Capítulo 4

Tóquio/Japão..

A sala de reuniões no coração do escritório de Hiroshi Mikan era o epicentro do poder da máfia japonesa. O ambiente, adornado com painéis de madeira escura e detalhes luxuosos, refletia a riqueza e a influência de

Hiroshi. Em uma grande mesa de mogno, coberta com papéis e documentos meticulosamente organizados, Hiroshi Mikan, conhecido como o “Dragão de Tóquio”, com seus 50 anos, era a personificação da autoridade.

Hiroshi, um homem imponente com uma aura de controle absoluto, estava sentado na cabeceira da mesa. Seu cabelo preto, com fios grisalhos começando a aparecer, era penteado de maneira impecável, e seu terno

preto de corte elegante era um reflexo de sua posição. Seus olhos afiados observavam os demais presentes com uma intensidade que não deixava margem para dúvidas: ele estava no comando.

À sua direita estavam seus dois filhos mais velhos, Kazuki e Ryu, ambos homens na casa dos trinta anos, conhecidos por sua lealdade e habilidades nas operações da máfia. Kazuki, com seu olhar penetrante e postura assertiva, era responsável por grande parte das operações externas, enquanto Ryu, com uma abordagem mais analítica, supervisionava os negócios internos e as finanças.

O som do telefone de Hiroshi interrompeu o silêncio pesado que pairava na sala. Ele atendeu com calma, ouvindo atentamente as atualizações sobre uma situação crítica envolvendo o porto de Hong Kong, um dos principais pontos de contrabando sob seu controle.

— O que está acontecendo? — perguntou Hiroshi, sua voz firme e controlada.

A resposta do outro lado da linha trouxe uma notícia preocupante. As operações no porto estavam sendo comprometidas por um grupo rival, que havia conseguido infiltrar seus homens e estava causando transtornos

significativos. O controle do porto era vital para as operações de contrabando de Hiroshi, e a perda de controle poderia ter sérias repercussões.

— Estão causando distúrbios no ponto de entrada principal e desviando parte da carga — explicou o informante. — Precisamos de uma solução rápida.

Hiroshi desligou o telefone e olhou para seus filhos que estavam atentos ao desenvolvimento da situação.

— Temos um problema sério em Hong Kong — disse Hiroshi, sua voz grave reverberando pela sala. — Os nossos concorrentes conseguiram invadi o nosso porto e estão interferindo nas operações. Isso não pode continuar.

Kazuki e Ryu trocaram olhares, Hiroshi, mantendo a calma, começou a planejar a solução.

— Kazuki, reúna uma equipe de confiança e vá para Hong Kong imediatamente — ordenou Hiroshi. — Vamos precisar de uma abordagem direta para retomar o controle do porto.

— Entendido, pai — respondeu Kazuki, levantando-se rapidamente para organizar a equipe.

— Ryu, você vai coordenar as operações de suporte e garantir que as finanças estejam protegidas enquanto isso — continuou Hiroshi. — Não podemos permitir que essa situação afete nossos recursos.

— Pai, eu posso ajudar com a análise de inteligência — ofereceu Ryu. — Tenho algumas ideias sobre como podemos antecipar os movimentos dos nossos rivais e minimizar os danos.

Hiroshi acenou aprovando e com um olhar seus filhos se levantaram em uníssimo. Eles se curvaram respeitosamente para o pai. Enquanto os dois saíam do escritório, o som de seus passos ecoou pelos corredores

luxuosos. A porta se fechou suavemente atrás deles, deixando Hiroshi sozinho que pegou um charuto de sua embalagem de couro, o retirou com cuidado e o levou aos lábios. Ele o acendeu com um isqueiro de prata, observando as chamas dançarem antes de ser envolvido pela fumaça densa e aromática. O charuto começou

a queimar lentamente, emitindo um aroma robusto que preencheu o espaço ao redor do Don.

Hiroshi se recostou na cadeira, exalando uma nuvem de fumaça enquanto seu olhar se perdia na distância.

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