Capítulo 8

Gislene...

Logo que cheguei na Universidade hoje, me deparei com a sala dos professores cheia de professores reunidos, combinando de entrar de greve por seus pagamentos ainda não terem sido depositados. Sou um pouco curiosa, entrei na sala e me contaram o que estava acontecendo.

Como o reitor ainda não havia chegado, entrei em sua sala e procurei pelos comprovantes de depósitos. Em sua mesa, encontrei várias pastas com arquivos irregulares, boletins fraudados dos jogadores de basquete e futebol. O dinheiro, que deveria ser o pagamento dos professores, foi desviado.

Esses times, nunca ganharam e não compreendo tanto investimento. Acredito que esse reitor, está desviando o dinheiro para outras coisas.

Encontrei extratos do banco, para a conta dele e do treinador do time de basquete, com uma alta quantia em dinheiro. Coloquei tudo que julguei importante numa pasta, saí de sua sala e avisei Ana Paula. Jamais compactuaria com algo desse tipo com a família da única amiga que eu tenho, ainda mais por terem estendido a mão quando precisei.

Fui o mais natural possível no período da manhã, para que ninguém percebesse o que descobri.

— Gislene, durante o jogo de basquete, terei uma importante reunião, não estarei para ninguém!

— Sim senhor!

— Estou indo almoçar, quer me acompanhar?

— Não, obrigada! Já tenho um compromisso!

Esse homem sempre me olha com malícia, evito ficar a sós por muito tempo com ele e fujo de suas investidas, assim como o diabo foge da cruz.

… Eu hein, velho asqueroso!… — penso e um arrepio ruim percorre a minha espinha.

Logo que ele saí para almoçar guardo as minhas coisas, pego a minha bolsa, a pasta e sigo para a casa da minha amiga de táxi.

Assim que cheguei, fiquei extasiada com o tamanho e luxo do lugar.

Paguei o táxi e antes de tocar a campainha, a porta é aberta por uma senhora bem vestida e muito séria.

— Senhorita Gislene?

— Sim!

— Entre, a senhorita Ana Paula subiu para tomar um banho e pediu para aguardá-la! Disse para ficar à vontade!

Entro na casa de boca aberta, analiso cada detalhe.

— Aceita algo para beber? — pergunta ela fechando a porta.

— Uma água, por favor!

A casa é tão luxuosa e organizada, que até fiquei com medo de sentar no sofá e bagunçar.

Enquanto a mulher não volta, penso em me sentar, porém, ouço barulho de água e fico curiosa para conhecer a área externa.

Vou em direção à porta de vidro, que nos dá a visão de toda a área, como jardim e a piscina. Fico encantada com tudo o que vejo, mas também desconfortável de estar num lugar como esse.

Meu olhar, recaí sobre uma figura masculina que está saindo da piscina. Meu coração erra as batidas, fico sem ar, meu corpo todo queima e sinto o meu sangue se localizar em meu rosto, precisamente na minha bochecha.

O homem se vira de frente para onde estou e se seca com uma toalha. A essas alturas, não consigo nem fechar a minha boca. Uma espécie de choque percorre meu baixo ventre e sinto a minha calcinha molhar.

— Aqui está a água! — diz a mulher.

— Santo Deus! — afirmo colocando a mão no peito.

Levo um susto tão grande que derrubo a pasta no chão.

— Me desculpe, não foi a minha intenção…

— Não, eu que estava distraída… com… com a beleza dessa casa!

— É linda mesmo!

Ela me ajuda a recolher os papéis que caíram no chão, pego o copo de água e assim que se retira, volto a minha atenção para aquele homem maravilhoso na piscina.

Agora, está olhando para a tela de seu celular e não controla o calor que percorre o meu corpo. Viro o copo de água de uma vez, para ver se diminui o calor.

… Que merda é essa? Nunca me senti tão atraída por um homem como agora!

Seu olhar se levanta lentamente e vem na minha direção.

… Merda!…

Eu tento desviar o olhar, mas não consigo. Seu olhar parece penetrar o mais profundo da minha alma, como se tentasse me ler.

— Oi, Gi! — diz a doce voz de Ana Paula, me tirando dos meus devaneios.

Rapidamente me afasto daquela porta e me aproximo da minha amiga.

— Oi, amiga! — digo e engulo em seco.

— Está tudo bem? Parece tensa!

— É só que… eu… não sei, está muito quente hoje, acho que a minha pressão subiu, desceu, sei lá! Aqui estão os documentos! — digo, entregando-lhe a pasta.

Ana Paula pega, com uma das sobrancelhas arqueada.

— Eu acho melhor eu ir agora…

— Almoce conosco, senhorita! — diz uma voz grossa e rouca atrás de mim, me deixando de pernas bambas.

Me viro lentamente e assim que nosso olhar se encontra, sinto um frio na barriga e minha boca seca. O homem me analisa discretamente de cima em baixo, parece curioso.

— Pai, essa é a minha amiga Gislene! Gi, esse é o meu pai, Nicholas Bennett!

Ele se aproxima, estende a mão e assim que seguro a sua mão, meu corpo é acometido por uma forte eletricidade, que faz até o meu sangue borbulhar.

Seu aperto é forte, sua pele quente e posso perceber que ele ficou mexido assim como eu.

— É um grande prazer conhecê-la, senhorita!

— O prazer é todo meu! — sorrio fraco.

Nos afastamos, ele diz que vai subir para se arrumar e já volta.

Meus olhos queriam admirar aquela obra-prima subir as escadas, mas minha amiga estava logo na minha frente e tive que disfarçar.

Nos acomodamos no sofá e ficamos conversando. Dionnes chega, nos cumprimentamos e ela fica conosco.

Algum tempo depois, o homem desce, vestido num terno feito sob medida, que marcava os músculos de seu corpo. Seu perfume amadeirado incendiou todo o local, me deixando inebriada.

O almoço foi tenso, a todo momento pegava ele me olhando, enquanto conversava com as suas filhas.

… Tentei não olhar, mas porr@ esse homem é tudo de bom!…

Nunca me interessei por homens mais velhos, essa é a primeira vez que me sinto tão atraída, por alguém com uma diferença tão grande de idade. O pior de tudo é que ele é casado e pai da minha melhor amiga.

Após o almoço, ele analisa os papéis e fica furioso.

Decidi ir imediatamente resolver o problema. Insiste que eu vá com ele em seu carro. Só de pensar em ficar sozinha com esse homem, minha cabeça ferve. Então, insisto para que Ana Paula nos acompanhe, com a desculpa de que ela precisa ocupar a cabeça.

Para o meu alívio, ela aceita e sua irmã também nos acompanha.

Fomos em sua limusine, ele sentou-se de frente para mim, não saiu um minuto do telefone, enquanto seu olhar também não se desviava do meu.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***