Claudio
Havia acabado de sair do meu plantão, e queria comer um doce, pensei em um pudim, mas mudei para um pedaço de bolo.
Fui até a cafeteria onde eu sabia que os bolos eram super gostosos, já imaginei um bolo de chocolate, recheado com brigadeiro, nossa cheguei até salivar.
Esperei a moça na minha frente ser atendida, então chegou a minha vez, eu acredito que conheço essa atendente, mas não consigo lembrar de onde.
A moça começou a me xingar, e eu estava confuso, até eu perceber que ela não estava falando comigo e sim com o meu irmão, fiz questão de esclarecer as coisas, e as bochechas dela viraram dois pimentões.
Depois que as questões foram esclarecidas, fiz o meu pedido, e ela abaixou para pegar, mas ao levantar percebi seus lábios brancos, e não pensei duas vezes para ir até lá.
Eu insistia que ela precisava de um hospital, e ela negava, as pessoas começaram a chegar, mas eu percebia que ela não estava bem, os lábios esbranquiçados, pálpebra caída, pulso fraco, era não se aguentaria em pé por muito tempo.
Então percebi o sangue, realmente algo estava acontecendo, e enquanto eu insistia no hospital, vi seu corpo amolecer nos meus braços.
Teimosa, agora vai pro hospital de qualquer jeito.
— Moço o que houve? — Percebi a moça com o uniforme da cafeteria.
— Ela teve um desmaio, não sei a causa ainda. Conhece alguém para acompanhar ela? Vou levar ela ao hospital. — Falei a pegando no colo.
— Não conheço, ela não têm muitos parentes e a mãe está doente. Ah tem o namorado, acho que Júlio…
— Não, não precisa avisá-lo. — Fui direto, pois lembro do que aquele infeliz fez com ela.
Coloquei ela em meu carro, e no meio do caminho avisei o Vini.
— Vini…
— Oi Cláudio, estou no meio de uma reunião…
— Desculpa, acho que gostaria de saber, Sofia passou mal e estou levando ela para o hospital.
— Te encontro lá em vinte minutos.
Ele desliga ao mesmo tempo que chego no hospital, peço uma maca.
— Cláudio? Do que precisa. — A enfermeira Yasmin veio em minha direção.
— Exames iniciais, hemograma, Beta HCG, PCR e eletrólitos. — Falei enquanto a guiava pelo corredor. — E por favor chama o ginecologista de plantão. — Pedi tirando o casaco que eu usava. — Você… — Apontei para outra enfermeira. — Me ajuda a colocá-la aqui no leito 2. — Trocamos ela de maca. — Pode trocar a roupa dela, por uma camisola por favor? Vou fazer a internação dela. — Pedi pegando o meu crachá e pendurando no bolso da blusa.
Parece que o bolo, vai ter que esperar.
Sai de lá para a recepção e fui fazer a internação, contudo eu não tinha nenhuma documentação dela.
— Cláudio, você sabe que eu não posso interna-la sem nenhum documento.
— Qual é Larissa, quebra essa para mim. Ela já esteve internada aqui, só puxar ai. O nome dela é Sofia, esteve internada mês passado, seja boazinha…
— O que eu ganho com isso?
— Você é cruel. O que você quer?
— Uma noite de muito prazer… — Eu bufei. Larissa sempre tentou me levar para a cama, mas não misturo trabalho com prazer.
— Ah qual é Larissa… Outra coisa, vai…
— Não, é só isso que eu quero… — Ela fechou o sistema e sem escolha, eu acabei aceitando.
— Tudo bem. Sua má…
Ela começou a puxar a ficha dela e fazer a internação.
— Aqui Sofia Belmont, gestante… Internou o mês passado, por agressão física… — Ela imprimiu a ficha dela, e entregou colocando na pasta.
— Ela mesma… Obrigado, por nada. Sua chata… — Ela piscou para mim.
— Amanhã às vinte horas não se atrase… — Mostrei a língua e ela riu.
Voltei para o leito da garota, e vi a Dra Micaela.
— Foi aqui que pediram uma consulta de ginecologia?
— Fui eu. Paciente de 20 anos, gestante em torno de umas catorze semanas, apresenta tontura, desmaio, baixo peso e sangrando bastante. — Passei o relatório a ela e entreguei o prontuário.
— Faz pré natal?
— Não sei te responder.
— Ok, vou examiná-la. — Vi a Micaela passar os próximos minutos examinando. — Pega para mim o ultrassom… — Ela passava o transdutor na barriga da Sofia, ficou assim por uns cinco minutos. — Não acho…
— O quê?
— Os batimentos fetais, ela perdeu o bebê...
— Tem certeza?
— Tenho, ela perdeu o bebê. Vou prescrever medicamentos para o útero expulsar o embrião. Mais tarde eu volto para vê-la.
Ela saiu jogando as luvas no lixo e ouvi a voz do meu irmão, e pelo tom, ele estava muito preocupado.
Sai lá fora e ele olhou para mim.
— Cláudio. Como ela está? Essa mulher não me deixa vê-la. —Apontou para a Larissa, como imaginei, super preocupado e pela veia saltada, nervoso.
— Calma Vini. Sofia está muito fraca, entrei com eletrólitos, e também glicose.
— Mas e o bebê, como ele está?
— Ela o perdeu. O coração parou de bater, teve um aborto retido.
— É por ela estar abaixo do peso, né? — Perguntou passando a mão na cabeça. — Ela está muito magra, não se alimenta.
— Com certeza o baixo peso, foi o fator principal.
— Como médico conversa com ela. Sofia acha que eu estou sendo ruim e chato a toa.
— Vinícius, não há muito o que eu possa fazer. É orientar e ela escolher seguir ou não…
— Ok, eu posso vê-la?
— Pode, ela está no leito 2. A médica passou um comprimido para ajudar ela a expelir o feto, é bom ter alguém com ela nesse momento.
— Obrigado…
Ele foi até o leito e eu segui para fazer a prescrição no prontuário dela. Qual o interesse do meu irmão nessa garota?
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Atualizado até capítulo 101
Comments
🦊Guminho🦊
Sófia precisa de tratamento com psicólogo , já está anorexa
2024-09-26
0
Divina Rosa
𝚎𝚜𝚜𝚊 𝚐𝚊𝚛𝚘𝚝𝚊 𝚎 𝚖𝚞𝚒𝚝𝚊 𝚎 𝚋𝚞𝚛𝚊 𝚑𝚘𝚖𝚎 𝚚𝚞𝚎𝚛𝚎𝚗𝚍𝚘 𝚊𝚓𝚞𝚍𝚊 𝚎 𝚎𝚕𝚊 𝚏𝚊𝚣𝚎𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚎 𝚍𝚒𝚏í𝚌𝚒𝚕 𝚝𝚒 𝚌𝚘𝚖 𝚛𝚊𝚒𝚟𝚊 𝚍𝚎𝚕𝚊
2024-07-13
1
Mariane Nana 🌺
posta mais autora
2024-06-29
0