Vinícius
Deixei a garota no hospital, peguei o meu carro, fui até a loja comprar alguns produtos de higiene e uma peça de roupa.
A garota, garota… eu rio com esse pensamento. Sofia já é uma mulher, mas ela é tão magrinha e pequena que parece uma adolescente.
Sofia era muito magra e isso me preocupava, meu irmão me contou que ela estava com deficiência de muitas vitaminas e nutrientes e abaixo do peso. O que automaticamente o preocupava, por conta do bebê.
E ele apenas me contou para eu poder conversar com ela e tentar descobrir o que ela está passando, porque não se alimenta direito, mas fiquei tão sem graça de conversar com ela sobre isso.
Fiquei com medo dela me achar intrometido e bisbilhoteiro, por isso ainda não lhe perguntei o porquê disso.
Cheguei na loja e eu tive que pedir ajuda da vendedora, pois eu não fazia ideia do que comprar. As únicas mulheres da minha vida são a minha mãe e a Sara.
Comprei também um vestido que a vendedora da loja me recomendou, por hoje e amanhã ela poderia sossegar, eu realmente queria entender o que se passa com ela.
Porquê não ficar com o bebê? Porquê não se alimenta? Porque não contar à mãe sobre o traste?
Tantas perguntas, mas nenhuma resposta, por hora me restava ajudar com algumas coisas, mas eu quero saber o que ela tanto passa.
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Cheguei no hospital e a encontrei pálida, mais pálida que o normal. Eu me assustei, e cheguei perto dela.
— Sofia, está tudo bem? Precisa de ajuda?
— Não, eu tô bem. — Diz com a voz fraca.
— Caramba, Sofia. Tá na cara que você não está bem, o que está acontecendo? —Coloquei ela sentada na cama. Me irrita, ela dizer que está bem, quando claramente não está.
— Nada, só tive uma má digestão. — Ela diz e essa história não me desceu. — Isso é para mim? — Pergunta apontando para as sacolas e mudando de assunto completamente.
— Sim, eu trouxe para você, são produtos de higiene e também algumas roupas.
— Obrigada, não sei quem são seus pais, mas lembre de um dia eu agradecer pelo filho bom que eles criaram. — Ela diz e me dá um meio sorriso.
Ela está toda machucada e de certa forma isso acaba me machucando, pois me traz a lembrança, tudo que os meus pais me ensinaram sobre as mulheres.
Sempre as respeite e se caso estiver nervoso, só saia de perto.
Eu lembro quando era moleque e os meus pais discutiam, coisa normal como todo casal. Meu pai pedia um tempo para minha mãe, só para não magoá-la com palavras.
— Vinícius… — Ouço Sofia me chamar.
— Oi…
— Pode chamar a enfermeira para mim, por favor? Eu quero tomar um banho.
— Chamo…
Vou até a enfermeira e a chamo, porém ela fica como besta me olhando, o que acaba me irritando, ter nascido com essa aparência não ajuda nessas horas, claro que parte é genética e a outra parte é consequência da academia. Mas nunca fiz isso com a intenção de chamar a atenção é tudo questão de saúde.
Claro que minha aparência me ajuda na hora de pegar alguma mulher, afinal a necessidade aperta e nunca levei um não.
— Você pode me ajudar, ou vai ficar me olhando, como se nasceu um terceiro olho na minha testa? — Pergunto em um tom de brincadeira, e a moça fica vermelha.
— Claro, agora mesmo.
A enfermeira vai até o quarto e ajuda a Sofia a tomar banho. E eu fiquei imaginando como abordar o assunto sobre a falta de alimentação, caso fosse financeiro, eu faria questão de ajudar.
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Graças a Deus hoje eu tenho condições de ajudar os que precisam, e faço isso com muito gosto.
Pois além de meu pai me ensinar isso, eu recebi ajuda quando eu passei por dificuldade, a prova disso foi me tornar quem sou, porque se o Seu Joel não tivesse me dado a oportunidade em sua empresa, mesmo eu sendo um amador e iniciante, eu com certeza não estaria onde eu cheguei.
Assim que terminei a faculdade e o estágio, nenhuma empresa queria me contratar, achavam eu jovem demais e muito amador, não poderiam correr o risco de eu fazer algo errado e manchar o nome da empresa.
As pessoas julgam antes de conhecer, já presumindo que somos burros, mas se esquecem que ninguém começa do alto, todos começam de baixo.
E o seu Joel apostou todas as suas fichas em mim, ele me deu a oportunidade que eu precisava, eu desenvolvi um jogo que foi um estouro, todos queriam jogar. Assim fui crescendo na vida Profissional e pessoal.
Deixo as lembranças no passado, e enquanto a Sofia está no banho com a enfermeira, eu sento do lado de fora, mexo no celular, vejo as fotos dos meus filhos, estão todos felizes, aproveitando a companhia da tia, que saudade deles.
Não tem um dia que eu não pense neles.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
🦊Guminho🦊
😂😂😂😂😂
2024-09-26
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