ELIZA ACORDA NA CASA DE DEMON

Horas depois, ela acordou em uma cama bela e macia, gemendo ao sentir a suavidade dos lençóis. Ao abrir os olhos, ouviu um rosnado baixo e percebeu que estava em um lugar desconhecido. Diante dela, estava a pessoa que mexera com todos os seus sentidos: Demon, olhando-a como um predador. Assustada, ela falou, quase chorando:

"Onde estou? Você me sequestrou? Por quê? Eu não fiz nada..."

Ele riu, e aquele sorriso a encantou ainda mais.

"Você sempre faz tantas perguntas seguidas?" disse ele, falando pela primeira vez com uma voz grossa e poderosa.

"Só quando estou nervosa. Agora, por que estou aqui? E por que está rindo, seu..." Ela parou ao vê-lo se levantar, intimidada por sua altura imponente.

"Seu o quê?" ele perguntou, chegando bem perto dela. Vendo suas bochechas ficarem vermelhas de vergonha, ele riu novamente, achando-a ainda mais linda e inocente. Ele adorava isso.

"Respondendo às suas perguntas, você está na minha cas..."

Ela nem o deixou terminar: "O quê? Ai, meu Deus, minha mãe deve estar preocupada. Tire-me daqui agora!" falou, assustada, quase ordenando. Viu que ele levantou uma das sobrancelhas.

"Perdão, meu Rei, eu só quero sair daqui," disse ela, levantando-se rapidamente da cama, mas logo sentindo uma dor enorme na cabeça. Sentou-se de volta, segurando a cabeça, enquanto Demon a observava com preocupação.

"Pode ao menos deixar-me explicar e ficar quieta, parece uma criança?" disse ele, sério, fazendo-a corar novamente. Ele suspirou, já sem paciência. "Seus pais já sabem, e estamos na Alcateia Lunar, não no meu reino. Mas, se desejar, será bem-vinda lá."

"Não, muito obrigado," disse Eliza com um toque de ironia.

**Pensamento dela:**

Mentira, sempre quis conhecer lá.

**Pensamento off.**

Demon percebeu que ela estava extremamente cansada, embora se recusasse a descansar. "Por que não descansa, senhorita Elizabet? Ouvi dizer que ajudaste mais de cem pessoas hoje. Admirável esforço; serias uma rainha e tanto," disse ele, sem pensar, fazendo-a derreter-se por dentro e olhar surpresa. Contudo, recompôs-se rapidamente.

"Se houver algo ao meu alcance, farei até dizer basta," respondeu ela, fazendo Demon admirá-la ainda mais.

"E esse 'basta' causou um desmaio esplêndido, não foi? Por que não paraste ao menos para comer? Tens uma teimosia marcante, e eu detesto pessoas assim," disse ele seriamente, notando a raiva e tristeza no rosto dela.

"Por que te importas se sou teimosa ou não? Quem deve importar-se com meu jeito é o homem que..." Ela não terminou a frase, pois ele avançou rapidamente, segurando seu pescoço com um pouco de força.

"Não ouses falar de outro homem na minha presença. Devo importar-me, sim, pois não quero alguém desrespeitando-me diante dos outros. E eu sempre resolvo as coisas ao meu modo, com as mulheres, é mais divertido," disse ele, falando baixo em seu ouvido e rindo ao final. Ele viu que causara arrepios nela, mas, de repente, ela o empurrou e deu-lhe um tapa na cara, arrependendo-se imediatamente ao ver que ele se controlava para não avançar sobre ela novamente.

"Teus pais estão lá embaixo desde que chegaste aqui," disse ele, saindo rapidamente, tentando controlar-se.

Assim que ele saiu, Eliza esperou um pouco e se levantou devagar da cama. Ao olhar para suas roupas, castigou-se mentalmente por estar vestida com roupas quase transparentes e curtas. Sem pensar duas vezes, foi até o guarda-roupa e encontrou roupas masculinas, que certamente pertenciam a ele. Pegou um casaco moletom preto, vestiu-o e desceu.

Ao descer, viu Demon sentado de costas para ela e seus pais esperando. Quando a viram, correram ao seu encontro.

"Minha lobinha, como está? Você nos deu um grande susto," disse sua mãe, preocupada.

"Você é teimosa, não é? Por que não foi para casa comer algo? Pensou que era feita de aço?" repreendeu seu pai, fazendo-a sentir-se envergonhada na frente do Rei, que estava em silêncio, olhando para ela com um semblante severo.

"Eu disse a ela, Beta Max, que era muito teimosa. Pensa mais nos outros do que em si mesma," disse Demon, com os olhos fixos nos dela, não desviando o olhar nem por um instante.

"Sim, isso não vai se repetir. Agora, podemos ir, meu Rei?" perguntou o Beta Max.

"Claro, e sem formalidades. Chamem-me de Demon. E, se precisarem de qualquer coisa, informem-me rapidamente. Ficarei aqui por uma semana devido ao ocorrido," disse ele, ainda olhando para Eliza, ignorando deliberadamente seus pais.

"Será um grande reforço ter você aqui nos apoiando, assim como o povo do norte. Agora vamos, amanhã é outro dia. Até amanhã," disseram seus pais, saindo.

"Muito obrigada," disse ela com a voz doce, fazendo-o fechar os olhos por um momento, como se sua voz fosse música para ele. Ele apenas balançou a cabeça em sinal de "de nada."

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