empolgada.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Rita de cassia Batista da silva
Fica tranquila Alice a salvação de Arthur está chegando , só ainda não sei qual será o preço cobrado 🤔🤔
2024-09-08
4
Leidiane Lopes
Eita que Yime vai fazer Arthur perceber que ele não ama Rebeca o que ele sente é só atração por ela
2024-08-07
2
Gil Vania
Arthur vai se apaixonar por essa Hanna se não gostei não
2024-08-05
0