Capítulo 15

Vinícius

Mais um fim de semana se iniciou, combinei de sair com o meu irmão e as crianças para um parque de diversões. Então fui lá buscar eles, não precisava avisar a Helena, pois o fim de semana, sempre era meu, segundo o que juiz estipulou.

Quando eu cheguei na casa da Helena, e ia apertar a campainha, ouvi uma discussão, fiquei preocupado com os meus filhos e entrei sem apertar a campainha.

— Papai... — Olhei para o lado e Vi Sara encolhida na sala.

— O que aconteceu filha? — Perguntei indo até ela.

— Mamãe tá brigando com o namorado...

— E o que você está fazendo aqui? — Puxei ela para mim, ajudando ela a ficar de pé.

— Eu fiquei com medo, eles estavam gritando...

— Cadê os seus irmãos?

— Igor está lá no quarto bravo, ele foi falar com o Tio, mas o tio gritou com ele e mandou ele sair do quarto.

— Vamos lá pegar os seus irmãos... — Segurei a sua mão e fui até o quarto dos meninos.

— Pai, o tio tá gritando com a mãe... — Igor foi logo avisando quando me viu. Esse menino sempre foi protetor. — Você tem que tirar a mamãe de lá...

Sei bem como a Helena pode encher a paciência, mas brigar na frente dos meus filhos, já é demais.

— O pai vai conversar com a sua mãe, então porque não arrumam as suas coisas para dormirem com o papai... — Falei e Sara ficou feliz. Igor já não mostrava o mesmo contentamento. _ Tá bom Igor?

— Mas e a mamãe? O tio vai machucar ela...

— Não vai, porque o pai vai lá. Então fique aqui e arruma as suas coisas...

— Ta bom... — Mesmo a contragosto ele me obedeceu.

Fui até o quarto da Helena que com a gritaria que estava vindo do quarto, nem perceberam a minha presença.

— Helena... — Bati na porta e entrei.

— Vinícius, sai daqui...

— Não saio. Vocês estão assustando a criança. Cara, vocês querem brigar, tudo bem. Mas não faz isso na frente dos meus filhos...

— Nossos filhos...

— Exatamente, mas parece que esqueceu, já que eu entrei e encontrei a Sara na sala encolhida com medo.

— Ei meu irmão, não se mete...

— Me meto. Porque os meus filhos estão aqui. Olha, não sei o que aconteceu entre vocês e porque estão brigando e na verdade não faço questão de saber. Só quero que pensem bem como irão agir quando os meus filhos estiverem por perto. Sabia que o Igor está com medo de você apanhar do seu namorado?

— Eu jamais bateria nela...

— Mas ele não sabe, já que você gritou com ele, o expulsando do quarto.

— Vou lá falar com ele... — Helena disse saindo do quarto.

— Desculpa, cara. Perdi o controle. Helena às vezes tira a gente do sério.

— Tranquilo cara! Eu conheço a mãe dos meus filhos e sei que ela pode nos levar ao limite. — Fui sincero e cheguei próximo a ele, cara a cara. — Mas só cuidado com os meus filhos e não grita com eles de novo.

— Não vou fazer isso. Eu gosto das crianças, e jamais faria mal a elas. — Disse e realmente ele parecia arrependido.

— Espero mesmo. — Sai e fui até o quarto das crianças e Helena estava lá conversando com os meninos, fui até o quarto da Sara que já estava de mochila pronta.

— Pronta, gatinha do pai?

— Pronta! Onde a gente vai?

— É surpresa. Vamos lá pegar os irmãos. — Peguei a sua mochila e fui até o quarto dos meninos. — Vamos filhos?

— Vamos, tchau mamãe... — Os dois abraçam a Helena e pegam as suas mochilas.

Quando estávamos na porta, o namorado da Helena chama os meninos.

— Ei, o tio pode falar com vocês?

Eles olharam para mim e assenti. E então eles foram perto do namorado da Helena.

— O tio queria desculpar com vocês. O tio jamais machucaria a mãe de vocês, tá? Eu não devia ter gritado com vocês e nem com a mãe de vocês.

Após conversarem saímos para ir ao parque.

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Encontrei com o Cláudio na estrada do parque.

— Tio..

— Ah não acredito! O tio estava com saudades do trio do barulho. Como vocês estão?

— Bem, a gente vai no parque? — Hugo perguntou.

— Vamos, vocês querem ir onde primeiro? — Perguntei e eles falaram montanha russa.

Então todos nós fomos na montanha russa, e não é novidade nenhuma o Cláudio quase vomitar, sempre foi fraco para montanha-russa.

Brincamos bastante no parque e as crianças decidiram ir até à centopeia, mas tanto eu quanto o Cláudio, não queríamos ir, então eles foram sozinhos.

Então ficamos vendo eles no brinquedo.

— Como está a Sofia?

— Não sei, ela não liga para mim, se não sou eu ir até lá. Ela não me telefona e nem me dá notícias.

— Qual o seu interesse por ela?

— Ora, eu fico preocupado. Você viu como ela está? Ela tá muito magra e não consegue enxergar isso. Meu único interesse é como um amigo que está preocupado.

— Acho que ela tem algum transtorno alimentar, anorexia... Não posso dar uma certeza, só um especialista para confirmar...

— Ela não vai. Segundo a Sofia, ela está ótima assim, vive cambaleando, mas está bem. Não sei o que fazer para ajudar.

— Não há o que possa fazer, se ela não quiser ajuda...

— Eu sei...

Finalizamos o assunto porque as crianças chegaram, então fomos embora. E não tocamos mais no assunto Sofia.

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