A padaria era um refúgio para Maria. Os aromas de pão fresco
e café passavam uma sensação de conforto, como se, por algumas horas do dia,
ela pudesse esquecer as pressões e incertezas que rondavam sua vida. Dona
Carmem, sempre sábia e de fala firme, era o coração da padaria e de Maria. A
avó lhe oferecera o trabalho ali para que ela pudesse ajudar com as despesas da
casa e, ao mesmo tempo, se manter ocupada. Era uma forma de afastá-la dos
perigos que JK trazia.
Nos primeiros dias, Maria estava focada, dedicada a aprender
as receitas e a atender os clientes com um sorriso. Mas logo a presença de
Lemuel começou a ser uma constante. Ele aparecia com mais frequência, sempre
pedindo um café e, pouco a pouco, estendendo suas visitas para mais conversas.
Seus encontros ali eram cheios de momentos desconfortavelmente doces, com Maria
rindo de suas piadas nerds e Lemuel, tímido, tentando disfarçar seu interesse
crescente por ela.
Por mais que Lemuel tentasse se aproximar com delicadeza,
havia algo sempre pairando no ar: a sombra de JK. Ele era como uma tempestade à
espreita, sempre rondando Maria, como se tivesse um controle invisível sobre
sua vida. Quando ele passava pela padaria, todos notavam. O jeito que ele
andava, o olhar fixo e confiante, como se fosse dono do lugar. Sua presença
mudava a atmosfera, deixando até mesmo os clientes mais frequentes
desconfortáveis.
Maria estava no meio de dois mundos. De um lado, havia
Lemuel, com sua calma e preocupação genuína. Do outro, JK, com sua intensidade
e o laço profundo que tinham. Embora Lemuel a fizesse sentir segura de um jeito
que ela não sabia que precisava, JK sempre tinha uma atração perigosa, uma
adrenalina que ela não conseguia deixar para trás.
Uma tarde, enquanto Maria estava atendendo na padaria,
Lemuel entrou novamente. Desta vez, porém, seu sorriso parecia mais forçado.
Ela percebeu que algo o estava incomodando. Eles trocaram poucas palavras antes
que a porta se abrisse bruscamente, e JK entrasse. Ele caminhou direto para
Maria, ignorando os olhares ao redor.
“Precisamos conversar,” disse JK, sem cerimônia. O tom de
sua voz não deixava espaço para discussão.
Lemuel observou a cena de longe, com o maxilar tenso. Ele
sabia que aquela era a relação complexa entre Maria e JK, mas seu instinto lhe
dizia que aquilo ia além de amizade. Ele não podia permitir que Maria se
colocasse em mais perigo por causa daquele cara.
Maria hesitou por um momento, olhando entre JK e Lemuel,
sentindo o peso da tensão crescer. Ela sabia que Lemuel queria protegê-la, mas
também sabia que, para JK, “conversar” nunca era algo simples. Havia sempre
algo escondido nas entrelinhas, uma encrenca à espreita.
“Me dá um minuto, JK,” disse Maria, tentando acalmar a
situação. Mas JK, com seu ar de arrogância, ignorou a tentativa de suavizar o
momento.
“Lemuel, né?” JK disse, virando-se para ele pela primeira
vez. O olhar de JK era gelado, com um sorriso desdenhoso no rosto. “Você anda
muito por aqui, não é? Espero que saiba que tem coisa que é melhor não se
meter.”
Lemuel encarou JK de volta, sem baixar o olhar. “Só estou
preocupado com Maria. Espero que você também esteja.”
JK riu, mas havia um tom de ameaça na sua voz. “Sempre
estive. Ela sabe disso.”
Maria ficou no meio dos dois, sentindo o desconforto
crescer. Era como se as palavras que trocavam fossem facas, cortantes e cheias
de tensão. Ela sabia que, por trás da lealdade de JK, havia algo mais sombrio.
Ele gostava de poder, de controle, e essa necessidade fazia Maria se perguntar
até onde ele iria para mantê-la ao seu lado.
No entanto, JK não dava espaço para dúvidas. Ele sempre
estava ali quando Maria precisava, mas a questão permanecia: ele a estava
realmente protegendo ou apenas a arrastando para um caminho sem volta?
Depois que Lemuel saiu da padaria, Maria tentou conversar
com JK, tentando entender o que ele queria. “O que está acontecendo, JK? Você
anda diferente, mais... distante. Isso não vai acabar bem.”
JK a encarou, cruzando os braços. “Maria, você sabe que eu
faço o que faço para manter a gente seguro. Essas pessoas... o mundo lá fora...
você não entenderia. Mas confia em mim. Eu sempre estive ao seu lado, desde que
seus pais te abandonaram. Lembra?”
Essas palavras pesaram em Maria. Sim, ele estava com ela
desde o começo. Mas a que custo? Seria essa lealdade suficiente para justificar
o que ele estava fazendo agora?
Enquanto JK se afastava, Maria sentia uma mistura de medo e
incerteza. Ele a protegeria de verdade? Ou estava a colocando cada vez mais em
risco?
**Pergunta:** JK realmente protegeria Maria ou a colocaria
em risco?
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Priscila andrade
Jk gosta dela vou deixa Sofia
2024-07-24
2
Priscila andrade
Eita que agora ela vai passar ir mais na igreja
2024-07-24
1
Júlia Caires
que encontro hein? Será que o diácono tremeu as bases com essa trombada? kkkkkk
2024-07-06
1