**Capítulo 13: A Busca pela Verdade**

A decisão estava tomada. Maria decidiu que precisava

descobrir a verdade sobre seus pais, mesmo que isso significasse confrontar

medos e incertezas. Ela não podia continuar vivendo com a dor do abandono sem

saber o que realmente havia acontecido. E, para isso, contaria com a ajuda de

Lemuel.

Eles se encontraram na manhã seguinte, o ar carregado de

expectativa e ansiedade. Maria olhou para Lemuel, que estava com um semblante

preocupado. “Você realmente quer fazer isso?”, ele perguntou, a preocupação

evidente em sua voz.

“Sim, eu preciso”, Maria respondeu, sua voz firme, embora

sentisse um frio na barriga. “Não posso ignorar isso. Precisamos ir onde JK

disse que eles estão.”

Lemuel assentiu, mas seu olhar estava cheio de tensão. Ele

não gostava da ideia de se envolver com JK e suas revelações, mas sabia que

Maria precisava de apoio. “Então vamos. Apenas tenha cuidado, Maria. Você sabe

como JK pode ser manipulador.”

Conforme seguiram pelas ruas, a cidade parecia mais estranha

e distante, como se os desafios à frente tornassem tudo opaco. Maria não

conseguia se livrar do medo do que poderia encontrar. O caminho levou-os a um

bairro afastado, onde as casas eram mais simples e as ruas mais quietas.

“É aqui”, disse Maria, parando em frente a uma casa pequena,

mas bem cuidada. O coração dela disparou enquanto pensava se seus pais

realmente estariam lá. Lemuel ficou ao seu lado, mas a tensão entre eles era

palpável. Ele estava preocupado, mas também frustrado. A ideia de confrontar o

passado de Maria o deixava inseguro sobre o futuro deles.

“Você está pronta?”, ele perguntou, quebrando o silêncio.

“Não sei. Eu estou assustada”, ela admitiu, o nervosismo

fazendo sua voz falhar. “E se eles não quiserem me ver? E se eu descobrir que

eles me abandonaram por motivos que eu não consigo entender?”

“Qualquer que seja a verdade, você não está sozinha. Eu

estarei aqui com você”, Lemuel disse, tentando acalmá-la. Ele sabia que essa

jornada era mais do que apenas descobrir o que aconteceu; era sobre Maria se

reconciliar com seu passado e encontrar seu próprio sentido de identidade.

Maria respirou fundo e caminhou até a porta, seu coração

acelerado. Com um leve toque, ela bateu, e o som ecoou como um tambor em sua

mente. O silêncio que se seguiu pareceu interminável até que a porta se abriu

lentamente, revelando uma mulher mais velha, com olhos que refletiam uma

mistura de surpresa e reconhecimento.

“Maria?” a mulher disse, o queixo tremendo. Era a primeira

vez que Maria ouvia sua voz, e um turbilhão de emoções a invadiu.

“Você é… você é minha mãe?”, Maria perguntou, mal

acreditando que estava diante dela.

A mulher assentiu lentamente, lágrimas escorrendo pelo

rosto. “Sim, sou eu. Eu nunca pensei que você viria aqui.”

Lemuel ficou atrás de Maria, observando a cena, preocupado

com a reação dela. A tensão no ar aumentava. “Por que você me abandonou? Por

que você e meu pai nos deixaram?”, Maria questionou, a dor na voz

transparecendo.

A mulher hesitou, e Maria pôde ver a luta interna que estava

acontecendo dentro dela. “Havia tantas razões, e eu não sei se posso explicar

tudo agora”, ela disse, a voz embargada. “Mas nunca foi fácil. Eu sempre pensei

em você e… eu sinto muito.”

Maria olhou para Lemuel, buscando apoio, mas ao mesmo tempo,

se sentia traída por aqueles que deviam protegê-la. “Eu não entendo. Como você

pôde me deixar? Eu cresci sem saber nada de você. Eu só queria uma resposta, e

você está aqui agora, mas tudo o que consigo sentir é raiva e confusão.”

Lemuel colocou a mão em seu ombro, tentando dar-lhe força.

“Você precisa ouvir o que ela tem a dizer, Maria. Às vezes, a verdade pode ser

mais complicada do que imaginamos.”

“Você não entende!”, ela gritou, afastando-se um pouco, seu

corpo tremendo de emoções. “Você não sabe o que é crescer sem saber onde estão

seus pais!”

As lágrimas escorriam pelo rosto da mulher. “Eu sei, eu sei.

E eu sou tão, tão desculpas. Eu tomei decisões erradas, mas o que você precisa

entender é que eu nunca deixei de te amar. E seu pai...”

“E meu pai?”, Maria interrompeu, a raiva e a dor se

misturando. “O que aconteceu com ele?”

A mulher hesitou novamente, a culpa pesando sobre ela.

“Ele... ele não está aqui. Ele não pode estar. Eu não posso explicar agora, mas

talvez, se você me der uma chance, eu possa te contar tudo.”

**Pergunta:** O que Maria vai descobrir sobre o abandono de

seus pais, e como isso afetará sua relação com Lemuel?

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