Capítulo 11

Vinícius

Não sei como fazer para ajudar a Sofia, ela não aceita a minha ajuda, e eu detesto ser grosso com ela, mas às vezes só sai.

Mas sendo educado e prestativo, ela não gosta, não entendo essa mulher.

Tive uma reunião exaustiva, Hunter tá um pé no saco, nem sei se ele é um cliente que vale tanto a pena assim.

Cheguei em casa e me joguei no sofá, não queria levantar daqui tão cedo, mas eu precisava pelo menos ver os meus filhos por algumas horas.

Deixei avisado a Helena que passaria na escola, mas ela não respondeu.

Entrei no banho e tirei essa roupa social, que esquenta pro inferno. Quero saber quem disse que para se vestir formalmente precisamos de terno, isso que não estou com a roupa completa, só a calça, a blusa social, mas esquenta igual.

Coloquei uma roupa mais fresca, bermuda, camisa casual, tênis.

Peguei a minha carteira e chaves e fui até a escola, já estava quase no horário de saída das crianças.

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Parei em frente a escola e já notei crianças saindo com os pais, ou na van escolar.

— Boa tarde…

— Senhor Vinícius… — A inspetora me cumprimenta.

— Vim buscar as crianças…

— As crianças, não vieram a escola hoje, na verdade tem dois dias que elas não vêm. Dona Helena disse que eles estavam doentes. Ela não te comunicou?

— Não, acho que ela esqueceu. Obrigado Leila. — Entrei no carro e segui direto para a casa da Helena.

Como os meus filhos ficam doentes e ela não avisa? Aperto o volante com força.

Apertei a campainha e esperei Helena atender, mas novamente é o namorado que atende.

— Cadê a Helena?

— Está aí… Helena… — O namorado grita. — O pai das crianças está aqui… — Disse e fechou a porta.

— O Que você quer, Vinícius? — Aparece arrumando o cabelo.

— Como os meus filhos adoece e você não me comunica? Acredito que eu deva saber sobre essas coisas, não acha?

— Ai, eu esqueci de avisar. — Disse com desdém , dando pouca importância.

— Cadê eles?

— Estão no quarto, descansando…

— Vou lá… — passei por ela e subi, primeiro fui ao quarto da Sara, que estava deitada.— Oi amor do papai… — Falei colocando a mão na testa dela, para fazer carinho, mas ela estava muito quente.

— Oi papai… — Ela tossiu.

— O que você tá sentindo meu amor?

— Dor de cabeça.

—Mamãe já deu remédio? — Perguntei vendo seus olhinhos caídos e vermelhos.

— já, mas não melhora… — Tossiu de novo.

— E os meninos?

— Estão lá no quarto, Hugo ficou vomitando o dia todo.

— O pai vai lá no quarto dos irmãos, quer ir com o papai? — Ela levantou os dois braços e eu a peguei no colo.

Ela estava de pijama rosa e pantufas da Minnie.

Fui até o quarto dos meninos que estavam deitados também, para derrubá-los é algo muito sério.

— Oi filhos…

— Pai! — Igor disse animado. — Hugo papai tá aqui. — Ele cutucou o irmão que dormia ao seu lado.

—Hum… — Hugo resmunga e abre os olhos devagar. — Oi pai.

— Ei como vocês estão? — Me aproximo deles.

— Ruim, dói tudo. — Hugo diz.

— E você Igor? O que você tem?

— Tô bem, só fiquei com dor de cabeça e vomitei, mas já tô melhor. Hugo tá ruim papai e Sara também. — Igor responde.

Ele sempre foi o que mais aguentou para poder ajudar os irmãos.

— O pai vai conversar com a mãe de vocês, tá? O pai sentiu muita saudades de vocês. — Beijo os três e os abraço.

— Também sentimos saudades, papai… — Hugo diz.

Deixo os meninos no quarto, e saio com a Sara no colo, que não desgruda de mim.

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Saio a procura da Helena e a encontro aos beijos com o namorado, bato na porta do quarto, fazendo Helena ter um sobressalto, já que estava no colo do namorado. Fala sério!

— Helena… — chamo

— Oi Vinícius… — respondeu sem paciência.

— O que as crianças têm? O que o pediatra falou? Eles estão precisando de alguma coisa?

— Eu ainda não levei eles ao pediatra…

— Você o que? Eles estão há dois dias doente e você não levou eles no pediatra?

— Ai Vinícius, é só uma virose. Dá água pra eles que melhora. — Falou, como se não fosse nada demais.

— Jura?! Você se tornou médica e não me contou? O que você está dando pra eles?

— Remédio pra dor… Já que acha que pode fazer melhor que eu, leva eles ao médico.

— Claro que levo, porque se depender de você… — Eu seguro a minha língua, em respeito a minha filha no meu colo.

— Se depender de mim o quê? Vinícius? — Helena indaga.

A postura de quem vai falar até o que não quer, os braços cruzados e o bico nos lábios demonstra que está pronta para brigar, mas não vou fazer isso, não com a minha filha no colo observando tudo.

— Helena, vai curtir seu namorado. Eu vou levá-los ao médico, e eles ficaram comigo hoje, pega o documento das crianças. — Digo saindo do quarto.

— Amorzinho, vamos trocar de roupa pra gente ir até o hospital tá bom? — Digo colocando ela na cama. — Quer vestir o que? Vestido, saia, short?

— O vestido de borboletas.

— Ah, esse vestido é muito lindo. — Digo pegando a peça do cabide.

Ela pode fazer isso, se vestir sozinha, mas quero que ela se sinta cuidada. Eu passo tão pouco tempo com eles, que me sinto na obrigação de mimá-los muito.

Ajudo ela a colocar a sandália preta, e escovo seu longo cabelo castanho, igual ao da mãe, e coloco sua tiara.

Chamo os meninos, que optam por ir de bermuda, camisa, tênis branco, um boné para protegê-los do sol. Ambos queriam se vestir igual.

Fui até o quarto da Helena e peguei os documentos das crianças. As crianças se despediram da mãe e entramos no carro.

Fui o caminho todo conversando com eles, sobre o que fizeram, as aulas extracurriculares, pedi para me atualizarem em tudo.

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