ELIZABET AJUDA OS FERIDOS

Assim que Eliza saiu de casa, viu que a rua estava em total caos. Soldados corriam de um lado para o outro, pessoas desesperadas procuravam por seus entes queridos, outras tentavam ajudar como podiam. O cenário era de pura desolação. Eliza não estava acostumada a esse tipo de situação. Enquanto observava o tumulto, uma dúvida passou pela sua mente: por que tinha escolhido esse caminho? Sempre amou a natureza, mas sua inteligência a levou a cursar faculdade e escola ao mesmo tempo. Escolheu medicina e se destacou como uma das melhores médicas. Após concluir o diploma, trabalhou em um hospital por sete meses, mas desistiu para se focar apenas nos estudos.

Agora, diante do caos, ela questionava suas escolhas. Viu-se no meio de um turbilhão de emoções e responsabilidades. Pessoas chorando, feridos clamando por socorro, e uma incerteza pairando no ar. Sua mente estava à beira do colapso, mas sabia que precisava ser forte. Afinal, vidas dependiam dela.

Ela respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado, e seguiu em frente ao lado de seu pai, determinada a encontrar os guerreiros e fazer o que pudesse para ajudar.

Chegando ao campo de batalha, Eliza foi imediatamente tomada pelo cenário desolador. Feridos estavam por toda parte, gemendo de dor, enquanto o cheiro de sangue e fumaça permeava o ar. No meio do caos, ela avistou uma de suas colegas de trabalho, Ramelya, que parecia exausta, mas determinada.

"Oi, Ramelya," disse Eliza, tentando chamar a atenção da amiga. Ramelya olhou para ela e, por um breve momento, sorriu.

"Oi, querida," respondeu Ramelya, antes de se voltar rapidamente para um homem com um grave ferimento na barriga, do qual o sangue jorrava. Sem hesitar, ela começou a prestar socorro.

Eliza se jogou no trabalho, usando sua habilidade prática em todas as áreas da medicina para ser a mais rápida possível. Por horas, ela costurou feridas, imobilizou OSSOS quebrados e administrou medicamentos, movendo-se de um paciente para outro como uma tempestade de eficiência. Mesmo assim, a preocupação com seus tios não saía de sua mente.

Enquanto se movia pelo campo, um lampejo de cor chamou sua atenção. Um homem estava segurando uma mulher com cabelos longos e super vermelhos um vermelho que Eliza reconheceria em qualquer lugar. Seu coração deu um salto.

"É a tia!" pensou, enquanto corria na direção deles

Chegando mais perto, ela viu que a mulher estava consciente, mas claramente em choque, com um ferimento profundo no braço. 0 homem ao seu lado tentava, desesperadamente, estancar o sangramento.

"Tia, estou aqui!" gritou Eliza, caindo de joelhos ao lado dela e começando a trabalhar com uma precisão frenética. Sua mente focada apenas no objetivo de salvar a vida de sua tia.

Com mãos ágeis, Eliza limpou e costurou o ferimento, aplicando um torniquete para parar a perda de sangue. Ela sentiu uma onda de alívio ao perceber que, apesar da gravidade, sua tia sobreviveria. Seu tio apareceu pouco depois, ferido, mas andando, e um suspiro de alívio escapo us lábios.

"Tio, que bom que está bem," disse Eliza, tentando reunir forças para não chorar ao ver a situação ao redor. Mas a emoção foi demais e, incapaz de se segurar, chorou nos braços de seu tio Bruno.

"Não chore, minha borboleta. Vai ficar tudo bem. Onde estão Max e Laura?" perguntou Bruno, tentando consolar Eliza, apesar do cansaço evidente em sua voz.

"Pai está com o alfa na frente da cidade, em alerta para qualquer coisa. Minha mãe está em casa," respondeu Eliza, enxugando as lágrimas. "Vou ligar para ela vir buscar vocês. Vocês dois estão muito exaustos."

Bruno assentiu, concordando com ela. Eliza pegou o celular e ligou para sua mãe. Em questão de minutos, Laura chegou como um raio, movida pela urgência e preocupação.

Laura ajudou a colocar sua irmã no carro, enquanto Bruno, apesar de exausto, tentava manter a postura firme. "Querida, venha com a gente," insistiu Laura, com os olhos cheios de preocupação.

"Não, mãe. Eu preciso ficar. Ainda há muitos que precisam de ajuda," respondeu Eliza com firmeza, apesar do cansaço.

Laura hesitou por um momento, mas viu a determinação no rosto de sua filha. Com um suspiro, abraçou Eliza rapidamente. "Cuide-se, minha menina. Voltaremos assim que possível."

Eliza assistiu enquanto o carro se afastava, levando seus tios para a segurança de casa. Respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros, mas também a determinação de continuar. Voltou ao campo de batalha, onde sua habilidade e coragem eram desesperadamente necessárias.

Enquanto se movia entre os feridos, uma sensação de propósito renovado a invadiu. Ela sabia que, apesar de tudo, estava onde deveria estar, fazendo a diferença em meio ao caos. E com isso em mente, Eliza se preparou para enfrentar mais um dia de desafios, determinada a salvar quantas vidas fosse possível.

Ela passou o dia inteiro sem descanso, mal se alimentando antes de sair para ajudar os outros. Já estava anoitecendo quando finalmente parou de chegar gente ferida, restando apenas alguns poucos para tratar.

"Você, como sempre, ajudando as pessoas, não é, Elizabet?" disse Ramelya, observando que Eliza não havia parado desde que chegou.

"Eu e minha compaixão pelo próximo, não é, Ramelya," respondeu Eliza, terminando um curativo em uma criança.

"Sim, mas agora você precisa descansar um pouco. Acabei de chegar de casa e você vai acabar desmaiando se continuar assim," disse Ramelya, séria, olhando para Eliza, que sabia que a outra estava certa.

"Tá bom, falta pouca gente agora," disse Eliza com um suspiro.

"Tá certo, agora xispa daqui," falou Ramelya, rindo para ela.

Eliza se virou para sair e, de repente, viu alguém que a deixou surpresa. Era ele, o Rei Demon, passando sério e apressado. Seus olhos se encontraram por um breve momento antes que ela sentisse o mundo girar.

Antes que pudesse reagir, suas forças se esgotaram e ela desmaiou. Seu último vislumbre foi de Demon correndo preocupado em sua direção.

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