Capítulo 14

Vinícius

Estava em uma reunião importante sobre um novo programa e eu prestava atenção nas ideias que chegava em meus ouvidos e eu não gostava de nada.

— Vamos gente, quero ideias. Estou precisando de uma solução para esse programa e se não chegarem boas ideias….

Vi o meu celular tocar, pedi licença e atendi lá fora, vi que era o meu irmão. Quando ele disse que era sobre a Sofia, não pensei duas vezes para dar um fim nessa reunião.

— Pessoal, vou precisar encerrar essa reunião e voltamos amanhã no mesmo ponto. Quero novas ideias, ou começarei a fazer alguns cortes. Então pensem bem. — Falei já guardando as coisas na minha pasta transversal.

— E porque está encerrando a reunião? — Hunter perguntou.

— Motivos pessoais, que não interessa a você, Hunter...

— Acho que eu tenho o direito de saber, já que sou o cliente chave da sua empresa.

— Está enganado Hunter, você é um cliente como qualquer outro, você ser o mais antigo não te faz especial. Agora eu realmente preciso ir...

Sai sem prestar mais explicações, e fui direto ao hospital.

...----------------...

— Oi boa tarde, em que posso ajudá-la? — A recepcionista perguntou assim que parei em frente ao seu balcão.

— Estou aqui para visitar, Sofia Belmont...

— O senhor é parente?

—Não, apenas um amigo...

— Então não pode vê-la, sem ser no horário de visita. Sinto muito...

— Larissa... — Olhei o seu crachá. — Você irá me deixar vê-la, ou eu vou ser obrigado a fazer um escândalo...

— Vinícius, você até pode ser irmão do Cláudio, mas mesmo assim não vai vê-la sem ser no horário de visita... — Eu estava quase apertando o pescocinho lindo dela.

Apesar de eu ser contra a violência contra mulher, nada impede de eu imaginar a minha mão no seu pescoço. Nunca disse que eu era santo, mesmo.

Até o meu irmão aparecer e ai sim, as coisas se acalmaram. Então recebi a notícia, Sofia havia tido um aborto. Eu tinha tanta esperança nesse bebê, acreditei que ele sobreviveria embora ela estivesse muito magra e muito pálida, mais que o normal.

Levou algum tempo para a Sofia acordar.

— Vini? — Estranhou a minha presença.

— Oi…

— Como eu vim parar aqui?

— O meu irmão te trouxe, você passou mal e desmaiou. — Expliquei.

— Eu lembro que tive uma tontura, como de costume, até sentir uma dor forte demais.

— Sorte ele estar por perto então, a senhorita está bem amparada pelos irmãos Ferraz.

A porta é aberta, o meu irmão com a enfermeira e outra médica entram no quarto.

— Oi Sofia. Essa é a doutora Micaela...

— Boa tarde! Sofia sinto muito informar mas infelizmente você perdeu o bebê, o coraçãozinho dele parou. Precisamos entrar com medicamentos para o útero expelir o embrião. Está bem?

— Tá bom, doutora...

Sofia parecia tranquila quanto aquilo, qualquer mãe se desmancharia por perder um bebê, mas ela está calma. A doutora nos explicou tudo que ela poderá vir a sentir.

Depois que a enfermeira depositou o medicamento, levou apenas alguns minutos para a Sofia começar a ter cólicas e pela forma que ela se contorcia doía bastante, e ela já tinha tomado remédio para diminuir a dor.

...----------------...

Dois dias depois ela estava recebendo alta do hospital, já que teoricamente ela estava bem, mas ela recebeu muitas orientações tanto da Dra que tratou dela quanto do meu irmão.

Mas pelo visto, entrou no ouvido e saiu no outro. Ela não queria ajuda, de jeito nenhum e eu não podia fazer nada. Estava de mãos atadas e me sentindo impotente.

Durante sua estadia no hospital, precisei inventar uma desculpa para sua mãe, já que a coitada não sabia de nada. Sofia escondia tudo dela.

Deixei ela no portão da sua casa e me ofereci para entrar, mas ela não permitiu.

— Como está o processo sobre a violência que você sofreu do Júlio? O delegado já informou alguma coisa?

— Então... Ele disse que se precisasse de mim iria me comunicar, mas até agora nada.

— Tudo bem. Se precisar que eu testemunhe só me procurar, você tem o meu número... — Olhei no meu relógio de pulso, daqui a pouco eu tinha um cliente. — Eu tenho que ir. Se precisar de alguma coisa me ligue.

— Tá bom...

— É para ligar de verdade, Sofia. — Falei a olhando sério e ela assentiu. — Tchau. — Fui deixar um beijo na sua bochecha e acabei dando um beijo no canto da sua boca, sem querer. — Ela me olhou espantada.

Apenas pisquei e destravei o carro, vi ela entrar pelo portão. Buzinei antes de dar partida no carro.

Estranho a polícia não me procurar para testemunhar, já que eu peguei o cara em flagrante. Não tenho tempo para questionamentos, pois um cliente me aguarda.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***