Novos Começos.

Thomas Narrando

— Estou a caminho de casa, quando recebo um chamado do Cárter, que me convidou para uma pequena reunião. Acredito que já sei do que se trata, mas nunca recusaria um convite dele. Ao parar no semáforo, aguardo a abertura do sinal. Costumo sair de casa já preparado, então retiro minha arma do porta-luvas. Acelero com vigor, pois percebo que há um carro suspeito me seguindo. Preciso desviar o caminho da casa do Cárter e, embora eu vá me atrasar, é imprescindível entender o que esses indivíduos desejam de mim. Continuo firme na direção.

— Continuo acelerando e, logo em seguida, encontro uma estrada pouco movimentada. Planejo minha estratégia: ou saio do carro e disparo tiros para cima deles, ou opto pela segunda alternativa, que é provocar um acidente. Diante das circunstâncias, prefiro seguir com a segunda opção, já que estou sozinho. Mantenho o foco, com as mãos firmes no volante, enquanto faço zigue-zague pela pista, refletindo sobre quem são essas pessoas. Já estou fora da cidade e, agora, sinto que é o momento de encerrar essa situação, dirigindo-me em direção a um precipício.

— Realizei uma manobra de 360 graus com o veículo, e antes mesmo de perceber os envolvidos caindo do carro, fui atingido por um tiro de raspão no ombro. Graças a Deus, a bala não atingiu órgãos vitais. Saí do carro rapidamente para verificar a situação, e logo em seguida o veículo explodiu. Não consegui identificar os rostos dos agressores claramente, mas entrei em meu carro e segui em direção à casa do cárter. Acredito que se tratavam de capangas de Máximo, já que naquele dia ele havia marcado meu rosto.

— Ao chegar ao seu espaço, já havia informado que estava nas proximidades. O portão da garagem se abriu automaticamente, entrei e estacionei. Ao pisar na sala, cumprimentei Carter com um abraço. Ao olhar ao redor, percebi que o Apolo não estava presente e logo fiz a pergunta.

Thomas: — Onde está o Apolo?

Carter — Ele está em seu quarto, como sempre. Porém, hoje a situação será diferente, pois contratei uma psicóloga que virá até aqui. Agora, resta apenas aguardar a reação dele.

Thomas — Posso conversar com ele?

— Cárter — Claro, mas antes, me diga o que aconteceu com seu ombro. Ele logo me explicar que foi vítima de uma tentativa de assassinato. Eu pensei: Esse filho da puta foi o responsável, com certeza. Provavelmente eu já sabia que não deveria ter levado você comigo. Vamos cuidar desse ferimento. Quando estávamos a caminho da sala, Apolo entrou e perguntou sobre o atentado ao Thomas.

Eu me virei e disse — Já voltamos para responder a essa pergunta.

— Levei Thomas a uma pequena sala da minha casa, onde tenho um espaço destinado a materiais de primeiros socorros. Realizei a limpeza do machucado e apliquei um curativo. Em tom descontraído, disse: 'Prontinho! Amanhã estará novo como um papel', e rimos juntos. No entanto, ressaltei que precisávamos ter uma conversa séria e, em seguida, retornamos à sala para dialogar com Apolo.

— Todos estavam reunidos, porém Apolo nem sequer dirigiu um olhar a Thomas. Discutimos a possibilidade de que Máximo deseje vingar-se, pois seu objetivo parece ser a destruição de todos nós. A situação com Thomas é prova disso. Pedi a Joana que trouxesse um café para que pudéssemos nos servir e, logo em seguida, ela já estava nos atendendo. O clima estava tenso e percebi que Apolo queria conversar com Thomas a sós. Não havia problema com isso, então decidi me retirar por um tempo para que eles pudessem dialogar.

Apolo — Você tem consciência de que está transformando meu filho Pedro em um assassino, Thomas?

Thomas — Reconheço que cometi um erro ao não me expressar claramente, Apolo, e peço desculpas por isso. Sei que falhei, mas, por outro lado, é importante destacar que ele está apresentando um ótimo progresso. Pedro tem se mostrado um garoto tranquilo, e ágil durante os treinamentos, e você precisa ver como ele tem se destacado ao manusear uma arma. Compreendo que não é fácil para você, Apolo, ver seu próprio filho seguir por esse caminho. No entanto, você é o único que conhece profundamente a dinâmica do máximo, pois foi moldado por ele.

Apolo — Isso não tem relação alguma com a situação em questão. Eu fui uma vítima de tudo isso, mas o passado é apenas uma lembrança. É impressionante a sua indiferença, Thomas. Tenho grande apreço por você, considero-o como um irmão, pois já trabalhamos juntos por um tempo. Reconheço que você não é um homem qualquer, mas e se fosse o seu filho que tivesse sido treinado por mim, nas suas costas?

Thomas — Respiro fundo e respondo — Meu filho está morto. Considero o Pedro como meu filho. Minha intenção não é fomentar uma guerra ou um derramamento de sangue. Reconheço que ultrapassei os limites de sua confiança, mas peço que me conceda uma chance para ele.

Apolo: Vocês estão aproveitando o fato de eu estar incapacitado para agir nas minhas costas, mas irei responder à sua pergunta — você realmente acredita que o Pedro teria coragem de matar o Rhael, seu próprio irmão? Você tem plena consciência disso?

Thomas — Já mencionei e reitero que essa não é a minha intenção, mas, se surgirem a possibilidade, o Pedro saberá se defender sem depender de nós.

Apolo — Entendido. Portanto, a responsabilidade pela segurança dele está nas suas mãos, Thomas. Qualquer situação que acontecer com ele será de sua responsabilidade.

Thomas — Pode deixar comigo, Apolo. Seu filho não será apenas mais um garoto; ele terá as melhores habilidades. Fomos interrompidos pelo som da campainha, e logo vimos a psicóloga. Olhei para Apolo, e ele imediatamente começou a falar.

Apolo — De onde você veio? Pode se retirar imediatamente deste lugar.

Logo, olho para meu pai e pergunto a ele qual é o propósito disso.

Cárter — É apenas para que você receba uma orientação, Apolo.

Apolo — Minha resposta continua sendo não vejo o meu pai dispensar a doutora e peço humildemente obrigado

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