Nos dias seguintes ao encontro na livraria, Maria se viu
cada vez mais dividida entre dois mundos: o de Lemuel, cheio de calma e novas
descobertas, e o de JK, sempre envolto em mistério, adrenalina e perigo. Sua
lealdade a JK era antiga, construída em anos de amizade, mas o que antes
parecia uma amizade genuína agora estava cheio de segredos sombrios que Maria
preferia não enxergar.
Enquanto isso, Lemuel começava a notar os sinais. Ele não
era ingênuo; a cidade era pequena, e logo soube por rumores que JK não era
apenas um jovem encrenqueiro, mas alguém envolvido em atividades perigosas.
Embora ele não tivesse todos os detalhes, bastava observar o comportamento de
Maria quando falava de JK para saber que algo estava errado. Lemuel gostava de
Maria, mais do que queria admitir, e o pensamento de vê-la envolvida com alguém
como JK o deixava inquieto.
Uma tarde, Lemuel decidiu confrontá-la. Eles estavam
sentados em um café, como haviam começado a fazer com frequência, quando ele
finalmente reuniu coragem para tocar no assunto.
"Maria, posso te perguntar uma coisa? E quero que você
seja sincera", ele começou, com um tom sério que ela não costumava ver
nele.
Ela o olhou, surpresa. “Claro. O que foi?”
Ele hesitou por um momento, mas continuou: "Eu sei que
você é muito próxima do JK, mas... ouvi coisas sobre ele, e estou preocupado.
Ouvi que ele está envolvido com gente perigosa. Não quero te julgar, mas acho
que você precisa ter cuidado. Eu sinto que você está se metendo em algo ruim,
Maria."
Maria sentiu seu estômago revirar. Ela sabia que Lemuel
tinha razão, mas admitir isso seria como trair JK. O que Lemuel não entendia
era que JK era mais do que um amigo de infância. Ele havia estado ao lado dela
nos momentos mais difíceis, quando ela se sentia completamente abandonada por
seus pais. Ele era sua âncora, por mais distorcida que essa relação fosse.
Mesmo sabendo que JK estava indo por um caminho errado, parte dela acreditava
que ele só precisava de alguém para tirá-lo da escuridão, e ela se sentia
responsável por isso.
"JK... ele pode ser complicado às vezes, mas ele não é
o que as pessoas dizem. As coisas são mais complicadas do que parecem",
Maria disse, desviando o olhar de Lemuel, tentando esconder a incerteza em sua
voz.
Lemuel, no entanto, não desistiu tão facilmente.
"Maria, eu entendo que você se preocupa com ele. Mas esse tipo de lealdade
pode te arrastar para o fundo também. E se ele acabar te machucando? Não posso
ficar calado vendo você se colocar em perigo."
Ela sentiu a pressão aumentar. Não queria decepcionar
Lemuel, mas também não podia virar as costas para JK. Ele era como uma parte de
sua vida que ela não conseguia deixar para trás, como se o passado e o presente
estivessem sempre colidindo.
“Eu sei que você quer me ajudar”, disse Maria, com a voz
mais suave. “Mas JK não é esse monstro que todos pensam. Eu sei que ele está
passando por uma fase ruim, mas ele vai sair dessa. Ele só precisa de apoio.”
Lemuel balançou a cabeça, frustrado. "Maria, às vezes,
apoiar alguém significa dizer que eles estão errados. Você está se colocando em
risco por causa dele. Eu... só não quero que algo ruim aconteça com você."
Aquela frase pesou no coração de Maria. Ela sabia que Lemuel
estava sendo sincero, e o fato de ele se preocupar a deixava dividida. Mas a
voz de JK, sua lealdade ao amigo, sempre ecoava em sua mente.
Antes que a conversa pudesse continuar, o telefone de Maria
vibrou. Era uma mensagem de JK: "Tenho algo importante para resolver.
Preciso de você agora." Aquelas palavras a colocaram em um dilema
imediato. Ela sabia que, se fosse, Lemuel ficaria desapontado. Mas, ao mesmo
tempo, a urgência na mensagem de JK fazia seu coração bater mais rápido.
"Eu tenho que ir", disse Maria, se levantando
rapidamente. Lemuel a olhou com uma mistura de decepção e preocupação. Ele
sabia para onde ela estava indo, mesmo sem precisar perguntar.
"Maria, por favor, pense no que eu disse", ele
insistiu, enquanto ela se afastava.
Ela parou por um momento, olhando para ele por sobre o
ombro, sem dizer nada, apenas com um olhar de desculpas. E então, saiu
apressada, deixando Lemuel para trás, com o coração apertado e uma sensação de
que as coisas estavam prestes a piorar.
Ao chegar no local combinado, JK estava à espera, com aquele
sorriso confiante e meio sombrio que ela conhecia bem. Ele se aproximou de
Maria, colocando um braço ao redor dela.
“Sabia que você viria. Sempre posso contar com você, não é,
Maria?”, ele disse, sua voz carregada de um charme perigoso.
Maria sorriu de leve, mas no fundo, as palavras de Lemuel
ecoavam em sua mente. "Será que estou me colocando em perigo por causa de
JK?" Ela sabia que aquela amizade estava se tornando uma faca de dois
gumes, mas a ideia de abandonar JK era algo que ela não conseguia conceber.
Pelo menos, não ainda.
**Pergunta:** Maria vai ignorar os conselhos de Lemuel e
seguir com JK?
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Elda soares
Vc não sabe o que te espera 😃☺️😃☺️
2024-07-10
1
Marcia Mota
Tô me sentindo na minha igreja!!
Amando.
2024-07-08
1
Sandra De Jesus
Maria aprontou e entrou na igreja como refúgio.
Amor a primeira vista.
tá ficando bom em.
2024-07-08
1