Sofia
A semana seguiu normal, Vinícius cumpriu sua palavra e veio aqui a semana toda. Sempre procurando saber como eu estava.
E toda vez ele perguntava se eu estava me alimentando bem, e toda vez eu respondia a mesma coisa, que sim, embora ele não acreditasse.
Levei mamãe todos os dias para fazer hemodiálise, e segundo o médico ela estava muito bem.
Hoje era dia de encarar a balança, tirei toda a roupa, respirei fundo e subi nela.
— 39 kg… — Disse animada, finalmente alcancei o meu objetivo.
Uma leve vertigem me atinge, já estava acostumado com essas tonturas, por isso apenas sentei no vaso e esperei passar, terminei de colocar a roupa e ouvi uma batida de palma, sai para atender. Mamãe estava descansando por conta da hemodiálise.
E não é espanto nenhum ver o Vinícius no portão de casa, fui até lá e abri.
— Você emagreceu… — Foi a primeira coisa que ele notou.
— Você viu? — Falei empolgada, com as mãos na cintura.
— Isso não é no bom sentido, Sofia. Você está muito magra…
— Bobagem, agora sim. Estou linda… — Falei super feliz, entrei em casa e ele me acompanhou. — Nem o seu mau humor pode acabar com a minha felicidade. O que está fazendo aqui?
— Vim ver como você estava, se está se alimentando bem. Se precisa de alguma coisa? — Ele diz ainda olhando o meu corpo. — Sofia, estou preocupado com você.
— Não precisa, eu estou bem. — Falei e me apoiei na mesa, quando senti outra tontura.
— Sofia… — Ele segurou o meu corpo, pela cintura. — Sofia por favor. Você não tá bem, isso não é normal…
— Deve ser da gravidez… — Me soltei dele.
— Por falar em gravidez já marcou médico, para o pré natal?
— Ainda não… — Fiz uma careta, por falar sobre esse bebê.
— E o que você está esperando pra marcar? — Vinícius arqueia as duas sobrancelhas grossas, me questionando.
— Ainda não tive tempo, com a mamãe doente, e fazendo tratamento de hemodiálise, eu acabei esquecendo…
— Não tem problema, então vamos agora…
— Aí Vinícius, depois eu vejo isso…
— Depois quando, Sofia? Depois que você ficar doente, isso se já não tiver. Você já se olhou no espelho? — Ele me colocou em frente ao espelho que eu tinha no meu quarto. — Você consegue ver, consegue entender o grau da situação?
— Vinícius, você está se metendo onde não te cabe. Eu estou ótima assim… — Explodi com ele, e com isso veio novas ondas de tontura.
— Muito ótima Sofia, vive cambaleando, porque não se aguenta em pé. Você precisa de médico. — Ele batia na tecla de médico, e isso estava me irritando cada dia mais.
— Não preciso. Preciso só que me deixa em paz. Eu agradeço tudo que fez por mim, mas isso não é da sua conta…
— Quer saber? Eu não vou mais me importar. Faz o que quiser, porque eu estou tentando te ajudar. Mas você não quer, não me resta nada, que lavar as mãos. — Ele tirou um cartão do bolso. — Aqui está o meu número, outra vez caso tenha perdido o primeiro. — Ele entrega o cartão, mas não pego. Ele suspira e coloca em cima da mesinha do quarto e sai.
Quem ele pensa que é para ditar como eu estou? Se eu estou me sentindo bem, eu estou bem, preocupação excessiva é essa. Homem louco, mal me conhece.
Decido me arrumar para a cafeteria, a moça me ligou, ela está precisando de uma folguista.
Coloquei, uma calça jeans, uma blusa branca e tênis, o avental ela dá na hora. Fui até a minha vizinha e pedi que ficasse com a minha mãe e ela aceitou de bom grado.
— Mãe, a dona Dalva me chamou para trabalhar na cafeteria do centro. Está bem?
— Tudo bem, minha filha. Se cuida.
— Obrigada.
Dei um beijo em sua bochecha e fui até o ponto de ônibus.
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Trabalhar na cafeteria era muito fácil, atender os clientes e pegar o pagamento, simples.
— Próximo… — Chamei e para a minha surpresa era o Vini. — Até aqui você me persegue…
— Como? — Perguntou surpreso.
— Não se finja de sonso. Passou as últimas semanas me rondando e mesmo eu dando um basta você ainda me persegue?
Ele então explodiu em uma gargalhada e eu não estava achando a menor graça.
— Me confundiu. Sou o Cláudio, irmão do Vinícius. — E só então eu lembro que ele tem irmão gêmeo.
— Desculpa… Nossa que vergonha!
— Sem problemas, linda. Mas sinto muito se o meu irmão está sendo inconveniente, prometo conversar com ele.
— Não, tudo bem. Ele irá me chamar de linguaruda. Ele tem péssimo humor.
— Impossível, Vini é a calmaria em pessoa.
— Então ele me odeia. Porque não tem nada de calmo comigo. Esquece isso. Qual o seu pedido?
— Quero esse pedaço de bolo, está com uma cara ótima. É bolo do que?
— Esse é floresta negra.
— Então me vê dois pedaços.
Me abaixei para pegar o pedido dele, e coloquei cada pedaço em um potinho de isopor, porém quando fui me levantar, tive uma tontura e das fortes, e vi quando o homem passou por baixo da bancada e veio até a mim.
— Sofia está tudo bem? — Perguntou com a mão em meu pulso, enquanto a outra me mantinha de pé.
— É nada, só aquelas tonturas… — Respondi.
Contudo uma dor crucial atingiu meu abdômen, um gemido involuntário saiu da minha boca, enquanto eu segurava a minha barriga.
— Você precisa de um hospital, para ver o que acontece, fazer alguns exames.
— Não precisa…. — Eu vi clientes chegando e fui atender.— Eu preciso atender os clientes. — Me afastei dele, mas dei dois passos e ele segurou em meu pulso.
— Sofia você está sangrando. — Olhei para baixo, uma trilha de sangue escorria pelas minhas pernas. — Você precisa de um hospital….
— Não pre…. — Não terminei de falar pois senti as minhas vistas escurecendo.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Kerllyanne Diniz Moreira
ai gente pensa numa menina lesa olha, ela tá vendo que tá grávida tá ficando magra só por causa de um indivíduo, que falou para ela que ela estava gorda, aí ela faz isso,estou estressada já com essa garota.
2024-11-29
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Claudia
Söfia além de grávida precisa de ajuda médica 😥😥🧿♾
2024-06-29
1