Depois dos últimos acontecimentos, as palavras da curandeira acalmaram Erus, permitindo que ele relaxasse e adormecesse novamente. Sua mente e corpo estavam esgotados.
Após algumas horas, ele despertou todo suado e com uma leve dor de cabeça, mas já se sentia um pouco melhor. Era como se todas as enfermidades tivessem escorrido junto com o suor.
— Em todos esses anos, enfrentando tantas batalhas... Nunca pensei que me sentiria tão derrotado como agora... _Ditou ele a si mesmo.
Minutos depois, dois ajudantes da curandeira e moradores da vila, entraram com cestas de frutas, água e pães frescos.
— Olá, senhor. Espero que esteja se sentindo melhor. Trouxemos um pouco de alimento para o senhor _Disse um dos homens, colocando a cesta ao lado de Erus.
Erus levantou uma das mãos, agradecendo com um leve aceno. Pegou a cesta e a colocou ao lado, esperando que os dois saíssem antes de começar a comer. Assim que ficou só, ele começou a comer tudo o que estava na cesta. A água gelada parecia mágica, e à medida que mastigava os pães e frutas, ele se deu conta de que não comia há muito tempo.
— Deus... obrigado pela comida... Eu estava mesmo precisando... _murmurou, entre uma mordida e outra, com os olhos fechados, sentindo o sabor simples e reconfortante.
Do lado de fora, distante de onde Erus se encontrava, a luz dourada do fim da tarde banhava Norton. As sombras alongadas das construções se espalhavam pelas ruas de pedra, enquanto os últimos raios de sol passavam pelas copas das árvores que adornavam a capital. O calor suave do dia começava a ceder, e uma brisa fresca trazida pelos ventos do norte, acariciava os rostos dos que ainda andavam pelas ruas.
Os comerciantes estavam encerrando suas atividades, recolhendo mercadorias e desarmando suas barracas após um longo dia de vendas. Alguns ainda negociavam os últimos produtos, suas vozes ecoando pelas ruas e misturando-se ao som distante dos sinos dos templos. As crianças, cansadas de suas brincadeiras corriam de volta para casa, ansiosas para reencontrar suas famílias. O aroma de pães recém-assados flutuava no ar, vindo das padarias que ainda fervilhavam de movimento.
Nas margens do rio, a correnteza suave refletia o brilho avermelhado do céu, enquanto pequenos barcos voltavam de suas jornadas. Os pescadores encerravam o dia preparando-se para o descanso. Nos campos ao redor da cidade, o trabalho desacelerava. Os agricultores com rostos marcados pelo sol, deixavam suas ferramentas e seguiam para casa, satisfeitos com mais um dia de trabalho.
Dentro do castelo de Norton, os príncipes Helius e Harleus estavam animados, quase competindo para ver quem falava mais rápido sobre o dia de estudos na academia.
— Hoje foi incrível! _Expressou Helius com seus olhos brilhando enquanto gesticulava com as mãos.
— Aprendemos a teoria sobre como moldar nossa energia! Mas... só na teoria... _Disse Harleus, empolgado no início, mas sua voz murchou ao final.
Helius deu uma risada breve e deu um tapinha no ombro do irmão.
— Relaxa Harleus... Quando chegarmos na prática vai ser ainda mais fácil _Falou, piscando um olho, tentando animar o irmão.
Árias observava os dois com um sorriso afetuoso, enquanto tentava responder, mas os meninos não a deixavam falar de tão empolgados.
— Fico tão feliz que estejam gostando dos estudos, meus meninos, e... _Começou a dizer, mas foi novamente interrompida por Helius que de repente se lembrou de algo.
— Ah, mãe!! A dama Miriel contou sobre o pai hoje! Disse que ele fazia parte de um clã antigo num reino chamado Elidor. Ele era incrível! Matou mais de mil inimigos em uma batalha! _Gesticulava com as mãos enquanto seus olhos brilhavam de orgulho como se estivesse vendo a cena.
Harleus, não querendo ficar para trás, ergueu os punhos como se segurasse uma espada invisível e com um sorriso determinado, completou:
— Foram mil demônios! Todos esmagados pelo grandioso e majestoso rei Erus! _Gritou, enquanto fazia uma pose exagerada, como se estivesse no meio de uma batalha épica.
Helius deu uma breve risada, mas logo abaixou as mãos e olhou para o chão por um momento, o sorriso diminuiu.
— Eu queria que ele voltasse logo... Tem tanta coisa que eu preciso perguntar... Eu sabia que ele era importante, mas nunca imaginei que fosse assim _Seu tom de voz era mais baixo e carregado de admiração e um pouco de tristeza.
Árias se aproximou e colocou a mão sobre o ombro de Helius, acariciando-o suavemente.
— Ele voltará logo, meus queridos. E quando voltar poderão perguntar tudo e ouvir novas histórias que ele trará consigo _Disse ela, sorrindo de leve e tentando confortar os filhos.
As palavras da mãe surtiram efeito, e os olhos de Helius voltaram a brilhar. Harleus também se animou, dando um pequeno salto no lugar.
— Agora... Vão tomar um banho e descansar. Amanhã vamos passear um pouco _Disse Árias, em tom carinhoso.
Os meninos soltaram sorrisos de alegria e saíram correndo para o banho, deixando a mãe sorrindo enquanto os observava se afastar.
Mas assim que eles desapareceram da vista, o sorriso de Árias se desfez. Seus olhos se encheram de lágrimas e uma solitária lágrima escorreu pelo canto de seu rosto. Sentindo o peso de suas preocupações, ela se encostou na parede, levando a mão ao peito enquanto suas emoções transbordavam.
— Erus... Não faz nem dois dias, mas parece que já se passaram meses... _Ditou para si, com sua voz embargada pelo choro. — Me pergunto como você está...
Ela apertou os olhos, tentando conter o fluxo de lágrimas, mas falhando. O medo de perder o marido, não apenas por ela, mas pelas crianças, apertava seu coração.
— Que os Princípios estejam te protegendo, Erus... Eu te amo... tanto... _murmurou, enquanto se deixava cair sentada no chão, envolta em tristeza.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 34
Comments
Brown
erus foi comprar cigarro
2024-09-17
1
O GRANDE ESCRITOR
Salve! Melhoras meu mano. 🫂
Virose tá punk aqui em SP também.
2024-09-16
1
O GRANDE ESCRITOR
Erus é um cara de respeito, papo
2024-09-16
1