ELIZA NA CASA DE DEMON

Deimon bebeu sua água, refletindo sobre o que acabara de acontecer. Ao retornar com o copo para Eliza, encontrou-a ainda sentada junto à parede, seu olhar fixo no chão. Sentindo-se culpado, ele se aproximou devagar e falou com um tom mais suave: "Peço perdão pelo que fiz, Elizabet. Ninguém nunca me enfrentou da forma como você fez... Eu agi impulsivamente. Esperei anos por uma companheira e, com o tempo, comecei a desistir. Tive relacionamentos casuais, onde as mulheres eram sempre submissas e interesseiras. Estou acostumado com isso, exceto por minha tia Laura. Achei que você fosse igual a todas, mas você é o oposto de tudo que já vivi... e até me faz falar demais." Ele sorriu, deixando o copo de água ao lado dela antes de se afastar e sentar, dando-lhe o espaço que ela precisava.

Eliza, embora ainda assustada, sentiu-se tocada pela atitude de Demon. Ele reconheceu seu erro e se esforçou para corrigi-lo, o que a fez admirá-lo ainda mais. Apesar do medo, ela percebeu que, para que os dois pudessem fazer esse relacionamento funcionar, teriam que se ajudar mutuamente. Com isso em mente, ela bebeu a água, afastou a vergonha, mas não conseguiu deixar de lado toda a timidez. Reunindo coragem, aproximou-se de Deimon, que estava falando ao telefone. Ela esperou pacientemente até que ele terminasse a ligação, perguntando a Arthur se os pais de Eliza estavam a caminho. Ao encerrar a conversa, ele se virou para ela, curioso: "O que foi, minha querida?"

Ela sorriu timidamente com a suavidade na voz dele e, um pouco nervosa, pegou na mão de Deimon. Assim que suas mãos se tocaram, ambos sentiram uma onda de eletricidade percorrer seus corpos. Com um leve tremor na voz, ela disse: "Eu... Eu também te peço desculpas, Deimon. Meus pais sempre me ensinaram a ser uma boa companheira, mas algo em mim não está certo... Sinto minhas emoções descontroladas, como uma leoa feroz que protege sua família. Quando você mencionou forçar meus pais a falar, fiquei dominada pela raiva e acabei desrespeitando você. Mas, como você disse, sou diferente das outras mulheres que você conheceu, e você é o primeiro homem da minha vida. Precisamos aprender juntos para fazer essa nova fase de nossas vidas dar certo."

Deimon ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Eliza. Vendo a falta de resposta, ela começou a se arrepender de ter falado tanto e tentou soltar a mão dele. Mas Deimon a puxou suavemente para seus braços, segurando-a firme. "Pelo menos, nossos filhos serão bem protegidos por uma leva feroz, não é mesmo?" Ele disse, com um sorriso brincalhão, antes de beijar carinhosamente sua bochecha. Eliza corou instantaneamente, o que o

fez ele se apaixonar ainda mais por ela.

Sentindo que estava à beira de perder o controle de seus desejos, Deimon se afastou, levantando-se rapidamente. Ele se dirigiu à porta, onde já podia ouvir as vozes dos pais de Eliza se aproximando.

"Boa noite, meu Rei, é uma honra poder estar em sua casa. Como está minha filha?" disse Laura, mãe de Eliza, saudando Deimon com uma reverência.

"Fico feliz que tenham aceitado vir. Eliza está aqui, e está bem. Por favor, entrem," respondeu Deimon, abrindo espaço para que entrassem.

"Obrigado, meu Rei," disse Max, o pai de Eliza, enquanto adentrava a casa com sua companheira.

Nesse momento, Arthur se aproximou de Deimon e falou em tom baixo: "Já os informei sobre Eliza, mas eles reagiram de forma estranha. Melhor sermos cautelosos, por causa dela. Sei muito bem como você pode ser."

"Eu sei, Arthur. Não sou idiota," respondeu Deimon, entrando na casa com uma expressão séria.

Eliza, ao ver seus pais, sentiu um calor reconfortante e um sorriso iluminou seu rosto. "Oi, mãe. Oi, pai. Como vocês estão?" disse ela, correndo para abraçá-los.

"Estamos bem, querida. E você, como está? O beta do Rei nos contou que você não anda nada bem, minha filha," respondeu sua mãe, Laura, com uma preocupação evidente na voz.

"Estou bem, não se preocupem. Acho que é por causa da transformação que aconteceu há pouco. Mas onde estão meus tios? Não os vejo desde que cheguei à festa," disse Eliza a seus pais, mas logo seu olhar foi capturado por um jovem mais baixo e menos robusto que Deimon, que estava na sala. Ela teve a impressão de já tê-lo visto antes.

"Você sempre tentando se cuidar sozinha, minha querida. Ainda estou aqui para te ajudar. Quanto aos seus tios, me esqueci de te avisar: eles precisaram retornar a mando de seus Alfas da Alcateia. Não se preocupe, o Rei já está ciente disso também," respondeu sua mãe, Laura, enquanto se acomodava no sofá ao lado de Max, seu pai.

Eliza acenou para os pais, mas sua atenção voltou-se para o belo rapaz que conversava com Deimon. Ele, percebendo o olhar dela, levantou as sobrancelhas em reconhecimento. Nesse instante, Eliza se lembrou de onde o conhecia e ficou surpresa. Deimon, notando a interação, sentiu um súbito e novo incômodo — um ciúme que o corroía por dentro, ao ver que sua companheira também tinha curiosidades que não envolviam apenas ele.

"O que foi, senhorita Elizabet?" disse Deimon, com uma voz firme que a fez desviar o olhar de Arthur.

"Ah, me desculpe... Acho que já o vi antes, mas não sei onde. Prazer, sou Elizabeth," respondeu ela, estendendo a mão para cumprimentar o jovem. No entanto, ele nem sequer a olhou, o que a desapontou profundamente. Sentindo-se rejeitada, Eliza recolheu a mão e foi se sentar ao lado de seus pais.

Deimon, observando como ela ficou abatida, lançou um olhar para Arthur, que não pareceu notar a situação. Então, com um tom de voz controlado, Deimon se aproximou de Arthur e sussurrou: "Por que não falou com ela? Você tem minha permissão. Além do mais, como meu Beta e melhor amigo, você faz parte da vida dela também. Terei que lidar com esse meu 'ciúme'. Ela não é Safira, nem qualquer outra mulher com quem já estive. Ela será minha esposa para o resto da vida."

Decidido, Deimon se dirigiu a Eliza, que ainda estava confusa com a expressão que ele fez, mas decidiu deixar o assunto de lado quando seu pai começou a falar.

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