Capítulo 11

...EMMA...

Felizmente, Roman passou o restante do dia ocupado em seu escritório. Assim, consegui evita-lo com sucesso. Jantei na cozinha com Soledad antes de me retirar para o quarto. O sol de verão começou e se pôr e eu observei pela grande janela. Essa era uma visão da qual eu jamais esqueceria.

Grace me ajudou a desempacotar minhas caixas. Minhas roupas se juntaram perfeitamente no guarda-roupa e meus livros foram gentilmente levados para a biblioteca. Coloquei a foto da minha mãe na mesa de cabeceira enquanto o sol se dissipava além da linha da floresta.

Fui para o banheiro a fim de tomar um banho quente. Eu precisava lavar meu cabelo desesperadamente, por conta do spray de cabelo que ainda não tinha sido removido desde o casamento.

Minha conversa irritante com Roman continuava passando na minha cabeça. Ele estava tentando me enrolar ou ele realmente pensava que eu tinha uma queda por ele. Estava realmente surpresa dele pensar isso? Obvio que não!

Talvez, se casar com Roman Carrero teria sido o conto de fadas perfeito para qualquer outra garota, mas não era o meu caso. Finais felizes, príncipes e princesas não existiam no meu mundo. Eles nunca tiveram espaço nele.

Vesti uma regata e um shorts de pijama e andei para fora do banheiro. Meu cabelo molhado caiu solto ao meu redor. Eu bati direto no batente da porta, quase me derrubando no chão. Minha respiração ficou entrecortada quando uma grande mão agarrou minha cintura e me puxou para cima sem esforço.

- Você se acalmou, princesa? – Sua voz estava baixa, com sua mao pressionando firmemente na parte inferior das minhas costas. Eu me contorci para fora do seu controle e imediatamente me soltei.

Seus lábios formaram uma linha fina enquanto franzia sua testa, completamente confuso. É como ele percebesse o mede estampado no meu rosto.

- Vou ficar no sofá esta noite, - Ele proferiu, se afastando de mim.

- Pode deixar que eu fico no sofá ou posso apenas dormir em um dos quartos de hóspedes, - Jamais admitiria que ele dormisse no sofá dentro do seu próprio quarto. Não é justo com ele. Eu preferia ficar num dos outros tantos quartos.

- Sem quartos de hóspedes, princesa. As empregadas falam e se for divulgado que não dormimos juntos, as coisas vão ficar feias pro nosso lado. – Ele observou meu rosto por mais um momento antes de apontar para a cama. – A cama é sua. Estarei na academia.

Arrastei-me para a cama, deixando escapar um suspiro que não sabia que estava segurando. Um sentimento de culpa passou por mim quando pensei em Roman dormindo no sofá. Eu não poderia nem o culpar por estar zangado com este casamento.

Paola estava certa: ninguém em sã consciência ficaria feliz em se casar comigo. Engoli o nó que se formou na minha garganta e fechei os olhos, sendo tomada pela escuridão.

Eu caí no chão enquanto eu corria e, então, uma mão fria e afiada agarrou minha perna. Virei-me para encará-lo: o rosto do diabo; o rosto de Gabriel. Eu gritei no silêncio assustador, ninguém poderia me salvar. Ninguém.

- Emma? Emma, acorde! – Uma voz baixa e familiar me chamou.

Houve uma sacudida suave no meu braço. Eu pulei, ofegante, com meu corpo tremendo inteiro de medo. Meus braços se agarraram com força ao redor do calor que acalmou meu estado de tremor.

Enterrei meu nariz profundamente no cheiro almiscarado que me acalmou neste exato momento. O calor se espalhou do meu peito em direção às minhas costas. Fiquei assim o máximo que pude.

É como se meus sentidos tivessem voltado ao mesmo tempo, fazendo-me ciente dos dois braços musculosos em volta de mim. Um calor subiu ao meu rosto enquanto lentamente levantava a minha cabeça pra encontrar os olhos escuros de Roman. Meu coração começou a bater freneticamente.

Ele apenas ficou quieto, gentilmente me abaixando na cama, seu rosto a apenas alguns centímetros do meu. Minhas bochechas esquentaram quando percebi que meus braços ainda estavam em volta do seu pescoço, puxando-o pra mim.

Eu soltei meus braços para libertá-lo e o observei enquanto ele se levantava. Seu torso nu era um espetáculo e meus olhos errantes percorreram a curva de cada musculo na luz fraca. Este homem era absolutamente deslumbrante.

Ele puxou o cobertor sobre mim, com seus olhos fixos nos meus, antes que ele silenciosamente voltasse para o sofá. Eu não tinha certeza se ainda estava sonhando, mas estar nos braços de Roman não parecia nada que eu já tivesse sentido antes.

...****...

O sol brilhou enquanto se estendia através das cortinas. Eu amava o sol da manhã, isso me fazia sorrir. Me estiquei sob os lencois antes de me levantar. Eu podia ouvir o som de uma respiração pesada, mas calma, vinda do sofá. Roman ainda estava dormindo.

Sai do quarto ainda de pijama em direção à cozinha. Cumprimentei Soledad e Grace, me servi de uma xicara de café e fui caminhar pelos jardins, animada demais para explorar. Caminhei até a bela ponte floral observando o riacho abaixo de mim enquanto fluía entre os grandes seixos.

Apreciei a vista celestial ao meu redor antes de olhar para a casa e para onde o quarto estava: a grande janela estava completamente escurecida pelo lado de fora. O jovem senhor realmente gostava de sua privacidade.

Enquanto caminhava de volta para a cozinha, o som de risadas e conversas me chamou a atenção. Uma garota estava sentada em um dos banquinhos. Ela devia ser um pouco mais velha do que eu. Seu cabelo negro caía direto em seus ombros e seus olhos de um azul oceânico brilharam quando ela me viu.

- Emma! – Ela gritou, saltando e disparando na minha direção, me dando um abraço apertado. – Eu sou Jane, prima do seu marido, - ela sorriu enquanto me forçava a virar. – Puxa, você é deslumbrante. Quase não vi você no casamento. Acabei de assistir seu pobre corpo sendo arrastado pelo corredor.

Conversamos um pouco, Jane direcionando a maior parte da conversa. Ela era uma lufada de ar fresco.

- Meu Deus, Emma, você não é nada como eu pensei que seria.

Parece que todas essas pessoas esperavam que a esposa de Roman fosse algo totalmente diferente, mas pareciam encantados em me conhecer, mesmo eu sendo bastante quieta e tímida. Foi bom me sentir aceita apenas por seu eu mesma.

Não me entendam mal. Só que era estranho ser apreciada por estranhos quando minha própria família não suportava me ver.

- Precisamos almoçar e fazer compras um dia, Emma! – Jane insistiu enquanto colocava seu número no meu telefone.

- Princesinha? – Os olhos de Roman encontraram os meus enquanto ele entrava na cozinha. Ele se virou para encarar Jane. – E a ervilha. – Ele sorriu, ganhando um suspiro risonho da prima. Ela atirou uma laranja pra ele da fruteira luxuosa.

- Tia Sheila me disse que você vai participar do evento de caridade este mês. Afinal, você tem que mostrar Emma para a sociedade. – Jane se virou pra mim e piscou enquanto a expressão de Roman mudou.

- Você sabe que eu não faço eventos de caridade, muito menos devo satisfações à sociedade. Quero que eles se fodam. – Roman rugiu, fazendo-me estremecer na cadeira. Ele ergueu as sobrancelhas ao perceber minha reação e saiu da cozinha.

- Deus, é tão fácil deixa-lo nervoso, - Jane riu baixinho enquanto se virava pra mim. – Ele odeia todos os eventos de caridade, menos um: o Boxe.

- Ele gosta de assistir boxe? – Eu perguntei.

- Vamos apenas dizer que ele não vai aos eventos de boxe para assisti-los.

Recostei-me a pensar... se ele não comparece para assistir aos eventos, então ele comparece... meus olhos brilharam quando a ficha caiu: ele luta. Eu respirei com dificuldade, olhando para porta pela qual ele tinha acabado de sair.

- Conheça o invicto Roman Carrero. – Jane guinchou, colocando uma uva em sua boca.

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Comments

Solange Araujo

Solange Araujo

Vai que ele é seu Emma, todinho seu princesinha

2024-06-28

8

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