Capítulo 19

...EMMA...

- Pouco antes do nosso casamento, fui agredida. Ele... eles... – fiz uma pausa, tentando controlar as lagrimas enquanto agarrava a camisa de Roman. Eu podia ver a tensão em seus braços e a fúria em seus olhos, como se ele já soubesse o que eu ia dizer. – Eles me prenderam. Henriqueta me salvou antes que eles fizessem qualquer outra coisa.

Comecei a tremer e Roman me puxou para um abraço de urso. Fechei meus olhos injetados de sangue enquanto absorvia o silencio de Roman.

- Ninguém da sua família chamou a polícia? – Ele finalmente falou, depois do que pareciam horas em silêncio, com os dentes cerrados.

- Eu nunca disse a eles.

- E quem eram “eles”?

Meu coração não me permitiu dizer a verdade. Só eu sei o quanto eu gostaria de que Gabriel e os Wilson fossem expostos. Mas se eu os denunciasse a Roman, não havia como saber se ele acreditaria em mim.

- Eu não sei, era homens aleatórios, - decidi mentir, me odiando a cada minuto.

- E o telefonema?

- Foi de um dos atacantes.

Roman não disse mais nada. Ele apenas me puxou e beijou minha testa. Eu me senti segura em seus braços, quase como se aquele telefonema fosse apenas parte de um pesadelo. Felizmente, Roman parou de me forçar a falar. Ele sabia o quanto me deixava nervosa falar sobre isso.

- Lamento que você tenha passado por tudo isso, princesinha. – Ele suspirou derrotado. – Gostaria de ter estado lá pra você e te proteger. Agora que estou aqui, nunca mais ninguém ousará te machucar. – Suas palavras aqueceram o meu coração e eu acreditei em cada uma delas. – Você é minha, princesinha, apenas minha.

Seus lábios encontraram os meus num beijo suave e ele me abraçou e ficou ao meu lado até que eu adormecesse.

...****...

...ROMAN...

Deixei Emma dormindo profundamente, me troquei e fui até a academia. Não conseguia me controlar quando me lembrava de suas palavras me dizendo que alguém havia se aproveitado dela. Fechei os olhos e lancei jabs o mais forte que eu conseguia.

Eu tive um acesso de raiva antes de jogar o saco de pancadas no chão, suando profundamente. Seu sorriso tímido brilhou em minha mente enquanto eu batia com mais força. Eles a machucaram e eu senti como se pudesse ouvir seus gritos chamando meu nome, mas eu não poderia estar lá pra apoiá-la.

A fúria percorrei todo o meu corpo e fiz uma promessa a mim mesmo de que encontraria e mataria seus agressores. Emma ainda estava me escondendo coisas. Ela estava com medo e isso ficou bastante evidente pra mim. Precisava ficar de olho nela e, caso tivesse alguém lá fora atrás dela, ele encontraria a mim.

Deixe que os desgraçados venham a mim! Eles vão conhecer minha fúria. Meu telefone começou a tocar, tirando-me dos meus pensamentos mortais.

- O que? – Eu rosnei, soando mais animal do que humano.

- Jane me informou. O que aconteceu, amigo? – A voz de Mark fluiu através da linha e a preocupação era clara em seu tom de voz.

- Eu preciso te ver, Mark. Venha me ver aqui em casa ao mais rápido que puder. Não vou deixar Emma sozinha. – Ordenei, antes de encerrar a ligação.

...****...

...EMMA...

Passei minha mãos pelos lençóis e percebi que Roman não estava mais ao meu lado. Me levantei e fui ao banheiro e observei meu reflexo no espelho de corpo inteiro que havia no caminho. Meus olhos estavam inchados e com anéis vermelhos ao redor deles e minhas bochechas estavam ruborizadas.

Eu reconhecia esse rosto do meu passado e, ainda assim, ele voltava para me insultar. Estaria louca se dissesse que ele sorriu de volta pra mim, mas eu via ele me dizer o quanto era estúpida em pensar que havia alguma chance de minha vida ser diferente.

Virei de costas para o meu reflexo e encarei a escuridão do cômodo. Sera que o diabo estaria lá fora esperando por mim? Só de pensar nisso, senti um gelo até os ossos enquanto tentava me livrar do pensamento.

Eu precisava dizer a mim mesma que ele não poderia mais me machucar, que as coisas estavam diferentes agora. Precisava seguir em frente. Roman não merecia uma esposa quebrada em pedaços, arrastando-o para o fundo do poço. Ele não merecia isso.

...****...

Já havia passado uma semana desde que recebi o telefonema de Gabriel e, no decorrer dos dias, fui me sentindo melhor, mais calma. Jane me visitada quase todos os dias. Até Mark veio me ver, fazendo todos nós rirmos e deixando o ambiente mais leve, como ele sempre fazia.

Eu estava voltando ao meu “eu feliz”, mas uma parte minha estava se sentindo exausta. Essa parte de mim temia os cantos escuros da nossa casa. Eu passei a não conseguir mais encarar a noite, nem olhar pela janela, mas não podia deixar transparecer o meu medo.

Roman estava passando a maior parte do seu tempo em casa e eu sabia que era para estar ao meu lado e não me deixar sozinha. Eu estava me acostumando a estar em sua presença, ouvindo seus dedos pressionando as teclas de seu notebook.

Era domingo. Final de tarde. Eu e Jane estávamos na ponte floral jogando pedras no riacho. O sol ainda brilhava, mas não estava tão quente como antes.

- Jane?

- Sim?

- É... isso pode parecer um pouco estranho... – Mordi meus lábios sem saber por onde começar. Jane se virou pra mim com uma de suas sobrancelhas levantadas. – Eu quero levar as coisas mais adiante com Roman.

- Já era hora, encrenqueira, - ela gritou, parecendo entender o que eu estava tentando perguntar a ela. – Emma, meu amor, beba um pouco de vinho, vista uma coisa meio safada e se jogue em cima dele. Observe o tigre te atacar, amiga.

Eu levantei as minhas maos ao rosto e ri. Acho que estava chegando a hora de assumir o controle. Eu não conseguia mais lutar contra o que meu corpo estava me dizendo. Notei as mudanças dentro de mim.

Eu ansiava pelos toques de Roman, o calor de seu corpo ao lado do meu. Seu cheiro que deixava entorpecida e eu a cada dia que passava queria mais ele. Sempre que estava perto de Roman, tinha vontade de arrancar suas roupas. O homem era um deus caminhando na terra.

Ele havia me dito há tempos para ir até ele quando estivesse pronta, mas eu não tinha ideia de como falar sobre isso com ele.

...****...

Depois de passar uma semana em casa comigo, Roman teve de comparecer a uma reunião de negócios urgente no fim de semana pra se preparar para uma ainda maior.

Naquela mesma noite, vesti minha camisola e apertei um dos botões extravagantes que Roman tinha me mostrado. Uma tela do tamanho de um cinema apareceu do nada e eu me perguntei como ela estava tão bem escondida no teto.

Quando o filme acabou, enviei a enorme tela de volta pra cima, antes que Soledad aparecesse anunciando que iria passar a noite em casa comigo, pra que eu não ficasse sozinha.

Estiquei meus braços em volta de mim e me afundei ainda mais na cama. Eu não conseguia dormir. Verifiquei meu telefone. Sem mensagens. Roman deve ter estado muito ocupado. Nesse momento me peguei com ciúmes de todas as pessoas que podiam passar um tempo com ele, de todas as garotas que provavelmente estavam olhando boquiabertas para ele.

Um sorriso se apossou dos meus lábios quando levantei meu telefone e comecei a digitar uma mensagem:

Emma: Estou entediada!

Depois de alguns segundos, recebi uma notificação.

Roman: Você não pode estar mais entediada do que eu, princesinha. Assista um filme.

Emma: Já vi um. O seu é enorme.

Roman: O que o que é enorme?

Emma: Meu Deus, eu quis dizer TV.

Joguei o telefone ao meu lado e empurrei meu rosto vermelho no travesseiro antes de ouvir a notificação. Eu era horrível nisso.

Roman: Você está na cama?

Emma: Sim, estou.

Estava quase pegando no sono enquanto aguardava por uma resposta, mas meus olhos se abriram imediatamente ao som do meu telefone tocando.

- Ei, - eu respondi, surpresa com o quão sem folego eu parecia.

- Você sabe, o pensamento de você entediada na minha cama está me deixando louco, - a voz áspera de Roman se derramou em meu ouvido, acendendo um fogo dentro de mim.

- Acho que estou me deixando louca.

- Você está mordendo o lábio, Emma? – Seu tom baixo fez meu coração pular descompassado. Minhas pernas se separaram sozinhas enquanto eu passava a mao pelas bordas penduradas na minha camisola.

- E se eu estiver? – Suspirei. Meu corpo parecia que estava pegando fogo. Eu nunca tinha sentido essa necessidade antes.

- Você imagina o quanto eu te quero, Emma. – Fechei meus olhos e entendi suas palavras. Minha mao pousu no meu ponto sensível.

- Eu também te quero, Roman, - eu sussurrei, imaginando seu corpo nu diante de mim. Eu não pude deixar de soltar um gemido enquanto gentilmente me tocava.

- O que você está fazendo, Emma? – Depois de um breve momento de silencio, eu podia ouvir a luxuria em sua voz rouca.

- Roman!

Seu nome deixou meus lábios em um gemido tremulo. Meu dedo escorregou na minha entrada.

...****...

...ROMAN...

Sentei-me à mesa do escritório atordoado, com uma mao segurando o telefone no meu ouvido enquanto a outra de movia para abrir o zíper da minha calça. Eu podia sentir o desejo de Emma do outro lado da linha.

O som do meu nome deixando seus lábios perfeitos teria me chocado se eu não tivesse me sentado. Fichei meus olhos, apreciando o som de seus gemidos suaves vibrando através de mim enquanto eu me tocava.

- Emma, - respirei, - eu quero estar dentro de você. – Ela soltou um susoro áspero com minhas palavras.

- Eu quero você dentro de mim, Roman. – Ela gemeu enquanto eu me masturbava com sua voz doce. Deus, essa menina estava me deixando maluco.

- Eu quero ouvir você gozar pra mim, princesa, - Eu gemi quando Emma choramingou. Eu podia ouvi-la sussurrar meu nome, tentando reprimir seus gemidos altos enquanto ela se desfazia.

Minha cabeça rolou pra trás em minha cadeira e eu me liberei. Levei um momento pra me recompor enquanto ouvia a respiração de Emma descompassada e pesada do outro lado da linha. Eu não sabia mais quanto tempo iria ser capaz de me controlar.

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Comments

Claucris

Claucris

Não é por nada, mas estou a começar a ficar com raiva dessa Emma. Fala logo a verdade mulher.

2024-08-22

3

Belinha Tavares

Belinha Tavares

kkkkkkkkkk Q louco, o Q o tesão faz com a pessoa

2024-07-21

4

Solange Araujo

Solange Araujo

Caracas isso doeu .....kkk

2024-06-28

5

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