**Capítulo 15: A Proposta de Lemuel**

Os dias se passaram, e Maria estava imersa em suas novas

descobertas. A confusão sobre seus pais e a revelação dolorosa sobre seu

passado deixavam seu coração dividido. Ao mesmo tempo, a presença de Lemuel se

tornava cada vez mais confortante, mas também a deixava inquieta. Como poderia

se entregar a um novo amor quando seu mundo estava desmoronando?

Uma tarde, Lemuel decidiu que era hora de ter uma conversa

sincera. Ele a encontrou em um café, onde costumavam passar momentos juntos,

embora ultimamente os encontros estivessem mais voltados para discussões

pesadas sobre o passado.

“Maria, eu preciso falar com você sobre algo importante”,

ele disse, a voz carregada de emoção. Maria olhou para ele, o coração

acelerando. Ela sabia que isso poderia ser sério, mas também não estava pronta

para lidar com mais complicações.

“Claro, Lemuel. O que aconteceu?”, ela respondeu, tentando

manter a calma.

Ele respirou fundo, os olhos fixos nos dela. “Eu venho

pensando muito sobre nós. Sobre o que estamos passando e como isso nos afetou.

E eu percebo que não quero perder você em meio a tudo isso. Eu gosto de você,

Maria. Eu gosto muito de você. E quero te pedir em namoro.”

Maria ficou em choque. As palavras dele ecoaram em sua mente

enquanto tentava processar a declaração. “Lemuel, eu… eu não sei o que dizer.

As coisas estão tão complicadas agora”, ela disse, a insegurança transparecendo

em sua voz.

“Eu sei que você está lidando com muitas emoções e questões

sobre seu passado. Mas eu estou aqui por você. Quero ser seu apoio, sua pessoa,

enquanto você enfrenta tudo isso. Eu não quero que você se sinta sozinha”,

Lemuel insistiu, a vulnerabilidade em seus olhos revelando o quanto ele se

importava.

Ela queria gritar que o amava, que sentia uma conexão

inegável com ele, mas a sombra do passado a seguia como um fantasma. “Eu

preciso entender quem eu sou antes de entrar em um relacionamento sério. Minha

vida sempre foi marcada por ausências e perguntas sem respostas. E agora, com a

descoberta dos meus pais, tudo parece mais confuso do que nunca”, Maria

respondeu, a voz embargada.

Lemuel segurou sua mão, e a ternura em seu gesto fez Maria

querer se entregar. “Maria, você não precisa ter todas as respostas agora. Eu

só quero que você saiba que eu estou aqui, não importa o que aconteça. E que,

se você quiser, podemos passar por isso juntos. O amor não precisa ser uma

pressão; pode ser um apoio. Eu quero ser isso para você.”

As palavras de Lemuel a tocaram profundamente, mas também a

deixaram angustiada. Ela queria muito se entregar a esse amor, mas a pressão

para encontrar a verdade sobre seus pais a deixava hesitante. Como poderia amar

plenamente alguém quando sua vida estava em pedaços?

“Eu só não quero te machucar, Lemuel. Não quero que você

sinta que precisa me salvar”, Maria respondeu, lutando contra a emoção. “Acho

que preciso de um tempo para pensar sobre tudo isso.”

Ele assentiu, entendendo a luta dela. “Eu respeito isso,

Maria. Mas, por favor, saiba que você não está sozinha nessa. E se você decidir

que quer tentar, estarei aqui esperando.”

Maria ficou em silêncio, olhando para a mesa, perdida em

seus próprios pensamentos. O amor que Lemuel oferecia era genuíno, e ela sentia

isso em cada palavra. Mas a busca pela verdade sobre seus pais a consumia. Como

poderia aceitar o amor dele enquanto lutava para encontrar respostas?

Após alguns momentos, ela olhou nos olhos de Lemuel. “Eu vou

continuar a buscar a verdade. Não posso ignorar o que descobri sobre meus pais.

Mas prometo que também vou refletir sobre nós.”

“É tudo o que eu peço”, ele disse, um sorriso esperançoso

aparecendo em seu rosto.

Maria sorriu de volta, mas o sorriso não era completo. Havia

um peso em seu coração. Ela queria tanto o amor de Lemuel, mas a sombra do

passado continuava a chamar. A dualidade entre o amor e a busca pela verdade

estava se tornando uma batalha interna que a deixava exausta.

Enquanto saíam do café, Maria sabia que precisaria fazer uma

escolha em breve. E essa escolha definiria não apenas seu futuro com Lemuel,

mas também a forma como ela lidaria com seu passado. O que ela realmente

queria? Poderia o amor e a busca pela verdade coexistir, ou ela teria que abrir

mão de um pelo outro?

**Pergunta:** Maria escolherá o amor de Lemuel ou sua missão

de encontrar os pais?

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