Desafabo.

Pedro Narrando.

— Seis horas da manhã. Há algum tempo, a pessoa responsável por cuidar das rotinas do meu pai era a Dona Joana, mas, devido à sua saúde debilitada, essa responsabilidade passou a ser minha. Meu pai já estava acostumado com os cuidados dela, e como ela não apresentou melhora, atualmente sou eu quem cuida dele. Começo o meu dia escovando os dentes e, em seguida, tomo um banho gelado para energizar meu corpo. Após alguns minutos, visto uma calça preta, uma blusa social e um tênis preto. Dirijo-me à cozinha, onde tomo um copo de iogurte, e em seguida vou até o quarto do meu pai. Ao abrir as cortinas, logo percebo que ele acorda mal-humorado, já que o clarão invade seus olhos. Internamente, não consigo conter o riso ao ver a expressão que ele faz. Digo a ele que, inicialmente, vamos tomar um banho. Retiro sua fralda e nos divertimos, pois sempre que vejo o pênis do meu pai, ele tenta se cobrir. Em seguida, utilizo meus braços para apoiá-lo, tomando cuidado para não derrubá-lo, caso contrário, meu pescoço sentirá o impacto. Agora, voltando à realidade .

— Coloco-o em sua cadeira de banho e seguimos para o banheiro. Com água morna, preparo a espuma de barbear para fazer sua barba. Como de costume, ele faz uma piada, dizendo que as pernas estão limitadas, mas suas mãos não. Para evitar prolongar as brincadeiras, percebo que preciso agir rapidamente. Após o banho, visto sua roupa e levo-o até a varanda para que possa respirar um ar fresco. Em seguida, pergunto se ele deseja tomar café.

Apolo — Por enquanto, não. Mais tarde pedirei para que tragam para mim, Você tem meia hora até a aula, por favor, sente-se. Pedro, por que você não tem passado muito tempo em casa após a escola? Onde você tem estado?

Pedro — Estou resolvendo alguns enigmas, refletindo sobre a minha vida e se realmente quero colocar em prática tudo o que um dia Thomas me ensinou. Olho para o meu pai e digo: em pouco tempo, tornei-me um assassino. Não se trata apenas de corrigir o passado; posso ser frio e cabeça dura às vezes, mas será que é isso mesmo que desejo, no fundo da minha alma, ao querer matar o Rhael?

Apolo — Essa pergunta é algo que você deve refletir por conta própria. Olho para ele e digo: não faça nada que possa se arrepender amanhã.

Pedro – Isso é algo que não almejo para a minha vida; prefiro evitar arrependimentos. Vou solicitar uma segunda opinião ao vovô, tudo bem? Dou um beijo em sua cabeça e me dirijo à escola.

Apolo – Tenha uma boa aula. Cuide-se, filho.

Reflexão sobre Apolo.

Pedro passou por mudanças significativas e seu estado é bem mais complicado do que eu poderia ter previsto. Não atribuo culpa a ninguém por isso; o que realmente importa é que ele esteja ao meu lado.

Bem mais tarde depois....

— Hoje estou realizando meu treinamento sozinho, sem ninguém para me orientar sobre o que devo ou não fazer. Ao refletir, decido fazer uma pausa, sentando em um pequeno banco, com a cabeça baixa. Logo, sou interrompido por um dos amigos do meu pai.

Miguel, segurança — Olho ao meu redor, certificando-me de que não há mais ninguém, a não ser eu e Rhael. Então, pergunto: — Você tem certeza de que deseja eliminar algo que nunca lhe fez mal?

Rhael — Não consigo entender sua pergunta.

Miguel Segurança: Acredito que você compreendeu o que estou tentando lhe dizer.

Rhael: Por que você está sempre olhando para os lados? Isso é o que se chama de traição, e meu pai não tolera traições.

Miguel Segurança: Não considero isso como traição, mas sim como um alerta. Você está se equivocado, jovem; está prestes a cometer um grande erro na sua vida. Acredite em mim, vir coisas que até hoje não consegui expressar. Quando você veio morar aqui, ainda era apenas uma criança indefesa, então não o culpo por pensar dessa forma.

Rhael — Poderia me dar uma pista, por favor? Sinto-me perdido nessa situação e tenho dificuldade em entender alguns aspectos. Acredito que ainda sou um tanto ingênuo.

Miguel (Segurança) — Ingênuo? Sorrio respeitosamente e respondo: É curioso pensar assim, considerando que você é capaz de manusear um fuzil e possui habilidade com o arremesso de machados. Não diria que é ingênuo.

Miguel (Segurança) — Há uma caixa preta no quarto do seu pai, onde você encontrará todas as informações que procura. Agora, preciso me retirar.

Rhael — Como você sabe da existência dessa

caixa?

Miguel Segurança: Não é necessário que você saiba dessa informação, mas tenha em mente que tudo tem um preço a ser pago.

Rhael: Agradeço, e não esquecerei disso. Estou curioso em relação a esta caixa; nunca entrei no quarto do Máximo. Agora, a questão que não quer calar é: como serei discreto? Descido tomar um banho e, ao olhar para o meu celular, percebo que falta uma hora para o jantar ser servido.

Do outro lado mais distante.

Pedro

— Ao retornar para casa, tive a sensação intrigante de que alguém me seguia. Olhava para trás repetidamente, questionando se quem realmente estava assombrado era eu. Hoje, marchando com firmeza, decidi que voltaria sozinho, adentrando alguns becos de ruas menos movimentadas. Comecei a destravar minha arma, preparado para proteger minha vida caso fosse necessário enfrentar aqueles que desejam interrompê-la. No entanto, mantenho minha determinação inabalável. É comum que as pessoas se questionem sobre a sanidade de quem leva uma arma carregada para a escola. Eu mesmo tenho uma resposta para essa questão eu mesmo, fiz isso e tô fudido. A situação se torna insuportável quando se teme que alguém de casa descubra. A sensação é extremamente angustiante. Então, sou surpreendido ao perceber que há uma arma apontada para minhas costas. Fico paralisado, pois minha própria arma estava à vista, na região do meu abdômen. Viro-me lentamente e encontro o olhar dele.

Pedro — Caralho tio Thomas, dá para acreditar que você me seguiu todo esse tempo!

Thomas — Era exatamente isso que eu precisava confirmar, Pedro. Sabia que você não iria caminhar desassistido por estas ruas. Peço para ele há arma,e para não me questionar, e logo sim ele estender a mão e me entregar o objeto. Em resposta, digo — Tudo, exceto na escola, não é, Pedro? Cometeu um erro grave.' Percebo que ele desvia o olhar enquanto eu o admoesto.

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