Maria ficou parada em frente à sua mãe, a confusão dominando
sua mente enquanto tentava processar a revelação. Sua mãe parecia uma estranha,
uma mulher que havia carregado o peso do abandono por anos, e agora estava ali,
diante dela, oferecendo explicações que pareciam insuficientes.
Após um longo silêncio, Maria sentiu um impulso. “Se você
realmente se importa, me diga a verdade. O que aconteceu com meu pai? E por que
vocês me deixaram?”, ela insistiu, sua voz agora mais firme.
A mulher respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.
“O seu pai... ele se envolveu em algumas coisas perigosas. Quando você tinha
apenas um ano, ele tomou decisões que afetaram não só a nossa família, mas
também a sua segurança. Eu não podia ficar e arriscar a sua vida. Fui forçada a
tomar uma decisão difícil para proteger você.”
“Então você estava fugindo? Dele?”, Maria perguntou, o nó na
garganta aumentando. “Fugindo de mim?”
“Era uma situação complicada, Maria. Eu não sabia se
poderíamos continuar seguros. Seu pai estava tentando resolver as coisas, mas
não conseguiu. Eu me arrependo de não ter te levado comigo, mas naquele
momento, não vi outra saída”, ela respondeu, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Maria sentiu um misto de raiva e tristeza, mas o que mais a
inquietava era a sensação de que havia algo mais naquela história. “Você diz
que tinha que proteger a mim, mas e agora? Por que você não tentou me
encontrar? Eu passei a vida inteira me perguntando o que aconteceu com vocês!”
Antes que sua mãe pudesse responder, um movimento à margem
chamou a atenção de Maria. Havia um velho baú em um canto da sala, meio
escondido atrás de uma poltrona. Algo dentro dela a impulsionou a se aproximar
e abrir o baú. Ao levantá-lo, ela descobriu uma série de documentos, fotos
antigas e cartas amareladas pelo tempo.
“Maria, não... isso não é para você ver”, sua mãe tentou
interromper, mas já era tarde demais. Maria estava folheando as páginas, cada
uma revelando um fragmento de sua história que nunca conheceu.
As cartas falavam de um passado tumultuado, cheio de
desentendimentos e promessas não cumpridas. Havia registros de visitas a
médicos, questões de segurança e até menções a pessoas que não fazia ideia de
quem fossem. Maria encontrou uma foto de uma jovem com um olhar parecido com o
dela, ao lado de um homem que parecia ser seu pai. Mas o que realmente chamou
sua atenção foi um documento que mencionava uma organização criminosa, a qual
seu pai havia supostamente se envolvido.
“Ele era um criminoso? Ele estava fugindo da polícia?”,
Maria perguntou, a voz trêmula, enquanto sua mente tentava conectar os pontos.
“Não era assim, Maria! Ele tentou mudar, ele queria se
livrar desse passado, mas as coisas não saíram como planejado”, sua mãe disse,
desesperada para acalmar a filha. “Você não entende. Eu não queria que você
soubesse disso. Ele fez coisas erradas, mas também havia amor.”
Maria sentiu sua cabeça girar. As certezas que tinha sobre
sua vida e sua família estavam se desmoronando. “Amor? Você acha que isso é
amor? Me deixar e me manter no escuro sobre tudo isso?”
Ela virou-se para Lemuel, que estava observando em silêncio,
preocupado com a luta interna que estava acontecendo dentro dela. “Eu não sei o
que fazer com tudo isso”, Maria admitiu, a voz quase um sussurro.
Lemuel, percebendo o turbilhão emocional que Maria estava
enfrentando, se aproximou. “Maria, você não precisa tomar decisões agora. Esse
é um momento difícil. Você tem o direito de sentir o que quiser e de processar
tudo isso”, ele disse, tentando ser um apoio em meio ao caos.
“Eu pensei que a verdade fosse me libertar, mas agora eu só
estou mais perdida do que nunca”, Maria confessou, a frustração se
transformando em lágrimas. “Eu não sei se posso confiar em minha mãe, nem no
que sinto sobre o passado do meu pai. Isso muda tudo sobre quem eu sou.”
“Talvez você precise de um tempo para pensar. Não há pressa
em decidir o que fazer com essas informações. Você pode falar sobre isso com
quem quiser, e se precisar de mim, estarei aqui”, Lemuel respondeu, com um
olhar compreensivo.
Enquanto Maria voltava sua atenção para as cartas e as
fotos, uma nova pergunta começou a surgir em sua mente. O que exatamente isso
significava para ela? Como esses segredos moldariam seu futuro e seu
relacionamento com Lemuel? Ela sabia que não poderia deixar essas informações
simplesmente se acomodar; precisava encontrar um caminho a seguir.
**Pergunta:** O que Maria fará com essa nova informação
sobre seus pais e como isso afetará sua busca por identidade e seu
relacionamento com Lemuel?
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Atualizado até capítulo 63
Comments
LMCF
Tomara que consigam conversar. Que ela fale com ele. Ou que ele ao perceber a presença dela corra atrás, chame sua atenção.
2024-07-05
2
LMCF
Poxa ele não entende, não se conscientiza que sua esconha fez perder a amizade dela.
2024-07-05
1
LMCF
Isso Maria.. guarda a palavra e nao peques mais. Terá será resolvido apartir dai
2024-07-05
1