Capítulo 17

Dionnes…

Logo que eu e minha amiga saímos do ginásio, passamos num restaurante. Almoçamos e depois fomos dar uma volta no shopping. Como hoje o treino terminou mais cedo, devido ao treinador ter uma importante reunião, aproveitamos o dia.

Fazia tempo que não nos divertíamos tanto juntas. Âmbar é uma garota muito divertida, nem parece que tem tantos problemas em sua casa.

— Essa tarde foi maravilhosa! — diz ela.

— Verdade, temos que sair mais vezes! Como estão as coisas na sua casa?

— Tem dias que são mais tranquilos, mas tem dias que tenho vontade de largar tudo e ir embora! Só não faço, porque a minha mãe precisa de mim!

— Se precisar de…

— Não se preocupe, Di! Eu sei me virar, já aprendi a lidar com toda a situação!

Nos despedimos, e cada uma vai para as suas respectivas casas.

Aproveito para fazer um trabalho da faculdade e quando me dou conta, já está quase no horário de Nathan me buscar.

Guardo as minhas coisas, tomo um banho, me arrumo e desço para esperá-lo.

Ana Paula entra em casa, com um semblante bem cansado.

Ela me conta como foi o seu dia na Universidade e fico feliz, que mesmo cansada, tendo grandes desafios pela frente, está motivada e feliz.

— Mas me diz, Ana, essa motivação toda é só devido ao time ou tem um certo jogador que chamou a sua atenção?

Percebi que seus olhos brilharam ao citar o nome do tal do Pablo.

— Não tem nada a ver, só estou sentida por ele desperdiçar todo o seu talento!

— Use toda a sua persuasão! Tenho certeza de que logo ele vai aceitar!

— As coisas não são assim, Di! O seu olhar, me diz que ele esconde algo, por isso não quer mais jogar!

— Ana, esse rapaz chamou muito a sua atenção e tenho certeza que não é apenas por ser um excelente jogador!

— Já disse que não quero me envolver com ninguém, além de tudo ele é bem mais novo do que eu!

— Ah por favor, como se fosse uma idosa, né!

Ela sorri.

— Mas me diz, aonde vai gata desse jeito? — pergunta, mudando de assunto.

— Nathan, me convidou para sair e eu aceitei!

— Que legal, devia assumir de uma vez por todas tudo o que sente!

— Quem sabe!

A governanta avisa que o meu amigo está a minha espera, do lado de fora. Me despeço de Ana Paula com um beijo e um abraço.

— Se divirta, mana!

— Pode deixar!

Ao sair do lado de fora, sinto um friozinho na barriga ao vê-lo. Está em sua moto, todo lindo, com uma roupa casual e uma jaqueta preta de couro.

Nos cumprimentamos com um beijo no rosto.

— Está linda, Di!

— Você também não está nada mal! — digo divertida e ele sorri.

Me ajuda a colocar o capacete, depois a subir na moto, seguro firme em sua cintura e seguimos para o cinema de moto.

O meu coração bateu acelerado com tal aproximação.

Na entrada do cinema, entramos num conflito de qual filme assistir e no final optamos por um filme de comédia.

Rimos muito e em determinado momento, ele passou seu braço pelo meu ombro. Fiquei um pouco tensa inicialmente, mas logo fiquei mais a vontade e ele ficou acariciando uma mecha do meu cabelo.

Após o cinema, caminhamos um pouco pela praça conversando, decidimos comer algo num food truck e Nathan comprou um lanche.

— Deixa a nossa nutricionista saber que estamos comendo lanche, em pleno dia de semana! — digo divertida, encostando-me numa mureta de cimento.

— Seremos castigados! Mas só hoje não vai fazer mal!

Admiramos a beleza daquela noite…

— Senti sua falta, Nathan! Nos afastamos tanto nos últimos tempos!

— Também senti a sua falta…

Olho sem jeito para o chão.

— Espera, deixa eu limpar aqui… — diz se aproximando e limpa o canto da minha boca, com o polegar.

Engulo em seco com tal proximidade, seu olhar direciona ao meu e, naquele momento, tudo parecia desaparecer à nossa volta.

— Você é tão linda… — diz acariciando o meu rosto, em seguida, coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Nathan…

— Shii… eu quero muito te beijar, Di!

Passo a ponta da língua nos lábios e, sem perder tempo, ele inclina seu rosto e aproxima a sua boca da minha. Nossos lábios se tocam lentamente, leva uma das mãos em minha cintura e aperta. Aprofunda o beijo e nossas línguas entrelaçam num beijo lento e profundo.

Tivemos que nos afastar por falta de ar, mas desce depositando beijos em meu pescoço, em seguida, me puxa para um abraço apertado.

— Esperei tanto por esse momento, Di!

— Esperou?

— Nunca percebeu que sou a fim de você?

— Não! Sempre teve a garota que queria e...

— Porque, a que eu realmente queria era você! Nunca tive coragem de me declarar, por medo de que se afastasse, mas ultimamente nos distanciamos e agora não tenho mais nada a perder!

— Eu também gosto de você, Nathan! Sempre gostei…

Ele sorri e voltamos a nos beijar, dessa vez com um pouco mais de pressa.

Caminhamos de mãos dadas, conversando e depois ele me levou para casa. Nos despedimos com um beijo longo, profundo e molhado.

Entrei em casa eufórica, passei no quarto de Ana Paula, como estava acordada, me sentei em sua cama e contei-lhe tudo o que havia acontecido.

— Fico muito feliz, por você, Di!

— Foi tudo tão mágico! Nem acredito que finalmente tive coragem de dizer o que sinto! Saber que ele sente o mesmo, me deixou maravilhada!

— Entendo o que está sentindo!

Desejo uma boa noite à minha irmã e vou para o meu quarto.

Coloquei o meu pijama, deitei-me na minha cama e adormeci, relembrando daquele beijo magnífico.

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